Coluna escrita por Sérgio Pires/Foto: Ilustração

Faltou um único voto. Unzinho! Foi ele que derrotou a proposta da deputada federal Mariana Carvalho, do PSDB de Rondônia, que pretendia cancelar o abusivo aumento nas contas de energia elétrica, imposta aos consumidores desde o mês de dezembro passado.

Para conseguir derrubar o Projeto de Decreto Legislativo que faria retornar aos valores de oito meses atrás, o valor pago pelo rondoniense em sua conta de luz, Mariana mobilizou todos os parlamentares da bancada federal na Câmara e teve apoio de muitos outros, de diferentes Estados.

A derrota por apenas um voto, na Comissão de Minas e Energia, acabou se dando pelo pesado lobby praticado por alguns representantes da base do governo, todos de outras regiões do país e também da famigerada Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel, muito preocupada com as empresas e se lixando para os que pagam preços absurdos pelo consumo de energia.  Mas houve apoio de fora, também.

A proposta de Mariana, por exemplo, chegou a ser aprovada em primeira votação, inclusive com parecer favorável do relator, o jovem deputado Rafael Motta, do Rio Grande do Norte. A partir do risco real de verem o decreto legislativo proposto por Mariana Carvalho ser aprovado, governistas, como o presidente da comissão, Silas Câmara, do PRB do Amazonas, conseguiram realizar manobras para que o projeto não fosse ao plenário e acabasse derrotado na própria comissão.

A questão do alto custa da energia elétrica em Rondônia uniu ainda mais a bancada federal, que nesses primeiros sete meses de atuação, tem demonstrado ser uníssona, quando estão em jogo interesses maiores do Estado. Os três rondonienses que compõem a Comissão (o líder da bancada, Lúcio Mosquini e os deputados Léo Moraes e Coronel Chrisóstomo), votaram, todos, a favor do projeto de Mariana.  Mauro Nazif, Jaqueline Cassol, Silvia Cristina e Expedito Neto, também participaram do encontro, discursando para que a decisão fosse favorável aos consumidores rondonienses.

Por pouco não deu certo. O forte lobby do grupo ligado a Aneel, ao governo e que defendia os interesses da Energisa, a nova dona da Ceron, acabou vencendo, embora o tenha conseguido por apena um voto. Mariana anunciou que vai recorrer e que continuará lutando. Certamente, tendo o apoio de toda a bancada federal. Não se pode ficar de braços cruzados, assistindo a cobrança de valores absurdos, como se a conta que a Energisa fez ao comprar a Ceron, tenha que ser paga por seus clientes. O grupo de parlamentares rondonienses já avisou: não vai entregar os pontos. A batalha contra os abusos continuará…

OS SETE MESES DE ROCHA

Marcos Rocha anda sorridente pelos corredores do Palácio Rio Madeira/CPA. Anda pelas ruas de Porto Velho, onde é visto com cada vez mais frequência e em cidades do interior, onde precisa ir mais, com a cabeça erguida. É saudado por onde anda, está comemorando vários avanços do seu governo, que recém fechou o sétimo mês. Principalmente na área econômica, sua administração conseguiu não só manter o que já havia em administrações passadas, mas foi mais longe: ampliou muito mais, fez mudanças importantes, está abrindo portas para o crescimento e para emprego.

Ele mesmo enumerou eventos que tiveram resultados excepcionais. Destacou, por exemplo, a grandeza da Rondônia Rural Show. A primeira edição, em seu governo, teve resultados muito acima do esperado, com repercussão nacional e internacional. Foi lá que nasceu a ideia para que o Tambaqui de Rondônia fosse levado a Brasília, onde teve um dia de grande sucesso, com a distribuição gratuita de seis toneladas e elogios sem fim de todos os que conheceram nosso peixe. Rocha fez questão de falar nas diferenças que resultaram no que chamou de uma das melhores festas do Arraial Flor do Maracujá de todos os tempos.

Ali, onde os preços abusivos impediam muita gente de curtir a festa, a radicalização para que não fosse cobrado nada além dos preços praticados no mercado, para a alimentação e um parque de diversões para crianças que cobrava apenas 3 reais (antes, chegava a mais de 10 reais por pessoa), ajudaram a mudar a mentalidade do evento e atraiu muito mais gente.

MAIS EMPREGO, MAIS RENDA…

Agora, Rocha surpreendeu, anunciando ainda para esse ano a volta da feira agropecuária de Porto velho, que era chamada de Expovel, mas terá que trocar de nome. Num tempo recorde, a feira está sendo preparada para ser realizada no mês de outubro, no Parque dos Tanques. Essa movimentação toda representa avanços na economia, mais emprego, mais renda. Isso sem contar o aumento significativo da arrecadação, já registrado pelos cofres públicos do Estado.

Some-se à contenção de despesas, ao combate duríssimo à corrupção, a cortes em áreas não prioritárias e se concluirá que há, sim, realizações importantes, em tão pouco tempo. Tudo está bem? Claro que não! Ainda há deficiências na saúde, onde pôr mais eu se melhore, é como enxugar gelo: mais há para fazer. A construção do Hospital de Pronto Socorro da Capital torna-se cada vez mais premente. Dinheiro já tem. O Tribunal de Contas destinou 50 milhões de reais, economizados de seus custos, para o hospital. A Assembleia, que tem sido parceira do Estado, entrará com uma parte dos 30 milhões que economizou. Há ainda graves problemas nas rodovias, muitas delas semidestruídas e cheias de buracos, há longo tempo. Marcos Rocha elogia o DER, pelo trabalho que vem realizando, mas há enormes desafios pela frente.

Há sim algumas dificuldades nas relações com a Assembleia, embora hoje a situação já tenha melhorado muito. Há enormes desafios para o Governador que assumiu em 1º de janeiro, inclusive sob muitos olhos desconfiados, imaginando que, por inexperiente, Rocha não conseguiria se firmar no poder. Até agora, ele mostrou justamente o contrário. Não é um político tradicional, mas age com lisura, fala com o coração e faz o governo andar. Dará tudo certo? Só se saberá daqui a três anos e meio. Mas que o começo é auspicioso, é sim!

DEPUTADOS VOLTAM A MIL

A Assembleia Legislativa voltou com tudo. Já na primeira sessão, limpeza total pauta, com reuniões no plenário que foram quase até ás nove da noite de terça. Entre as votações, foram seis vetos do Governador a vários projetos.

Todos os temas debatidos foram de importância para o Estado, mas, sem dúvida, aquele que mais merece destaque é autorização para a criação do Fundo especial que vai captar recursos para a construção do Hospital de Pronto Socorro de Porto Velho. O Fundo já vai começar com 50 milhões de reais doados pelo Tribunal de Contas do Estado, que os economizou para ajudar a obra e com parte dos 30 milhões de reais economizados pela própria Assembleia.

Parte dos valores desses recursos serão destinados pela ALE para o Hospital de Ji-Paraná e outras entidades de assistência à saúde. A criação do FUNHEURO (embora o nome do novo Hospital não seja mais Heuro, como programado no governo de Confúcio Moura), vai possibilitar também que pessoas físicas e jurídicas contribuam para a obra. O governador Marcos Rocha, por exemplo, já anunciou que destinará parte do seu salário para abastecer o Fundo.

SEM ALARDE, SEM CHANTAGEM!

Outro assunto polêmico que foi encerrado pelos parlamentares foi um pedido de cassação do governador Marcos Rocha, fazendo com que os deputados perdessem tempo com esse factoide, embora ele esteja previsto na Constituição do Estado, já que tiveram que debater o assunto. O pedido baseou-se no fato de que o Governador teria nomeado seu secretariado e dirigentes de estatais sem o aval da Assembleia, contrariando a legislação estadual.

Como ficou claro que não houve má fé, o assunto está encerrado. A Comissão de Constituição e Justiça do Parlamento optou pelo arquivamento do processo. O presidente Laerte Gomes, depois da decisão, comentou o caso e fez uma espécie de desabafo. “A Assembleia jamais usou esse processo, em momento algum, para fazer qualquer tipo de manobra ou de chantagem, como alguns chegaram maldosamente a insinuar.

Mandamos a matéria para a CCJ apreciar, sem alarde, como determina nossa Constituição. Fizemos tudo dentro da filosofia de exercer nosso mandato com responsabilidade, fiscalizando e apoiando o que for bom para o Estado, rejeitando o que entendermos não ser proveitoso para a população”. Disse tudo!

DUDU, UM PRESENTE PARA A ZONA SUL

A zona Sul da Capital ganha um ginásio esportivo quase novo. Dezesseis anos depois de ter recebido a última pintura, o ginásio Dudu, na avenida Jatuanara, reabre suas portas nesta sexta. Está irreconhecível, por todas as inovações que recebeu. A secretária de esportes, Ivonete Gomes, anda que é só alegria, ao ver o resultado de um grande trabalho conjunto com outras secretarias da Prefeitura e mão de obra própria.

Os vestiários, inúteis há uma década, foram todos renovados. Tudo está cheirando a novo, para ser entregue à comunidade. O piso da quadra é feito agora com pintura epóxi. O palco está renovado. As laterais foram fechadas. Do lado de fora, o Dudu ganha academia ao ar livre, doada pela vereadora Joana Holder, uma série de escolinhas esportivas vão funcionar no local.  Aliás, há que se fazer justiça pelo trabalho, à base de grande esforço pessoal, dedicação total e corrida para realizar as coisas, quase sempre sem recursos, da secretária Ivonete Gomes.

Sua secretaria, embora pequena, tem sido fundamental para ajudar novos e antigos atletas porto velhenses a terem uma nova perspectiva em suas atividades. Os resultados de atletas locais em competições regionais e nacionais são apenas uma prova disso. Sem grana, mas com criatividade e esforço, Ivonete tem mostrado a que veio. A área dos esportes na Prefeitura de Porto Velho, está em boas mãos, sem dúvida alguma.

PARA NÓS, NÃO TEM POLÍCIA!

Faltam policiais nas ruas. A violência toma conta da vida da população. Rondônia precisaria, urgente, de pelo menos mais algumas centenas de homens e mulheres da lei, para nos proteger. Não se vê viaturas nas ruas. Não se vê homens e mulheres fardados, coibindo o crime, patrulhando as cidades rondonienses. Mas para ações que são consideradas prioritárias, sabe-se muito bem por quem, então se consegue, em pouco tempo, reunir uma centena de policiais, civis e militares, para atender a uma ocorrência localizada.

Quando o caso envolve o o Ibama, aquele órgão dominado por petistas, o caso tem prioridade sobre todos os demais cidadãos. Pois reuniram-se num distrito da pequena Espigão do Oeste, nessa semana, mais de uma centena de policiais, tirados das ruas das cidades, certamente, para prender sete suspeitos de terem incendiado um caminhão que iria abastecer o helicóptero do Ibama, que faz a fiscalização em áreas ilegalmente invadidas.

Ou seja, para cuidar do cidadão comum, não tem polícia. Mas, para atender a uma micro ocorrência, tira-se o que ainda tem disponível para a segurança pública, para atender apenas os interesses do órgão.  E assim continua o Brasil, que alguns teimam em dizer que está mudando. Mudando onde, cara pálida?

ENROSCOU O ENROCAMENTO

O caso do enrocamento do rio Madeira, na altura da Praça Madeira/Mamoré, está, com o perdão do trocadilho infame, “enroscado”. Depois que parte das pedras colocadas na barranca do rio foram parar no fundo do Madeirão, engenheiros, técnicos, responsáveis pelo projeto e pelas obras. estão arrancando os cabelos, tentando achar uma solução para o caso. Nessa terça, várias entidades, instituições e representantes da Prefeitura, Santo Antônio Energia (responsável pelo investimento na obra) se reuniram, a pedido do vereador Aleks Palitot, para discutirem uma saída para a situação.

Ministério Público Federal e Estadual; Procuradoria Geral do Estado; Fundação Cultural; Iphan e outras entidades debateram por horas o problema. A Santo Antônio marcou nova reunião, onde detalhará as propostas para tentar resolver o caso do enrocamento. Não se sabe ainda se ele terá solução definitiva. Por enquanto, as obras estão paralisadas. O caso ainda vai longe e certamente atrasará os planos da Prefeitura em recuperar toda aquela área, principal patrimônio de Porto Velho e da história de Rondônia.

PERGUNTINHA

Será que a comunidade da Zona Sul vai adotar o ginásio Dudu, totalmente reformado e cuidar dele, não permitindo atos de vandalismo e destruição do patrimônio que é só deles, moradores daquela área da Capital?

 

sicoob

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