A ampliação do conceito de bem-estar animal está fazendo o produtor enxergar que aplicar boas práticas traz benefícios que além da ética na produção animal, como também retorno financeiro.
Foi um dos destaques da entrevista da pesquisadora Fabiana Villa Alves, da Embrapa Gado de Corte, exibida pelo Giro do Boi nesta sexta 14. O vídeo faz parte de mais um episódio da série especial Embrapa em Ação.
Fabiana afirmou que o conforto térmico é um dos principais pilares do bem-estar animal para a pecuária praticada nos trópicos por conta da influência do clima quente na produção. A pesquisadora destacou que o calor em excesso altera as fisiologia dos bovinos, o que faz com que eles utilizem mecanismos para regular a temperatura, deslocando a energia que poderia ser usada para ganho de massa muscular, deposição de gordura e reprodução, por exemplo.
Atualmente a pesquisa já correlaciona conforto térmico ao aumento de produtividade. Fabiana lembrou que já foram feitos estudos que detectaram aumento da taxa de prenhez, redução de abortos e aumento de 50% no número óvulos viáveis em novilhas com acesso ao sombreamento na comparação com as demais fêmeas. Em confinamentos, já ficou comprovado também aceleração do ganho de peso de lotes em baias com sombrite.
E neste cenário, a integração da pecuária com a floresta, fornecendo sombreamento, desempenha papel fundamental. “Estudos indicam diminuição de temperatura do ar de até 12º C, dependendo da árvore que eu uso. Isso em termos práticos é como se eu ligasse um ar condicionado nesse pasto”, comparou a pesquisadora. A integração reforça também a sustentabilidade da pecuária, acrescentou Fabiana, pois pode reduzir em até 20% o uso de água pelo sistema produtivo.