A festa do Divino Espírito Santo, deste ano de 2019 começou no dia 22 de abril na localidade de Surprea, com o “Batelão do Divino” largando rumo à cidade de Pimenteiras de Oeste, onde deverá chegar na quarta-feira 29 para celebração.
Com 134 anos de comemoração, a festa será comemorada com procissão e missas no calendário da programação religiosa que deve encerrar no domingo 02.
No primeiro dia de festa, às 16h, começa a procissão até a igreja, com o Pároco Padre José Elio. Às 19h será a santa missa.
No dia 30, procissão do mastro acompanhando as atividades da Romaria do Divino.
SURGIMENTO
A Festa do Divino Espírito Santo chegou ao vale do Guaporé em 1894, porém só foi regulamentada pela diocese de Guajará Mirim em 1930 quando Dom Xavier Rey normatizou a romaria, no Vale do Guaporé, sendo a única no Brasil que acontece via fluvial.
A tripulação do Batelão do Divino é formada pelos Remeiros, Cantores, Mestre e Guardião dos Símbolos, durante a peregrinação, este ano visita 41 comunidades ao longo do Rio Guaporé e afluentes pelo lado brasileiro e pelo lado boliviano.
A Festa só alcança o ápice, quando o Batelão chega à localidade de Pimenteiras do Oeste, que vai realizar a festa.
A Festa do Divino Espírito Santo no Vale do Rio Guaporé, na fronteira de Rondônia com a Bolívia, é uma das maiores, senão a maior, manifestação do Patrimônio Imaterial da região. A Irmandade fez o pedido de Registro como Patrimônio Cultural Brasileiro junto ao IPHAN.
O Batelão conduzindo os símbolos sagrados do Divino chegará na localidade de Remanso, Bolívia no dia 5 de junho , às 16 horas. A data é móvel e acontece no dia de Pentecostes, ou seja, 50 dias após o domingo de Páscoa.
FESTA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO
A Festa do Divino Espírito Santo acontece no domingo de Pentecostes, 50 dias depois da Páscoa. A data comemora a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus Cristo e é realizada em diversas cidades do País. Fiéis recorrem ao Espírito Santo com pedidos e promessas, em busca dos mesmos milagres solicitados aos santos da igreja católica.
O Divino Espírito Santo não é santo nem padroeiro, mas uma divindade para agradecer e festejar. É uma força representada pela pomba branca, pelas bandeiras coloridas e pelo mastro, que anuncia um novo tempo por meio da propagação de sete dons: fortaleza, sabedoria, ciência, conselho, entendimento, piedade e temor a Deus. A Festa do Divino é baseada principalmente nas relações de parentesco e vizinhança, que se organizam em mutirões para arrecadar fundos para a própria comunidade.
Embora seja marcada pelos fies religiosos, com procissões, novenas e missas, a celebração do Divino Espírito Santo revela um forte caráter folclórico, com suas tradições e ampla participação popular. Cada cidade que a realiza acrescenta sua cultura na comemoração.
ORIGEM
A celebração do Divino Espírito Santo remonta à Antiguidade, quando os israelitas já cultuavam a divindade durante a Pentecostes. Está ligada à época do fim das colheitas e à distribuição de alimentos. A adoração do Divino estendeu-se até a Europa, durante a Idade Média, até que na Alemanha encontrou boa recepção, transformando-se em festa. O objetivo era arrecadar fundos para amparar os necessitados da época.
A comemoração alcançou Portugal e foi instituída pela Rainha Isabel. Esposa do Rei D. Diniz (1279 – 1325) e canonizada como Santa Isabel de Portugal, ela foi a responsável pela construção da Igreja do Espírito Santo, em Alenquer. Por volta do século XVII, época da colonização, a celebração chegou ao Brasil, com o seguinte ritual festivo, representado como uma profecia uma pessoa – adulto ou criança – era escolhida como Imperador do Divino. Abençoado com o poder do Espírito Santo, o Imperador se tornava puro como uma criança, distribuindo alimentos e soltando presos políticos, trazendo a fartura e o perdão ao mundo.
A Festa do Divino era tão popular no país em 1822 que José Bonifácio, ao escolher o título para D. Pedro I, deu preferência a “Imperador do Brasil” ao invés de “Rei”, inspirado na forte popularidade do Imperador do Divino.