Provavelmente tem a ver com sua recente visita à nossa terra, a decisão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, de incluir nosso Estado num plano imediato de investimentos para cuidados em regiões e fronteira.
De mais de 54 milhões de reais solicitados por Moro para seu Ministério, parte desses recursos será aplicado na compra de um avião de vigilância de fronteira, para atuar apenas em Rondônia. Basta? Claro que só isso não resolve e nem ameniza o absurdo abandono de mais de 1.340 quilômetros de fronteiras abertas ao tráfico, à passagem de veículos roubados; a enorme quantidade de armas ilegais que passam pelas áreas desguarnecidas, todos os dias.
Mas é ao menos um passo concreto, que demonstra a preocupação do novo governo brasileiro em começar a tratar da questão das nossas fronteiras. A questão é que elas são imensas e será necessário muito investimento e muita gente para fiscalizá-las e combater os crimes que ela proporciona. Entre Brasil e Bolívia, no total, são mais de 3.600 quilômetros de fronteira. Mas o problema é muito maior e mais complexo.
Com uma fronteira marítima de 7.367 quilômetros, o Brasil tem limites terrestres com nove países da América do Sul: Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana e Suriname. E há ainda o Departamento Ultramarino Francês da Guiana, numa extensão da ordem de 16.886 quilômetros. Como cuidar de tudo isso? Obviamente priorizando as fronteiras mais perigosas. E a com a Bolívia está, sim, neste contexto.
A fronteira de Rondônia com a Bolívia abrange 27 dos 52 municípios, representando quase 8 por cento do total da fronteira do Brasil. É a maior fronteira seca do país. Por este motivo é preocupante a segurança pública do Estado, tendo em vista que a Bolívia, onde estão instaladas as cidades gêmeas Guayara e Guajará Mirim, é um dos maiores produtores de droga, fazendo o estado de Rondônia, pela facilidade de acesso, uma das principais rotas do tráfico. Pela fronteira, passam toneladas de cocaína e outras drogas. Por ela, entram carros roubados em Rondônia e em estados vizinhos para serem trocadas pela droga. Saem de lá e passam facilmente para o lado brasileiro, também, armas de todos os calibres, que abastecem o crime organizado não só na região norte, como em todo o País. Enfim, é um desafio imenso. Sérgio Moro quer começar a enfrenta-lo. Vamos ver se ele conseguirá.
UM REFORÇO DE PESO PARA HILDON
Esse entende! O ex deputado federal e ex secretário estadual da Agricultura, Luiz Cláudio, assumiu a secretaria municipal da área, nessa terça, em solenidade ocorrida na prefeitura da Capital. O prefeito Hildon Chaves traz para sua equipe não só um político com carreira ilibada e cheia de realizações, mas também um expert no assunto, quando se trata da agricultura e das questões do agronegócio.
Afora isso, quando deputado federal, foi um dos grandes parceiros de Porto Velho. Sua atuação junto ao Ministério dos Transportes e ao Dnit, conseguindo os recursos necessários para a conclusão das obras dos viadutos, é apenas um registro histórico da sua parceria com a Capital e com a administração tucana. Luiz Cláudio iniciou sua carreira política em Rolim de Moura, sempre ao lado do ex governador Ivo Cassol, seu mentor e amigo pessoal de longos anos.
Durante os dois mandatos de Cassol, ele teve atuação destacada, quando o setor produtivo primário do Estado deu um grande salto. Com a chegada de Luiz Cláudio à sua equipe, Hildon Chaves une o útil ao agradável: traz para seu time um especialista na área e, ao mesmo tempo, um político de grande prestígio, que pode ajudar, e muito, na batalha pela reeleição, no ano que vem.
A DURA PENA DE MAURÃO
A grande surpresa da política, no inicio da semana, foi o anúncio da condenação, a 14 anos de prisão, do ex presidente da Assembleia, Maurão de Carvalho, enunciado na Operação Dominó. A condenação em si não foi tão surpreendente quanto a pena, a mais alta até aqui, dos envolvidos na questão da folha paralela na Assembleia Legislativa, entre 2004 e 2006, quando a operação foi deflagrada. Até agora, dos julgamentos já realizados pelo tribunal de Justiça, apenas os ex deputados Everton Leoni e Nereu Klosinski foram absolvidos.
Já houve várias condenações, incluindo o então presidente da Casa, Carlão de Oliveira. De todas as penas, até agora, a de Maurão foi a mais pesada de todas. Ainda existem recursos e embargos e a defesa do parlamentar tem esperança de ao menos amenizar a condenação. Maurão foi presidente por dois mandatos na Assembleia, recentemente, colocando-a num patamar de destaque, pela lisura com que conduziu o Parlamento e pelo relacionamento excepcional com todos os poderes. A pena que recebeu surpreendeu a todos e deixou seus milhares de amigos (entre os quais esse colunista) entristecidos.
OS “SUPOSTOS” BANDIDOS DO RIO
Segundo o jornalismo da Rádio Jovem Pan, oito “supostos” bandidos foram mortos, no Rio de Janeiro, num confronto com a polícia, quando houve uma troca de tiros de horas, numa favela (que também apelidaram de “comunidade”). Ora, dá pra chamar de “supostos” bandidos um grupo de quadrilheiros e traficantes, fortemente armados, que recebe a polícia à bala, todos usando fuzis e outras armas de grosso calibre? Que hipocrisia é essa, que obriga jornalistas experientes a usarem essas expressões que soam quase como uma gozação da cara do ouvinte, do leitor, do telespectador, porque alguém decidiu que os direitos humanos dos bandidos têm prioridade e onde, mesmo criminosos confessos, eles só podem ser chamados de “supostos”, até que haja uma condenação definitiva? Esse é um dos resultados práticos do aparelhamento de dezenas de órgãos e instituições, pela ideologia petista/esquerdista, essa mesmo que faz de conta que as vítimas não existem (a menos que seja Mariele Franco) e que só os foras da lei devem ter todos os direitos preservados. Direitos humanos para a bandidagem! As vítimas, ah!, elas são apenas um detalhe… Uma das coisas que se precisa extirpar nesse novo Brasil é a linguagem hipócrita do politicamente correto. Chamar assassino de “suposto homicida”; bandidos cruéis e matadores de “supostos suspeitos”; chamar presidiário de reeducando e outras porcarias como essas, fazem muito mais mal do que se pode imaginar. Precisamos retomar o verdadeiro sentido das palavras.
“AS PALAVRAS NÃO SÃO INOCENTES”!
Vale a pena, para os que acham que a linguagem do “politicamente correto” é algo simplório, sem consequências, sem sequelas, que não causa dano algum, ler o que escreveu sobre isso o escritor Rubem Alves. Ele foi um grande educador, psicanalista, teólogo e escritor. Escreveu: “as palavras não são inocentes. São armas que os poderosos usam para ferir e dominar os fracos”.
Cria-se então a cultura do politicamente correto, que pode se tornar ridícula, escondendo preconceitos, que não são transformados apenas com uma superficialidade. Só um exemplo, para ilustrar, porque se poderia utilizar dezenas e dezenas deles: a expressão para “reeducando” para falar de presos em recuperação. Segundo esse raciocínio, não chamar preso de preso; não chamar condenado de condenado, é uma forma de disfarce, de engodo, para aparentar que chamar alguém pelo nome verdadeiro (seja preso, presidiário, condenado ou outra expressão assemelhada) seja uma ofensa ou um ataque aos direitos humanos de quem é assim chamado. Apenas firula, bobagem e imposição ideológica.
Quem está privado de liberdade, condenado dentro de todo o sistema penal, é preso. Não é reeducando. Uma expressão, aliás, que não existia na língua Portuguesa, ao menos com esse viés. Impor à sociedade uma linguagem do politicamente correto, é bom relembrar Rubem Alves, é uma forma de dominação. Ponto final!
BR FECHADA: TEM QUE USAR A FORÇA DA LEI
Um grupo de pessoas da área rural de Porto Velho, junto com alguns moradores da Vila do Dnit, fecharam mais uma vez uma rodovia federal, em busca do atendimento e suas reivindicações e interesses. Logo depois da ponte sobre o rio Madeira, na BR 319, eles colocaram uma tenda e interromperam o tráfego em direção aos distritos da região e ao Amazonas, durante pelo menos sete horas.. Apesar das necessidades daquelas comunidades serem importantes e devam sim ser atendidas com urgência, mais uma vez se usa de método criminoso para atingir os objetivos.
Fechar uma rodovia federal é crime. Aliás, um crime que tem sido cometido constantemente, sob os olhares complacentes das autoridades (in)competentes. Os manifestantes exigem a volta imediata do transporte escolar, porque, mesmo depois de várias promessas e datas marcadas, que nunca foram cumpridas, as crianças não estão indo à escola, porque não têm como chegar nelas.
O transporte deveria ter começado na última segunda-feira, depois do primeiro fechamento da BR 319, na semana passada. Como a promessa novamente não foi cumprida, os pais voltaram a fechar a rodovia. Não se pode combater uma incompetência do município, praticando um delito grave. Os pais têm que ser atendidos, mas devem ser retirados imediatamente, sempre que fecharem um rodovia. Querem criar um factoide, mas o estão fazendo de forma errada e prejudicando milhares de pessoas que nada têm a ver com o problema. Fechou uma BR, tem que ser tirado à força. Pela força da lei. Ponto final.
SAÚDE: AVANÇOS E OBSTÁCULOS
Há ainda grandes deficiências na saúde pública, mesmo com os avanços que têm sido constatados nos últimos anos e nos primeiros meses do novo governo. O secretário Fernando Máximo tem corrido para todos os lados, em busca de soluções. Conseguiu avanços, como tirar 60 pacientes do chão e das áreas abertas do João Paulo II. Mas ainda há problemas enormes pela frente. Um deles relaciona-se com o fato de muitos empresários não estarem dispostos a participar da futura concorrência para construção do Hospital de Urgência e Emergência de Porto Velho, o Heuro. Segundo Máximo, que falou durante participação da entrega de uma ambulância para Buritis, emenda do deputado Laerte Gomes, nessa semana, “muitos empresários não querem fazer cotação e nem participar, porque já fizeram isso três ou quatro vezes, mas a obra nunca sai”.
Ou seja, os empresários não querem ficar fazendo papel de bobos, perdendo tempo e dinheiro em concorrências que não se sabe quando vão acontecer e, se acontecer, não serão novamente bloqueadas pelos órgãos de fiscalização, como o que ocorreu até agora. Uma boa notícia no contexto da saúde é que, em reunião ontem com o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, houve promessa de liberação de 11 milhões e 500 mil reais, de emenda da deputada Mariana Carvalho, para novas obras no João Paulo II. A coisa ainda está complicada. Mas, dentro das circunstâncias, está melhorando e já há o que comemorar, diz Fernando Máximo.
DEPUTADOS APÓIAM MARCELINAS
Por falar em saúde, há que se destacar o apoio garantido da Assembleia Legislativa em relação ao Hospital das Irmãs Marcelinas, que também tem sofrido muito, com a falta de recursos, mesmo prestando serviços inestimáveis, atendendo milhares de pessoas. Nesta terça, a Irmã Lina Maria, diretora do Hospital e a gerente Carla Gomes, estiveram reunidas com o presidente Laerte Gomes e com os deputados Adelino Folador, Jair Montes e Rosângela Donadon.
No encontro, as representantes do hospital reivindicaram apoio da ALE no sentido de conseguirem recursos para manutenção e custeio, incluindo-se aí a compra de insumos para atendimentos de média e alta complexidade. Realizando uma medida diária de 750 atendimentos, 96 por cento deles pelo SUS, as Marcelinas ainda disponibilizam 100 leitos, como retaguarda de apoio ao Pronto Socorro João Paulo II.
Laerte Gomes comentou que a ALE está vivendo um momento de profundos cortes de gastos, para economizar recursos. Com essa economia, a partir de agosto próximo, já haverá a possibilidade que poderão serem destinados a apoiar financeiramente o hospital. Há unanimidade entre os parlamentares, no sentido de apoiar essa grande obra social, que tem ajudado a salvar milhares de vidas nos últimos anos.
PERGUNTINHA
Você acha correto que os órgãos de fiscalização, como o Tribunal de Contas e o Ministério Público, tenham poderes de interromper uma licitação poucos minutos antes dela começar, como aconteceu no caso das empresas que disputam o transporte coletivo de Porto Velho?