Coluna escrita por Sério Pires/ Foto: Ilustração

A comemoração dos 100 dias (que na verdade já serão 106), vai prestar contas do que Rocha e sua turma fizeram nestes primeiros três meses e 16 dias.

Todas as secretarias apresentarão suas ações, destacando aquelas mais importantes. Certamente a mais importante das notícias que serão dadas no encontro do Governador com autoridades e jornalistas, será a de que foram economizados para os cofres públicos, em gastos supérfluos e apertando os cintos, nada menos do que 200 milhões de reais.

Para os aliados de Rocha, o número é extremamente expressivo, denotando que é possível governar, cortando na própria pele e eliminando o que se pode eliminar, sem prejudicar o andamento da máquina pública e das realizações. Pois será exatamente aí que seus adversários vão se apegar.

Se não tiver muito a mostrar, o novo Governo poderá ser cobrado por não ter cortado gastos, mas também por muito pouco ter feito. O grupo palaciano, contudo, está otimista. O que vai se ouvir muito na reunião desta segunda-feira, a partir das 9 horas da manhã, no Palácio Rio Madeira/CPA, é que o governo se preparou internamente, reorganizou o que tinha que fazê-lo, cortou onde tinha que cortar e que, daqui para a frente, os resultados positivos em benefício da população saltarão aos olhos.

O anúncio de um pacote de obras para recuperação das rodovias estaduais, algumas em estado de destruição (herança que Rocha recebeu), deve ser também um dos destaques do evento comemorativo aos 100 dias. A atuação do DER, comandada pelo coronel engenheiro Erasmo Meireles, durante o verão amazônico que está começando, também deve ser destaque especial.

Para Porto Velho, a obra mais urgente a ser anunciada será a elevação da pista da Estrada do Belmont, em pelo menos 70 centímetros, acabando de vez com  a situação caótica em que ela se encontra. Para o interior, a prioridade deverá ser mesmo a recuperação das principais rodovias, todas em péssimas condições de tráfego.

Cortes profundos nos cargos comissionados, cintos apertados em todos os gastos (exceções para saúde, educação e segurança, não necessariamente nessa ordem!); revisão de todos os contratos; mudanças profundas na forma de gerir o dinheiro público; parcerias com os municípios e outras medidas, também devem fazer parte do pacote de propostas que o Governo deve priorizar a partir de agora, quando, pelos resultados que mostrará, considera que a casa foi organizada para passar a funcionar muito melhor.

Espera-se, obviamente, que o Governo tenha muita coisa a mostrar sobre o que fez, mas, principalmente, o que garante que vai fazer, daqui para a frente. A semana que comemorará os 100 dias terá outros destaques, é claro. A presença do ministro da Justiça, Sérgio Moro, na terça-feira, será sem dúvida a principal delas.

UM DETRAN MENOS EXPLORADOR

Há uma esperança de que, durante o encontro da segunda, no Palácio, Marcos Rocha dê uma boa notícia, finalmente, aos proprietários de veículos de Rondônia. Embora os detalhes sejam guardados a sete chaves, é possível que o Governador anuncie algumas mudanças em relação a cobrança de taxas sobre taxas sobre taxas, que o órgão explora dos que precisam dos seus serviços. Um exemplo do que pode ser mudado: a vistoria de um veículo, em Porto Velho, pode custar até 180 reais.

Em Curitiba, por exemplo, o mesmo serviço prestado pelo Detran paranaense, custa apenas 41 reais. Há uma série de outra taxas e emolumentos que podem ter seus preços rebaixados ou simplesmente serem extintos, sem qualquer prejuízo ao órgão. Durante participação no programa Papo de Redação, a Rádio Parecis FM (segunda a sexta, meio dia às 14 horas), na semana passada, Marcos Rocha deixou no ar que mexerá em algumas coisas no Detran, mas não deu mais detalhes. Disse que os daria durante a solenidade dos 100 dias. Então, está chegando a hora.

O PARLAMENTO E OS NOMEADOS DAS ESTATAIS

Pelos lados da Assembleia, nessa semana, também poderá haver novidades. A maior delas refere-se à  situação dos dirigentes de estatais, nomeados pelo governador Marcos Rocha, sem passarem pelo crivo do Parlamento. Levado ao pé da letra, o caso poderia representar um confronto entre os Poderes, até com pedido de impeachment do Governador. Não vai acontecer, porque o clima entre Executivo e Legislativo está bom e não há, ao menos aparentemente,  tendência para que essa situação ocorra.

O que os deputados devem exigir é que Marcos Rocha exonere todos os nomeados e que encaminhe novamente os nomes, agora para serem analisados, discutidos e aprovados, se for o caso, pelos deputados estaduais, seguindo a regra constitucional. Pelo que se ouve nos bastidores da ALE, a princípio e no geral, não há restrições a nomes relacionados com os que Rocha já nomeou. Há, claro, uma exceção: muitos deputados querem saber mais detalhes sobre as nomeações no Detran e as qualificações que os indicados têm para gerir o órgão, que está com seus cofres abarrotados, mas que continua cobrando taxas abusivas, sem retornar, em investimentos às comunidades, o grande volume de impostos e taxas que arrecada.

UMA QUADRILHA NA SEDAM?

Há que se separar o joio do trigo. Nem todos são culpados. Entre os citados, certamente haverá vários inocentes. Mas é forte a suspeita de que havia uma quadrilha agindo dentro da Secretaria de Desenvolvimento Ambiental do Estado. Em nova operação da Polícia Civil, em conjunto com Tribunal de Contas, Ministério Público e outros órgãos,  o caso vem sendo investigado há longo tempo. Na sexta-feira, numa nova fase de combate à corrupção na Sedam, novas prisões foram efetuadas (oito) e mais 45 ordens de busca e apreensão, inclusive na casa do ex governador Daniel Pereira.

Ele sempre negou qualquer ação que não fosse estritamente legal, durante seu mandato e continua mantendo essa posição. O que a polícia investiga é uma série de crimes de   corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, crimes contra a flora, contra a administração ambiental, advocacia administrativa, peculato digital, tráfico de influência, falsificação de documento público e falsidade ideológica. Segundo as denúncias, as ações do grupo se espalhavam por todo o Estado. Foram denunciados servidores públicos e empresários de pelo menos sete cidades, incluindo a Capital: Espigão do Oeste, Ouro Preto do Oeste, Ariquemes, Buritis, Candeias do Jamari, Vista Alegre do Abunã. O caso ainda vai longe.

DANIEL ESTÁ INDIGNADO

A Operação Pau Oco II, desencadeada em Rondônia,  causou profunda indignação do ex governador Daniel Pereira, que foi surpreendido, na sexta pela manhã, com a presença de policiais em sua casa, para cumprirem mandado de busca e apreensão. Foram levados computadores, celulares dele e de pessoas da sua família e documentos.

Na sexta à tarde ele concedeu entrevista coletiva, protestando contra a ação e neste sábado, participou, ao vivo, do programa Papo de Redação da TV (SICTV, rede estadual, das 12h30 às 14 horas). Todas as suas declarações foram para demonstrar grande indignação, inclusive anunciando que buscará responsabilizar na Justiça, o que considerou uma violação dos seus direitos e uma exposição chamada por ele de irresponsável, dele e outras pessoas que sequer tiveram direito de defesa.

Mais que isso, o ex governador lembrou seus 25 anos de uma vida pública ilibada e que não permitirá que a ação que ele criticou duramente, exponha seu nome indevidamente por atos que, garante, jamais cometeu. Aliás, perguntado diretamente sobre quais as acusações sobre ele, Daniel responde que não tem a mínima ideia.

ADEUS AO CIGARRO!

Não foi nada tão assustador. Nada de grandes cirurgias e nem outros riscos. O que houve foi que, por insistência da sua esposa, ele foi fazer um check up, embora não tivesse qualquer sintoma de problema e, durante os exames, foi descoberto um pequeno problema cardíaco, através de um cateterismo. Foi colocado um stent, para melhorar a chegada do sangue ao coração e, enfim, tudo ficou em seu lugar.

O resumo foi o que realmente aconteceu com o prefeito Hildon Chaves, depois da intensa boataria que se espalhou de que ele teria graves problemas de saúde. Bobagem apenas, incentivada pelos beócios das Fake News. Na manhã  desta sexta, o prefeito, muito bem de saúde, participou de solenidade na sede da CDL, em reunião com empresários do comércio, para comemorar o envio do projeto de implantação da Zona Azul (estacionamento pago) na área central da cidade.

No final dessa história do pequeno susto por que passou, surgiu  uma boa notícia: há uma semana, depois que implantou o stent, Hildon Chaves, um fumante inveterado, do tipo que quase acendia um cigarro no noutro, não está mais fumando. Que mantenha-se assim…

ONDE AS LEIS NÃO VALEM PARA TODOS

Depois de longo tempo, de muitos obstáculos, de problemas que parecem não ter fim, a Prefeitura da Capital garante que, a partir de  agora começa a ser normalizado, enfim, o grave problema da falta de transporte escolar, principalmente para os distritos, as áreas rurais e o Baixo Madeira. Há longo tempo, esse tema, ao lado do transporte coletivo e de problemas na saúde municipal, têm formado os principais espinhos nos pés do prefeito Hildon Chaves. Na Ponta do Abunã, finalmente o movimento que fechou a BR 364 acatou decisão judicial e desobstruiu a rodovia, usando de bom senso, depois de alguns pais terem cometido o desatino de terem colocado seus filhos na linha de frente do protesto, num momento em que havia risco de uma ação policial mais dura, que poderia causar grande perigo aos pequenos.

O grupo que paralisou a BR por mais de 70 horas, já avisou, contudo: caso os ônibus escolares não  cheguem até essa segunda-feira aos distritos e principalmente na região da Ponta do Abunã, eles voltarão a cometer o mesmo delito e fecham de novo a BR.  Mas desde esse sábado eles começaram a chegar; Enfim, nesse Brasil do desrespeito e onde as leis valem só para alguns, nunca para todos, também as reivindicações viraram mote de violência. Cada um só pensa em seus  problemas. Os outros? Ah, os outros que vão fechar outras BRs…

A DEMOCRACIA CUSTA CARO DEMAIS!

Pode não ser agora, pode não ser amanhã nem depois de amanhã. Mas um dia desses, a questão dos altíssimos custos do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras Municipais vai ter que entrar na pauta do Brasil que todos queremos. Hoje, só no Congresso, o custo por cada parlamentar chega a mais de 10 milhões de reais ao ano.

Isso mesmo. Na Itália, toda a estrutura parlamentar custa ao contribuinte, em média, menos de 3 milhões de reais/ano. E na politizada Argentina, nossa vizinha? Lá, o povo paga menos de 2 milhões de reais anuais, por cada um dos seus representantes do Legislativo. Há que se enxugar muito a máquina pública, para que nosso país possa começar a pensar numa mudança real. Cortar profundo na carne no Executivo é por demais importante. Aqui e ali, isso começou a ser feito, já nos primeiros meses do governo Bolsonaro, com o corte, numa primeira etapa, de 21 mil cargos comissionados e, na última semana, a pura e simples extinção de outros 13 mil. Nos parlamentos, contudo, há ainda um longo caminho a trilhar. Não se pode suportar mais que um senador custe 33 milhões de reais ao ano, para o bolso do contribuinte. Um deputado federal custa 6 milhões e 500 mil reais. A cada minuto de trabalho, o Congresso custa aos cofres públicos, ou seja, a todos nós, 11.540 reais.

Proporcionalmente, os gastos continuam muito altos também na maioria das Assembleias Legislativas e nas Câmaras Municipais. Mais cedo ou mais tarde, teremos que enfrentar esse monstro, que embora seja vital para a plena Democracia, engole tanto do nosso dinheiro!

PERGUNTINHA

Na sua opinião, o que é melhor para o Brasil: ministros que ainda estão cometendo gafes e alguns erros; que quando falam são alvos de ironia e gozação da grande imprensa ou os da era petista, entre os  quais a maioria ou responde processo por roubo, formação de quadrilha e corrupção; ainda vai responder ou já está presa?

 

sicoob

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