Após semanas de polêmica, o prefeito Eduardo Japonês (PV) decidiu recuar em sua proposta de negociação de dívidas do Município com a companhia de energia, no valor de R$ 34 milhões, e retirou do Legislativo projeto de Lei neste sentido que tramitava na Câmara de Vilhena.
A decisão foi confirmada por vereadores nesta terça-feira, 17, entre eles Samir Ali (PSDB), que era um dos mais arredios quando a aprovação intempestiva da matéria, como o Chefe do Executivo desejava.
Com a retirada definitiva do projeto, fica aberta a oportunidade para os parlamentares se aprofundarem na questão e entender o mistério que ronda o fato do prefeito requerer a aprovação do projeto em regime de urgência (leia AQUI e AQUI).
Samir Ali conversou com o Extra de Rondônia na manhã desta terça-feira 17, afirmando que este desfecho momentâneo do caso deverá ser assunto da sessão ordinária desta noite.
Ele frisou que não considera a situação como um enfrentamento meramente político, reiterando que se trata apenas do jogo institucional, com casa ente fazendo o seu papel. “O Executivo tem autonomia e motivação para apresentar as proposituras que julga pertinente, enquanto a Câmara também dispõe de autoridade para concordar ou não com elas. É algo absolutamente normal num ambiente democrático como o vigente em nosso país”, disse o vereador.
Mas, apesar da trégua, o assunto não está esgotado. A iniciativa do prefeito Eduardo Tsuru em trazer à discussão um caso que se arrasta há muitos anos sempre cercado de controvérsia abriu caminho para o esclarecimento de vários pontos obscuros na relação entre o Município e a antiga Ceron.
Requerimentos apresentados pelo próprio Samir Ali na sessão da semana passada pedindo explicações sobre a conduta de agentes públicos com relação ao caso podem elucidar situações incomuns e dar encaminhamento devido para se esclarecer ações do passado, podendo até resultar em responsabilização de ex-gestores caso se confirmem irregularidades (leia AQUI).
A partir de então será possível proceder uma negociação clara e legítima entre o Município e a companhia de energia, com maior participação da comunidade e seus representantes legais.