Rondônia possui a segunda maior área cultivada com banana na região Norte / Foto: Divulgação

A Embrapa Rondônia e parceiros realizaram curso teórico e prático sobre o “Sistema de Produção de Banana” para produtores e técnicos em Alto Paraíso, no Vale do Jamari, em Rondônia.

O município vem se consolidando como um dos importantes polos produtores de banana no estado. A proximidade da região com o principal mercado consumidor de Rondônia, que é Porto Velho, tem estimulado a ampliação e a melhoria dos plantios da região.

“O incremento do uso de tecnologias é fundamental para a melhoria da eficiência na produção e, consequentemente, melhores rendas e qualidade de vida para os produtores”, explica o analista da Embrapa Rondônia, Francisco Correa.

Rondônia possui a segunda maior área cultivada com banana na região Norte, com cerca de 9 mil hectares. Mas, apresenta baixa produtividade, com 8,7 toneladas por hectare, ficando distante da média nacional, que é de 14,3 toneladas por hectare.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE 2017), nos últimos dez anos não houve incremento de produtividade da fruta no estado, o que pressupõe uma estagnação no padrão tecnológico.

Neste contexto, o engenheiro agrônomo da Embrapa Rondônia, Davi Oliveira, afirma que essa capacitação ofereceu aos participantes práticas de cultivo que, quando adotadas, podem elevar a eficiência produtiva dos bananais, aumentando o padrão tecnológico da produção da banana no estado.

“Ações como esta também mantêm os técnicos em interação com as bases de dados e publicações da Embrapa sobre a cultura da banana, o que ajuda na constante atualização das práticas em campo”, comenta Oliveira.

Para o técnico da Emater de Alto Paraíso, Marcos da Silva Ribeiro, o curso foi proveitoso. “Foi uma boa reciclagem, pois vai melhorar nas assistências aos produtores e nas identificações de doenças e pragas no campo”.

CURSO

Os participantes puderam ver, na teoria e na prática, durante as 12 horas do curso, as principais ações recomendadas pelo Sistema de Produção de Banana, com destaque para as questões relacionadas à eficiência da atividade, que são o controle de pragas e doenças da bananeira, assim como mercado, comercialização e outros. Assuntos que foram abordados pela equipe da Embrapa Rondônia: José Nilton Medeiros, Davi Melo de Oliveira e Francisco de Assis Correa.

A novidade apresentada a foi o Desperfilhador de bananeira por roto-compressão, também conhecido como “Nova Lurdinha”, ou “Desbrotador de banana”. O aparelho facilita a vida do produtor, prologando a vida útil do bananal.

Desenvolvido pela Embrapa Amazônia Ocidental, o dispositivo substitui a tradicional “Lurdinha”. O desperfilhador reduz em 20% o tempo de operação, quando comparado à “Lurdinha”, e apresenta eficiência de quase 100% na remoção dos brotos, ou seja, não ocorre a rebrota. Assim, evita-se o retrabalho e aumenta o intervalo entre as desbrotas.

A bananeira produz muitos brotos, o que leva ao número excessivo de plantas por touceira, competindo entre si, interferindo negativamente no tamanho dos frutos, o que acarreta redução da produção. O público pode ver este dispositivo em ação durante o Dia de Campo.

O equipamento pode ser encontrado no mercado brasileiro. Duas empresas estão licenciadas para fabricar e comercializar o produto: a Marcassio, de Atalanta (SC), e a Authomathika, de Sertãozinho (SP).

BANANICULTURA EM RO

A banana é a fruta mais popular do mundo, com produção anual de 70 milhões de toneladas. O Brasil é o terceiro maior produtor, com 6,67 milhões de toneladas por ano. Segundo dados de 2019 do IBGE, Rondônia é o quarto maior estado produtor de banana da Região Norte.

A cultura é uma das principais fontes de renda da agricultura familiar rondoniense, consolidando-se como o quarto produto agrícola com maior valor bruto de produção (VBP) de Rondônia, cujo valor estimado para 2019 é de 225 milhões de reais.

Conforme resultados preliminares do Censo Agropecuário de 2017, existem no estado cerca de 3 mil estabelecimentos produtores de banana, considerando somente aqueles com mais de 50 pés plantados. Neste ano a produção estadual foi de 76 mil toneladas, sendo os principais municípios produtores Buritis, Porto Velho, Jaru e Cacoal.

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