A tentativa do prefeito Eduardo Japonês (PV) de fazer com que os vereadores aprovassem em regime de urgência reconhecimento de dívida de mais de R$ 34 milhões, e acordo com a companhia elétrica, projeto que se está se transformando numa queda de braço nos bastidores institucionais, deu errado pela segunda vez consecutiva em Vilhena.
A Câmara não aceitou que o acordo feito pelo prefeito e a Energisa fosse empurrado goela abaixo, e um pedido de vistas do vereador Samir Ali (PSDB) adia a decisão por algumas semanas. “Não tenho certeza que essa proposta traga benefícios ao Município e é preciso avaliar com cautela a medida”, disse o parlamentar acerca da questão.
Em princípio, a medida seria benéfica ao Município, uma vez que resolveria definitivamente um problema que se alonga por duas décadas com generoso abatimento. Porém, assim mesmo se trata de uma conta de mais de R$ 34 milhões, portanto é preciso cautela e ponderação antes de ser aprovada. Até porque se trata de uma empresa que também não pode ser considerada um primor no cumprimento de suas obrigações, tanto que recentemente foi assunto de debate na Assembleia Legislativa em virtude de dívidas fiscais através do pronunciamento do deputado estadual Ismael Crispim (PSB).
O consenso é que a empresa é boa para cobrar, mas na hora de cumprir seus compromissos deixa a desejar.
Mas o que está em questão, na verdade, é a forma como o Executivo vem mantendo a relação com o Parlamento, dando impressão que o prefeito faz as coisas de forma unilateral e depois exige anuência imediata dos vereadores.
Neste caso específico toda a negociação entre a prefeitura e a empresa aconteceu sem nenhuma consulta prévia ou participação da Câmara no debate. “Não é assim que as coisas funcionam. O prefeito não pode tomar sozinho medidas impopulares, e assumir uma dívida de R$ 34 milhões sem contestação do caso, e depois querer dividir o prejuízo político com os vereadores. Ele não é o dono da cidade”, disse um vereador ao Extra de Rondônia, pedindo a preservação de seu nome.