Com o anúncio do corte de gastos de 30% para universidades e institutos federais, o diretor do campus da Fundação Universidade Federal de Rondônia (Unir) e também professor, Jorge Arturo Vilena Medrano, explicou quais serão as medidas adotadas e como passará a funcionar a instituição.
Segundo o diretor do campus, no inicio da semana o reitor teve uma coletiva de imprensa onde anunciou que a universidade terá orçamento somente até julho, ou seja, está garantido a conclusão apenas deste semestre.
“A continuação do próximo semestre ainda é incerta, isso porque os reitores estão em constante negociação com os representantes do Ministério da Educação (MEC) para trazer soluções e não ter que fechar a universidade”, relatou ele.
Medrano pontuou ainda que a Unir possui hoje oito campi, todos dependem de um orçamento único, sendo liberado verbas apenas com solicitação e justificativa de gastos. Todo o montante pertence a um fundo comum, que é administrado pela Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan)
“O pagamento dessas despesas são para terceirizados, como a segurança, limpeza e manutenção. Outros inclusos nestes 30 % são os alunos bolsistas e os servidores contratados para dar apoio à comunidade surda, e com o corte, não há como subsistir, a única saída seria fechar o campus”, explicou o diretor.
Por ser um momento de muitas incertezas, Jorge afirma que a previsão para ingressos será apenas no ano que vem, até porque já foram feitas todas as chamadas.
“Já vivíamos em uma situação de pobreza, agora com o corte viveremos uma de miséria. E não há possibilidade de unificação, até por questões de distância e especificidades dos cursos”, enfatizou Jorge.
Em relação aos funcionários concursados, a situação não modifica, pois os salários vêm de uma verba destinada a despesas obrigatórias, e mesmo com o campus fechado continuam a rotina de trabalho.
MENSALIDADE
Sobre a possibilidade de ser cobrado uma mensalidade, o professor pontua que seria algo inviável e quase impossível, pois todo o dinheiro vai para o tesouro nacional, nele é feito o calculo e repassado para os campi. Ao seu ver, parte dos cortes é uma forma de acelerar a reforma da previdência.
MANIFESTAÇÃO
Os acadêmicos de todas as universidades e institutos federais do país estão se organizando para ir às ruas no próximo dia 15 de maio, com intuito de mostrar aos representantes sua insatisfação.
Medrano afirma que não haverá adesão da greve no campus de Vilhena, isso porque estão em processo de concurso público para contratação de docentes, e a participação atrapalharia ainda mais o fluxo da faculdade.
MOTIVOS PARA O CORTE
Jorge narra que alguns representantes defendem que o corte é um tipo de punição, isso porque acreditam que dentro das faculdades acontecem determinadas coisas que vão contra a sociedade. “Seria algo errôneo, pois no campus de Vilhena nunca houve este problema. Todas as reivindicações e manifestações sempre foram pacíficas e conscientes”.
FUTURO
Medrano salienta que acertando as questões junto ao MEC, o fluxo de funcionamento seguirá normal. Em relação à abertura do novo curso de jornalismo na capital, o diretor explicou que será adiado para o próximo ano.
Sobre a escolha do curso que substituirá jornalismo em Vilhena, o docente ressalta que não há nada definido, ainda será estudado quais as demandas locais e custos acessíveis a Unir.
Jorge finaliza otimista enfatizando que a Unir já enfrentou muitos outros problemas e se manteve firme durante seus 30 anos de existência, e por isso acredita que isso não irá fazê-la parar.