Há alguns dias circulam por redes sociais questionamentos acerca do destino dado a pouco mais de 280 m3 de madeira serrada apreendidas pelo IBAMA em Espigão do Oeste e doadas para a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) de Vilhena.
De acordo com as denúncias, o material teria sido desviado para outros fins, burlando o que foi estabelecido no termo de doação.
Devido ao volume do produto doado e a quantidade de madeira localizada que está no pátio de uma escola municipal, o vereador Carlos Suchi (PODEMOS) comunicou na manhã da quarta-feira, 21, a situação na Delegacia de Polícia Federal da cidade para averiguações.
A reportagem do Extra de Rondônia esteve no IBAMA onde a informação concedida é que não há, por enquanto, evidências de irregularidades, mas é preciso aguardar a prestação de contas obrigatória cujo prazo pode estar vencido.
O termo de doação nº 569357 foi expedido em 26 de fevereiro deste ano, e discrimina onze tipos de madeira serrada que foram repassados à SEMED na ocasião, detalhando a metragem de cada uma das espécies.
O volume todo é considerável, chegando a 281,4 m3, quantidade suficiente para carregar cinco carretas do tipo bi-trem. Essa madeira deveria ser usada para serviços de reformas e obras exclusivas da secretaria, mas até agora ainda não foi explicado o que foi feito com o material, segundo a assessoria do vereador.
Suchi garante que não está acusando ninguém de nada, apenas querendo esclarecimento do fatos. Ele informou que o próximo passo é apresentar requerimento a fim de que a SEMED apresente as informações. “Faço isso porque me preocupei ao ver a pequena quantidade de madeira estocada no pátio da Escola Ângelo Mariano Donadon, muito inferior ao volume doado pelo IBAMA, e devido a grande repercussão que essa história está tendo nas redes sociais sem que a prefeitura se manifeste”, disse o vereador ao Extra de Rondônia.
Na sede local do IBAMA o site foi informado que existe a obrigatoriedade da prestação de contas acerca da doação, desde a retirada do material do local da apreensão, até o destino final do produto. Não é necessário fazer isso passo a passo, mas há um prazo estabelecido para que isso aconteça. E é justamente neste quesito que há uma dúvida: segundo servidor que falou com a reportagem o prazo é de 120 dias, e em seu ponto de vista não está vencido. Só que não, pois se a doação aconteceu em 26 de fevereiro, o relatório sobre a destinação do material teria que ser entregue, no máximo, até início de junho, se o prazo for mesmo de quatro meses, e já estamos chegando ao final de agosto.
O IBAMA informou também que em doações anteriores ao Município não foi constatada nenhuma anormalidade, por isso a prefeitura de Vilhena está apta a continuar recebendo material. Há, inclusive, um novo termo de doação sendo encaminhado, desta vez especificamente a Escola Municipal Castelo Branco, com mais 24 m3 de madeira serrada, que deve ser liberado nos próximos dias.