O Plano Estratégico de Rondônia, Acre e parte do Amazonas e Mato Grosso quanto ao Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), que visa consolidar a condição sanitária conquistada no país e contribuir com a proteção do patrimônio pecuário nacional, será a tônica das discussões nesta quarta-feira, 27, no segundo e último dia de debate promovido pela 4ª Reunião do Bloco I.
Objetivando criar e manter condições sustentáveis para garantir o status de país livre da febre aftosa e ampliar as zonas livres sem vacinação. Os debates foram iniciados na tarde de terça-feira, 26, com a presença do vice-governador de Rondônia, José Jodan, do diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Geraldo de Moraes, bem como secretários de órgãos responsáveis do setor pecuário dos 4 estados.
Realizado no auditório governador Jerônimo Santana, nas dependências do Palácio Rio Madeira, a 4ª Reunião do Bloco I prossegue nesta quarta-feira, a partir das 8h30 com equipes de gestores do Acre, Rondônia, Amazonas e Mato Grosso que irão apresentar a situação quanto ao Plano Estratégico. O Plano foi organizado didaticamente em 16 operações, compostas por 102 ações a serem executadas no período de 10 anos.
Para conduzir o processo de transição de status sanitário de livre com vacinação para livre sem vacinação, as unidades da Federação foram organizadas em cinco blocos. Conforme delimitação, o Bloco I é composto pelos estados de Rondônia e Acre, bem como parte do Amazonas e Mato Grosso.
Segundo o representante do Mapa, Geraldo de Moraes, dentre os objetivos específicos estão o fortalecimento de medias de prevenção e redução das vulnerabilidades, contribuir com a modernização da Defesa Agropecuária, bem como tornar o país livre de febre aftosa sem vacinação com reconhecimento internacional.
A primeira reunião do Bloco I aconteceu em outubro de 2017, também em Porto Velho. O último encontro para discussões do Plano Estratégico ocorreu em julho do ano passado, na cidade de Rio Branco/AC. Ontem, durante o primeiro dia de discussões acerca do Plano Estratégico, foi feito um breve histórico da avaliação atual do Bloco I, com apresentação de gráficos de todas as questões relevantes e que influem diretamente na implantação do PNEFA.
O Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA) tem como estratégia principal a implantação progressiva e manutenção de zonas livres da doença, de acordo com as diretrizes estabelecidas. Conforme dados do Mapa, nos últimos dez anos, o Brasil vem galgando posições de destaque no mercado mundial de produtos de origem animal devido ao melhoramento progressivo da situação sanitária do seu rebanho animal, além da inegável qualidade dos produtos exportados.
De acordo com o diretor do departamento de saúde animal do Mapa, neste primeiro momento será trago as informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e na quarta-feira haverá debate sobre as situações quanto ao Plano Estratégico de cada participante do Bloco I.
Isso porque em 2018 o Brasil recebeu da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) certificado que confere o status de livre da febre aftosa com vacinação. Hoje, 99% do território brasileiro é livre da aftosa com vacinação e somente Santa Catarina é livre sem vacinação.
O projeto de erradicação inclui a retirada da vacinação, sendo assim, desde 2017 foi elaborado o Plano Estratégico do Programa visando entre outras coisas o fortalecimento do sistema de vigilância e serviços veterinários buscando de forma gradativa a suspensão da vacilação contra a febre aftosa em todo território nacional.
O diretor salienta que Rondônia faz parte do Bloco I, juntamente com o Acre e alguns municípios do Amazonas e mais uma pequena parte da fronteira com Mato Grosso. Toda essa região tem que cumprir algumas condições, entre elas o fortalecimento do serviço veterinário especialmente para melhorar a vigilância contra doença. “Então tem que ser um processo mais rápido, mais ágil de detecção precoce para que na possível ocorrência da doença a gente possa intervir de forma rápida e adequada”.
A reunião contou a presença de várias autoridades do setor, dentre as quais o secretário de Estado da Agricultura de Rondônia (Seagri), Evandro Padovani, do presidente do Instituto de Defesa Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron), Júlio César, bem como representantes do Acre, do Amazonas, do Mato Grosso, Estados fronteiriços com Rondônia que fazem parte do Bloco 1.
O atendimento ao protocolo do Ministério da Agricultura foi destacado pelo secretário de Estado da Seagri, Evandro Padovani, que, inclusive enfatizou que Rondônia tem o 6º maior rebanho do Brasil e 4º maior exportador de carne sendo a pecuária hoje o carro chefe do PIB de exportação.
O secretário da Seagri pontua que nesta Reunião do Bloco I haverá uma avaliação dos Estados na área de defesa e sanidade animal para que se possa avançar na retirada da vacinação. Dessa forma, estarão reunidos os estados de Rondônia Acre, Amazonas e Mato Grosso.
Vale ressaltar que o Governo Federal, através do Ministério da Agricultura, está fazendo uma apresentação das avaliações que eles fizeram em todos os Estados que estão sendo analisadas nestes dois dias de trabalho de reunião técnica. Tudo está sendo minuciosamente detalhado para que, na quarta-feira, 27, no final da tarde, o Ministério deve anunciar se os participantes estarão aptos a continuar os trabalhos para fazer a última campanha de vacinação ou não, mas isso não é só Rondônia.
“Estamos cumprindo o dever de casa para que possamos avançar. Rondônia, estando com o certificado internacional livre de aftosa sem vacinação, vai abrir um mercado maior, o europeu principalmente. Então é preciso destacar que o Governo do Estado vem trabalhando fortemente focado para que consiga esse status. É importante frisar que, hoje, Rondônia já exporta para mais de 40 países a nossa carne, ou seja, como já falei somos o 4º maior exportador e queremos avançar. Podemos ampliar mais esse mercado e, inclusive, o número de abates, bem como o número de plantel do Estado de Rondônia em produção de carne de qualidade”, disse otimista o secretário Padovani.