Carlos Ghosn / Foto: Divulgação

O brasileiro Carlos Ghosn se tornou um dos executivos mais famosos e admirados do mundo.

Salvou da falência duas grandes empresas automobilísticas: a Renault, na França, e a Nissan, no Japão. Há 20 anos dirigia as duas empresas, em aliança com a Mitsubishi. Mas, em novembro do ano passado, quando foi preso no aeroporto de Tóquio, Ghosn passou de herói a vilão.

O executivo é acusado pelos promotores japoneses por quatro crimes de “má conduta financeira”. Ele teria desviado fundos da Nissan em benefício próprio.

Ghosn ficou num presídio em que estão condenados à morte. Em entrevista ao Fantástico, a mulher dele, Carole, diz que o marido foi maltratado na prisão.

“Ele ficou 130 dias numa solitária, interrogado diariamente sem a presença de um advogado. A luz da cela acesa o tempo todo. Só podia dormir numa determinada posição. Banho só duas vezes por semana. Proibido de usar relógio. Isso é abuso mental para obrigar o preso a confessar um crime que ele não cometeu”, afirma.

No momento, o executivo está vivendo em Tóquio, numa casa alugada onde é constantemente monitorado. E está proibido de ter qualquer contato com a mulher. “É desumano. Ele não pode me ver quando ele mais precisa de mim e eu preciso dele”, reclama Carole.

Os dois estão juntos desde 2013 e se casaram em 2016 no Palácio de Versalhes, em Paris. Dois anos antes do casamento, o casal recebeu convidados nos salões do mesmo palácio para uma festa digna de reis. O vídeo vazou para a imprensa este ano e causou espanto.

Para Carole, isso é parte de uma campanha contra marido: “É chocante, chocante. Tudo isso é parte de uma campanha global para assassinar o caráter do meu marido. É uma caça às bruxas. Por isso estou aqui para contar nosso lado da história”.

Antes de ser preso pela última vez, em abril, o ex-presidente da Nissan tinha gravado um vídeo em inglês, acusando executivos da empresa de armarem contra ele. Carole reforça a declaração: “Meu marido planejava a fusão da Nissan com a Renault e os japoneses não queriam isso. Queriam se livrar do meu marido e armaram esse processo. É tudo política, poder e dinheiro.”

NASCEU EM GUAJARÁ-MIRIM

De família Libanesa, Carlos nasceu em Guajará-Mirim e, quando tinha quase de 2 anos, ficou doente ao beber água insalubre e os seus pais mudaram-se com ele para o Rio de Janeiro. Lá, ele não recuperou-se totalmente e, em 1960, aos 6 anos, mudou-se com a sua mãe e irmã para Beirute, Líbano, onde a sua avó paterna morava. Carlos concluiu o ensino secundário na escola jesuíta. Mais tarde, concluiu os seus cursos preparatórios em Paris.

sicoob

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