As principais entidades sindicais prometem investida contra o projeto de lei que regulamenta a demissão de servidores públicos. O texto foi aprovado na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, nessa quarta-feira 10, e pode ir a plenário.
Se a matéria for aprovada como está, os servidores concursados poderão ser dispensados por “insuficiência de desempenho no trabalho”. A regra desagrada a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) e Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate).
Agora, eles prometem partir para corpo-a-corpo com parlamentares para impedir a aprovação do projeto. Os concursados adquirem estabilidade após três anos de serviço e avaliações periódicas de desempenho. A partir daí, só podem ser demitidos por decisão judicial ou processo administrativo disciplinar.
O projeto quer mudar essa regra e permitir que o superior imediato fique responsável pela dispensa. “A estabilidade não é uma blindamento. Não preserva do mau servidor ser demitido. Achamos que é mais uma instrumento para colocar o trabalhador no canto da parede’, reclama o secretário-geral da Condsef, Sérgio Ronaldo.
Para ele, o projeto tem vício de iniciativa. “É um projeto descabido, com origem não adequada. Um tema desse tem que ser do Executivo, não de um senador ou deputado”, continua.
“MARGEM PARA PERSEGUIÇÃO”
Presidente do Fórum Nacional das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, acredita que o projeto não atende as necessidades do serviço público. “Acreditamos que deva haver alguma espécie de mensuração de resultados, mas a própria iniciativa privada, que influenciou o projeto, já abandonou esse modelo há mais de uma década”, critica.