Dados pesquisados pela reportagem do Extra de Rondônia junto aos setores da primeira delegacia de Vilhena, responsável por investigar a maioria das ocorrências da cidade, como roubos, furtos, tráfico de drogas, revelam uma triste realidade: enquanto a população e as ocorrências aumentam, investigadores na Polícia Civil diminuem.
Conforme o levantamento, em 2011 existia a quantidade de 21 investigadores. Hoje, oito anos depois, existem apenas 12, uma queda de 38% no efetivo de investigadores.
Em 2010 era de pouco mais de 76 mil habitantes e atualmente há mais de 97 mil, ou seja, um aumento de mais de 27% na população e a diminuição de 38% de investigadores.
Indagado pelo Extra de Rondônia sobre os números, o delegado Fábio Campos, responsável pelo Cone Sul, confirmou que a situação está chegando a um ponto insustentável.
Ele relatou que, com o crime aumentando nas ruas, com organizações criminosas se estruturando, torna-se mais ainda importante e crucial se investir em polícia judiciária.
Para o delegado, sem uma polícia judiciária forte, não se leva o criminoso à justiça. “Esse estrangulamento da Polícia Civil vem da visão daltônica de governos anteriores de que segurança é apenas colocar policiamento nas ruas, mas o resultado está aí, tanto Porto Velho quanto o interior sendo engolidos pela criminalidade, numa visão perniciosa para a segurança pública, porque nenhum outro órgão de segurança pública tem legitimidade nem conhecimento técnico, ou condições para substituir o trabalho da Polícia Civil, um trabalho fundamental para fazer a ponte do criminoso com o judiciário”, disse Campos.
Ele finalizou dizendo que “temos confiança que o cenário deva melhorar nos próximos anos com a segurança pública sendo priorizada no cenário político atual”.