O médico Charles Novaes foi preso na noite desta sexta-feira, 7, acusado de cobrar por procedimentos de exame (Ecocardiograma) dentro do Hospital Regional (HR) de Vilhena.
Ele foi preso após denúncia formalizada pelo diretor do próprio HR, Faiçal Akkari, e os médicos Romualdo de Andrade e Marco Túlio, o primeiro diretor clínico do HR e o segundo Delegado do Conselho Regional de Medicina.
Os profissionais de saúde levaram o caso à Unidade Integrada de Segurança Pública (Unisp) e, acompanhados de militares, foram até o HR.
Conforme o Boletim de Ocorrência (BO) 102273/2019, uma das vítimas, Marina de Araújo, relatou que Charles solicitou de seus familiares o pagamento de um exame de Ecocardiograma pelo valor de R$ 380,00, o qual teria que ser pago em sua clínica particular mediante entrega de um recibo, sendo este pago pelo esposo da vítima, Nelson Amansio, no período da tarde. Marina informou que à noite Charles levou-a em uma sala dentro do HR e realizou o referido exame em um aparelho móvel.
Segundo o BO, outro fato semelhante foi constatado tendo como vítima José Castilho Correia, pai da testemunha Ivone Castilho Correia. Charles foi localizado, mas negou qualquer esclarecimento dos fatos.
Ainda no HR, a polícia abordou uma servidora identificada como Tallulat Auxiliadora da Silva que estava levando um aparelho móvel de Ecocardiograma em um veículo. Indagada, ela respondeu que o equipamento pertence ao Charles e que ela foi solicitada para prestar auxílio na realização dos exames dentro do HR no período noturno e que, após os procedimentos, ficaria incumbida de levar o referido aparelho no carro do médico.
Os policias fizeram revista na maleta onde é carregado o aparelho e foram encontrados dois laudos de exames em nome das vítimas. O médico foi preso, mas foi levado à Unisp sem necessidade do uso de algemas.
O CRIME
O BO foi registrado pelo crime de Concussão, que, de acordo com o descrito no art. 316 do Código Penal Brasileiro, é o ato de exigir para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. A pena é de reclusão e vai de 2 a 8 anos.
O Extra de Rondônia deixa espaço do médico para eventuais esclarecimentos do caso.