Coluna escrita por Sérgio Pires/Foto: Ilustração

Um Presidente atento, que ouviu compenetrado, as reivindicações a ele levadas. Um Presidente bem humorado, que riu várias vezes e chegou a dar até uma gargalhada, ao ouvir um comentário do seu ministro das Minas e Energia. Um Presidente solidário, que garantiu ao grupo visitante que analisaria cada um dos pedidos com a maior atenção e atenderia tudo o que for possível atender. Esse seria um bom resumo do encontro histórico, ocorrido nesta terça (30), no Palácio do Planalto, quando pela primeira vez um Presidente da República recebeu uma grande comitiva de representantes de um único Estado.

O grupo rondoniense, de cerca de 30 pessoas, foi liderado pelo vice governador Zé Jodan e pelo deputado federal Coronel Chrisóstomo, que conseguiu a audiência com Jair Bolsonaro. Na turma rondoniense, entre empresários e políticos, como o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, estava presente o empresário César Cassol, um empreendedor que consolidou negócios na Bolívia e que, em nome dos rondonienses e bolivianos, pediu a instalação de dois portos na fronteira. César, aliás, foi um destaque no encontro. Primeiro, tinha 3 minutos para falar e falou por 14 minutos. Depois, quando chamado de “o Pitt Bull de Rondônia” pelo ministro das Minas, general Bento Albuquerque, o apelido ao empresário de Rolim de Moura mereceu uma gargalhada do Presidente. O clima do encontro, no geral, foi muito melhor que o esperado.

Na reunião com Bolsonaro, o empresário de Vilhena e correligionário do Presidente, Jaime Bagatoli, teve dois momentos importantes.  No primeiro, durante a reunião, quando ele fez uma explanação rápida sobre o agronegócio de Rondônia e as maiores necessidades do setor. Depois, quando foi recebido num encontro a dois, só entre ele e Bolsonaro. Os temas conversados a portas fachadas não foram divulgados, mas é claro que giraram em torno da divisão política que está havendo no PSL rondoniense e numa provável candidatura de Jaime à Prefeitura de Vilhena. Outro destaque do encontro foi um tema muito caro a Bolsonaro: a questão ligada às riquezas minerais da Amazônia, como as reservas de ouro e diamantes que temos por aqui.  O empresário Francisco Holanda falou sobre o tema. O Presidente ficou surpreso, quando foi informado que um dos metais mais raros do mundo, aquele usado em espaçonaves, em computadores e celulares, o nióbio, é uma das riquezas rondonienses. Temas como a duplicação da BR 364 e asfaltamento da BR 319 também fizeram parte da pauta. O grupo de Rondônia saiu extremamente satisfeito do encontro. Agora, tem que se acompanhar e cobrar a transformação de compromissos em realidade, para que questões prioritárias do Estado sejam atendidas. Que a boa vontade do Presidente seja transformada em realizações, para atender os importantes pleitos que ouviu, nesta terça.  E que ele venha mesmo a Vilhena, como está programado na sua agenda, para o próximo 19 de setembro, para abrir o projeto da colheita nacional da soja, já trazendo respostas para nossas reivindicações.

A VIOLÊNCIA E A DESUMANIDADE

Não é só as ruas. Nas redes sociais, é impressionante o número de comentários comemorando quando um bandido é morto pela polícia e pela reação de suas vítimas. Nessa segunda, uma tentativa frustrada de assalto contra um motociclista (que levava sua esposa e uma criança na moto), no bairro São Francisco, em Porto velho, acabou com um dos criminosos morto e outro gravemente ferido. A vítima reagiu à bala e feriu os dois. Um dos criminosos chegou a pedir ajuda, desesperadamente, mas acabou agonizando e morrendo no meio da rua, já que ninguém o socorreu. O outro, também baleado, só escapou da morte porque a PM chegou a tempo e o levou para o hospital. Além de não tentar ajudar o gravemente ferido, a população ainda demonstrou repulsa contra o outro, que sobreviveu. Nas redes sociais, chega a assustar o volume de comentários de pessoas comemorando a morte do marginal. Teve também gente protestando contra o fato da PM salvar a vida de um bandido. A desumanidade dos criminosos, lamentavelmente, chegou também a pessoas de bem. Quando alguém comemora a morte violento de outro, é porque não há mais sentimentos de humanidade. A violência está transformando os brasileiros. Por aqui também. Lamentavelmente.

A VISÃO SOBRE OS GARIMPOS VAI MUDAR

Não foi nenhuma novidade. Por óbvio, o assunto merece ser sempre tratado, discutido, colocado na mesa das prioridades regionais. Nos encontros que tem realizado aqui e fora daqui, incluindo reuniões com o presidente Bolsonaro, para tratar do tema, entre vários outros, o governador Marcos Rocha acena com a possibilidade de mudar completamente a forma como é tratada a questão dos garimpos no Estado. Em sua recente visita ao Acre, novamente ele bateu forte na luta contra o contrabando de ouro e diamantes, lembrando dos enormes prejuízos que Rondônia e a região têm, com a evasão de divisas e a perda de milhões e milhões de reais, quando nossas riquezas são levadas embora, sem que os verdadeiros donos delas, os rondonienses e os brasileiros, nada recebam em troca. Apenas nas últimas semanas, em operações localizadas da Polícia Rodoviária, nas estradas rondonienses, foram apreendidas milhares de pedras de diamantes, roubadas daqui e levadas para outros Estados e outros países, por quadrilhas especializadas. Nem um só centavo de toda essa riqueza fica em Rondônia.

A NOSSA RIQUEZA JÁ TEM DONO!

Marcos Rocha diz que vai trabalhar duro por mudanças em relação aos garimpos e que não aceitará pressões internacionais, sejam quais forem, para que deixemos sair o que é nosso apenas pelas mãos de criminosos. Ele está ao lado de Bolsonaro na questão de liberação dos garimpos, claro que devidamente controlados, também em áreas indígenas. Outra questão que o Governo do Estado precisa rever é em relação ao garimpo nos rios da região, incluindo o rio Madeira, que ainda tem toneladas de ouro em seu leito. A garimpagem continua sendo feito, só que se forma ilegal e sem controle sobre as agressões ao meio ambiente. Com fiscalização dura e permanente, com a proibição do uso do mercúrio, maior de todos os poluentes, com rígido controle sobre a produção e a captação de impostos, os garimpos de ouro põem representar um salto na arrecadação do Estado, sempre se ressalvando a necessidade de total cuidado com o ambiente. É nessa direção que o Coronel Rocha e seu governo estão pensando. Tudo leva a crer, enfim, que os estrangeiros que defendem a malandragem, a exploração do que não é deles, a liberalidade para que os garimpos sejam fechados, menos para os contrabandistas, dessa vez vão sair corridos daqui. Como já deveriam ter sido há anos. A nova mentalidade aponta para o uso das nossas riquezas em nossos benefícios. Eles que vão procurar ouro e diamantes em seus países. Aqui já tem dono!

SÓ NÃO LEVARAM O PRÉDIO

São quase 950 alunos e uma centena de servidores. Mas, na equipe, ninguém responsável pela vigilância. Certamente, por isso, a Escola Estadual Maria Carmosina, no bairro Tiradentes, já foi roubadas tantas vezes. Só em 2014, há cinco atrás, nada menos do que 12 ocorrências policiais foram registradas. Há cerca de um ano, um dos maiores ataques ao educandário: o auditório a escola, que sequer havia sido inaugurado, foi “depenado”. Os criminosos levaram portas blindex, janelas, boa parte da fiação elétrica e, por inacreditável que pareça, levaram também o forro. Um enorme prejuízo financeiro, além de grandes perdas para os estudantes e para o contexto da escola. Mas tanto a direção quanto a comunidade escolar, apoiados pela SEDUC, não entregaram os pontos. A maioria do que foi roubado já foi reposto. Falta ainda a reposição da fiação elétrica. A Maria Carmosina, de certeza forma, simboliza dezenas de escolas rondonienses que vivem cercadas pela insegurança. Apenas câmeras não resolvem o problema. Sem os vigilantes que poderiam cuidar da segurança dos alunos e do patrimônio, as escolas vivem na angústia de perderem mesas, cadeiras,, fogões, aparelhos de TV e ar condicionado, comida da merenda escolar. E até o forro do novo auditório. Está na hora de se começar a rever essa situação. O governo do Estado já estuda a volta da vigilância, senão em todas, ao menos nas escolas mais visadas pelos bandidos. Tomara que isso se decida logo!

DANIEL, O NOME DO SOLIDARIEDADE

O sábado desta semana marca na agenda mais um passo importante em direção às eleições municipais de 2020. Sob nova direção, usando o velho jargão para a mesma empresa, só que com sócios novos,  o Partido Solidariedade realiza seu encontro estadual. A principal missão do partido é oficializar os nomes do ex-governador Daniel Pereira e do ex-deputado Tiziu Jidalias no comando do diretório regional do partido. Mais que isso, a sigla deve abrir caminho para que Daniel seja lançado como pré-candidato à Prefeitura de Porto Velho. Não está definido ainda se Tiziu se proporá a disputar a Prefeitura de sua cidade (Ariquemes) ou não. Daniel começou sua carreira no PT e depois migrou para o PSB. Foi por esse partido que ele acabou sendo indicado por seu então companheiro e líder do partido, Mauro Nazif, para ser o candidato à vice no segundo mandato de Confúcio Moura. Quando Confúcio renunciou ao cargo para disputar uma cadeira ao Senado, Daniel assumiu o Governo por cerca de oito meses. Atualmente, ele é o superintendente estadual do Sebrae. Decidiu trocar de partido  porque poderia ficar sem espaço no PSB, já que o partido, se tiver candidato à Prefeitura no ano que vem, certamente escolherá Mauro Nazif. Daniel foi para a Solidariedade para comandar o partido e ser o nome na corrida pela sucessão de Hildon Chaves. O encontro será sábado de manhã, na sede do Sindsef.

NAMORO FIRME COM O ACRE

O governador Marcos Rocha anda num namoro firme com o governo do Acre. Ele e seu colega, o também governador Gledson Cameli, têm se encontrado seguidamente, para tratar de questões que envolvem os dois Estados. Poucas vezes na historia recente se viu o comandante rondoniense e o acreano falarem a mesma linguagem, como agora. Na semana passada, ao participar de vários eventos no Acre, onde inclusive foi homenageado com a “Ordem da Estrela do Acre”, uma das mais importantes condecorações, o Coronel que comanda o governo de Rondônia disse que somos irmãos do Acre e que os dois Estados devem lutar junto, para enfrentarem  as grandes batalhas que têm pela frente, para melhorar a qualidade de vida de suas populações. Com a participação direta do governo do Amazonas, com o governador Wilson Lima envolvido pessoalmente nas questões regionais, se fortalece ainda mais um bloco regional que pode, unido, ser ouvido com mais atenção pelo Planalto. Marcos Rocha considera empreendimentos como o asfaltamento da BR 319; a duplicação da BR 364 e uma luta conjunta contra o desemprego e a pobreza, metas possíveis de serem vencidas, desde que todos se unam em objetivos comuns. “Tudo se torna menos difícil quando esquecemos os interesses individuais e pensamos no coletivo”, ensinou  o governador rondoniense. Os primeiros passos estão sendo dados, no sentido da luta conjunta pela região. Vamos ver onde eles levarão, daqui para a frente.

PERGUNTINHA

Você acha que o Presidente Bolsonaro anda exagerando em declarações polêmicas, criando uma confusão diferente todo o dia ou que ele é desse jeito mesmo, sempre respondendo de forma agressiva a qualquer crítica?

sicoob

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