O Extra de Rondônia teve acesso a imagens que seriam de Elias Nascimento de Paulo, que cumpre pena de 37 anos em regime fechado por duplo homicídio, transitando em cima da carroceria de uma caminhonete de uso exclusivo da secretaria executiva do governo na cidade de Rolim de Moura.
O fato teria ocorrido em 28 de março passado, e – conforme fontes do site – o veículo era dirigido por um funcionário comissionado que não possui treinamento para o transporte de presos.
Elias – condenado em 2012 em regime fechado por matar a esposa Márcia Boy, de 31 anos e o enteado Felipe Boy, de apenas dois, sem o uso de armas, apenas com a força da próprias mãos – foi liberado pela diretoria da penitenciária onde cumpre pena, juntamente com mais quatro apenados para trabalhar na obra de reconstrução da unidade do presídio semiaberto, destruído por um incêndio, em junho de 2016.
Porém, na ata do dia da referida penitenciária, consta a saída dos cinco detentos, que foram escoltados devidamente pelo Grupo de Ações Penitenciária Especial (GAPE). No entanto, já na ata do presídio semiaberto, foi registrada no início da manhã, a entrada de somente três destes para a realização dos trabalhos (Imagens em anexo).
Horas depois, foi registrado na mesma ata, a entrada de Elias e de um detendo identificado como Joel Alves de Lima.
DIRETOR EXPLICA
Ouvido pelo Extra de Rondônia, Maxuel Almeida, diretor da penitenciária, disse que no intervalo de tempo em que ficaram fora da penitenciária e do presídio semiaberto, Elias e Joel teriam sido autorizados por ele a pedido do gerente regional da Secretaria de Estado da Justiça (SEJUS), Leandro Nascimento, a realizarem trabalhos de reparo na sala do mesmo, que se localiza na sede da Procuradoria Regional do Estado, em Rolim de Moura.
No entanto, Maxuel alegou ter elaborado um despacho onde rezava que a escolta dos referidos presos fosse realizada de acordo com a Lei de Execuções Penais (LEP), documentos estes que se negou a apresentar para a reportagem do site.
Por sua vez, o diretor afirmou que a liberação de Elias para os trabalhos fora do presídio são por parte da diretoria, sendo somente Joel permitido através de ordem judicial e que não conferiu se suas exigências foram seguidas. “Se aconteceu o transporte sem escolta foi falha da gerência que não providenciou e não minha. O que ocorre do portão para fora da unidade prisional não é mais de meu controle”, concluiu Maxuel.
CARREGAMENTO DE MADEIRAS
Ainda, na manhã do mesmo dia, Elias e Joel teriam sido levados até o presídio semiaberto na carroceria de uma Hilux, com placa NEG-0039 de Porto Velho, de uso exclusivo da secretaria de Estado, que são as imagens citadas no início desta matéria, onde realizaram o carregamento de madeiras que foram compradas através de processo de licitação, exclusivamente para a reforma da unidade.
Porém, em contato com o regente regional da SEJUS, Leandro Nascimento, este confirmou que foram retirados a seu pedido dele do prédio do semiaberto, quatro vigas e algumas tabuas, que já seriam descartadas, pois foram utilizadas como escora na produção da laje da unidade e que as mesmas estão sendo usadas para também escorar o forro e o teto do banheiro de sua sala, devido à precariedade em que se encontra o prédio da secretaria onde está instalado, relatos estes que comprovou com fotos.
Ainda, segundo Leandro, mesmo o material já sendo considerado de refugo, os mesmos não foram retirados sem autorização legal e em todo momento, ele e outro agente penitenciário, acompanharam o transporte da madeira realizada na carroceria da caminhonete da secretaria por Elias e Joel, em escolta descaracterizada, através de um veículo Gol, com placas OHP-6384, que mesmo não aparecendo em nenhuma das imagens as quais o site teve acesso, afirmou estar lá.