Coluna escrita por Sérgio Pires/Foto: Ilustração

O governador Marcos Rocha evita entrevistas à mídia tradicional. É uma característica sua. Prefere escrever o que pensa nas redes sociais, embora, é claro, o alcance seja muito, mas muito menor.

Mesmo assim, mantém essa decisão. Nessa semana, usou a mesma ferramenta para mandar vários recados, alguns bastante duros. Começou fazendo um resumo da sua série de encontros pelo centro do país, na semana que termina. Prestou contas, ao menos ´an passant´, das suas atividades. Fez ainda comentários duros, embora enigmáticos, pois não se sabe a quem e a que se referia. Escreveu, por exemplo: “Hoje minha prioridade maior é reorganizar Rondônia dentro da honestidade e da justiça.

Porém, nosso Estado é um lugar com muitas arbitrariedades. Pela primeira vez estamos tendo a chance de ter este formato, enfrentando os problemas centrais. Sabemos que não vai ser fácil, tampouco tão rápido como gostaríamos”. No mesmo texto, o Governador rondoniense elogiou o presidente Bolsonaro, com quem esteve no encontro com empresários e lideranças no Brasil Investment Forum 2019, em São Paulo e reafirmou novamente seu apoio e fidelidade.

“Vejo no presidente Jair Bolsonaro um homem honesto, enfrentando o mundo para mudar uma roda que prejudica o Brasil há anos. Conheço sua hombridade. Jamais o deixarei desguarnecido, como muitos podem fazer por conveniência. Essas pessoas realmente não querem mudar o país, mas apenas surfarem em cada onda. Estou com Presidente. Ficarei do lado do Brasil!”

Ele também escreveu que esteve em missão “buscando resolver a questão do Beron”, além de  captar recursos fundamentais para agricultura;  cessão onerosa do pré sal; adiantando a regularização fundiária e trabalhando para corrigir nossa matriz energética do Estado, dando continuidade às agendas que aconteceram na última semana no Estado”. Marcos Rocha acrescentou que “conversei com o Presidente Jair Bolsonaro, com a Ministra Tereza Cristina e com o Ministro Ramos”.

Como não deu informações sobre os resultados dos encontros, já que os detalhes também não foram divulgados pela assessoria de imprensa, certamente haverá novos informes, sempre pelas redes sociais, dando conta do que foi acertado e dos avanços dos temas. O que se sabe é que, em relação à regularização fundiária, o assunto está caminhando de uma forma muito mais célere do que o foi em anos passados. Já sobre as negociações envolvendo a dívida do Beron e a cessão do pré sal, não há qualquer detalhe que possa representar alguma informação concreta sobre os temas.

ENERGIA E CRÍTICAS AOS PRIVILÉGIOS

Horas depois da primeira postagem, Rocha voltou a atacar o que considera o alto preço da energia elétrica. Escreveu: “sou totalmente contra o valor da energia elétrica que pagamos. A Energisa é uma empresa privada. Não é mais de competência Federal. A privatização aconteceu em 2018, no governo Temer. Não foi nossa administração (minha e do Presidente) que fez o contrato de privatização da empresa. Existem duas possibilidades: o contrato permitiu brechas para o exorbitante reajuste ou a empresa está descumprindo o acordado”.

E assinalou: “Jamais vou tomar partido de uma empresa privada”. Depois, prosseguiu, mandando mais recados, embora não esclareça quem seriam os alvos: “Reafirmo: eu e o Presidente trocamos nossa paz para cumprirmos esta missão. Todas as pessoas de bem que confiam na gente, sabem disto. É claro que tem gente contrariada, que deseja tirar proveito de mazelas e inventar mentiras para crescer nelas. Cortei muitos privilégios. Não estou aceitando negociatas, pois sei que prejudicam a população. Tenho sido austero nos gastos para garantir um Estado sério e eficiente. Estou aqui unicamente para servir nossa gente, sem politicagem”.

EXONERAÇÃO E PROCESSO CONTRA CORRUPTOS

Emendou: “Não tenho a habilidade de comunicação do Presidente Bolsonaro, mas os objetivos são os mesmos. Apesar da pressão que recebo para me mudar, ainda estou morando no mesmo apartamento de sempre, com a Luana e meus filhos. Abri mão de regalias. Não tenho sede pelo poder. Na realidade me incomoda o quanto as pessoas mentem apenas para se beneficiarem politicamente. Mas, repito: sou soldado e estou em missão. Vou cumpri-la de maneira digna e exemplar.

Aceitei esse chamado atendendo um pedido do Presidente e o desejo das pessoas de bem, que confiaram em nós e colocaram os rumos desse Estado em minhas mãos. Deus está conosco. Com todos que optam pela retidão! Seremos vitoriosos!”. Mais adiante, avisou que a corrupção será combatida com toda a força no seu governo. “Em sendo verificado qualquer ato de corrupção, favorecimento ou envolvimento em ilicitudes, será ´voadora no pescoço`. Exoneração e processo jurídico. Punição de modo exemplar”. Os recados estão aí. Para quem serão?

QUEM MANDA MESMO?

Papo Furado. Conversa mole. Só discurso. Na realidade, nada mudou. O governo Bolsonaro anunciou, mais de uma vez, que iria combater, de todas as formas, a absurda e doentia legislação, criada nos governos petistas, que autoriza a Polícia Federal e fiscais do Ibama e do CMBio, a queimarem máquinas e equipamentos apreendidos em garimpos e em áreas invadidas. A nova orientação seria no sentido de apreender o material usado ilegalmente, para doá-lo à Prefeituras e instituições, de forma que pudessem se tornar úteis à coletividade.

Um dos argumentos utilizados era de que não havia como retirar as máquinas tratores, caminhões de alguns locais de difícil acesso. Ora, um argumento fajuto. Se entraram, têm sim como sair! Nessa semana, na Reserva Roosevelt, PF, representantes do Exército e da Aeronáutica, entre outros, deixaram bem claro quem manda: queimaram máquinas usadas em garimpo ilegal. É assim o Brasil. O governo eleito nem sempre apita. Quem manda são as leis feitas durante a época em que o Estado começou a ser  aparelhado. Ou seja, tudo continua como dantes, na terra de Abrantes. O governo Bolsonaro ainda não entendeu que o  papo furado, sem ação prática, não funciona…

CPI: LAERTE DIZ QUE NÃO TEME PRESSÕES

O caso Energisa continua na pauta. Assunto de todas as rodas, reuniões, encontros de autoridades. Há muitas informações desencontradas, mas há também situações claras, que precisam ser corrigidas. A empresa, até agora, não tem se negado a abrir suas portas, conversar, prestar informações e dar explicações. Mas a pressão é grande. O presidente da Assembleia, deputado Laerte Gomes, deixou claro essa situação ao discursar sobre o assunto. “Quero dizer à sociedade de Rondônia que a CPI continua firme e forte e que não adiantam pressões; não adianta plantar matérias caluniosas na mídia, tentando desacreditar a opinião pública, nada disso vai funcionar. Esse parlamento não vai se curvar”.

Horas antes, durante encontro com o senador Marcos Rogério e diretores da Aneel, Laerte afirmou, contudo, que jamais houve pressões de parte do Governo ou do governador Marcos Rocha. “O Governador tem agido com muita ética e certamente apoia a CPI, porque o que todos queremos é esclarecer tudo e atender os pleitos da população”.  No discurso, Laerte não deu mais detalhes sobre as pressões que a ALE tem sofrido, por causa da CPI.

A HISTÓRIA FALSA DO FIO PRETO

Sidnei Sandrini, ex funcionário da empresa, denunciou que a Energisa da Paraíba, estaria enganando os consumidores com um tal “fio preto”, que teoricamente burlava o relógio na casa do consumidor, aumentando suas contas de luz. O problema é que Sidnei inventou a história, segundo todas as investigações da polícia, do Ministério Público e outros organismos.

Acabou, no final dos processos, condenado a pagar 20 mil reais de indenização à Energisa e também as custas advocatícias. Toda a história estourou no final de semana em parte da mídia rondoniense. Ou seja, o cara é uma fria. Certamente, com essas novas informações, o Sidnei e sua história fajuta serão desconvidados a depor na CPI na Assembleia de Rondônia, que, é claro,  por sua seriedade, não daria espaço para esse tipo de gente. O depoimento de Sidnei, estava agendado para os próximos dias.

OS “MANOS” VOLTAM A ATACAR

Em Porto Velho, dois ataques. Um ônibus incendiado, um caminhão da Emdur incendiado. Os bandidos ligados a facções criminosas, que querem manter o domínio nos presídios e não aceitam a intervenção das autoridades, estão cumprindo suas ameaças. Teriam queimado também dois caminhões em Ariquemes e estariam preparados novos ataques em Ji-Paraná, segundo vídeo que divulgaram, gravado de dentro da cadeia.

Houve uma reação rápida dos órgãos policiais de Rondônia, inclusive prendendo pelo menos um dos integrantes do grupo, que estocava gasolina para queimar bens públicos e identificando os envolvidos no incêndio aos ônibus. Esses criminosos, que os defensores dos direitos humanos dos bandidos insistem em chamar de “reeducandos”, numa verdadeira ofensa às pessoas de bem desse país, não têm nada a perder. Já estão presos e comandam o crime de dentro das cadeias.

Mantém seus “negócios” de assaltos, mortes, tráfico de drogas como se estivessem na rua. Perdem o que? Absolutamente nada. Já a sociedade está refém deles, aqui em Rondônia e no Brasil afora. Enquanto isso, o pacote anticrime do ministro Sérgio Moro é transformado num traque por políticos que têm medo do enorme tamanho de seus rabos. O que parece é que, por aqui, o final é sempre infeliz e os bandidos sempre saem ganhando.

ELEIÇÕES: 2020 e 2022 ESTÃO CHEGANDO

Os bastidores da política esquenta cada fez mais, principalmente em relação a 2020, mas, também, começam a se mexer para 2022. A disputa das Prefeituras, ao menos nas maiores cidades de Rondônia, será das mais acirradas. Na Capital, entre 12 a 15 nomes estão sendo citados. Três deles continuam despontando, ao menos até agora, como com mais chances: Hildon Chaves, Léo Moraes e Vinicius Miguel. Mas há outras pré candidaturas muito fortes se desenhando. Vencer a eleição municipal nos maiores colégios eleitorais pode significar uma base sólida para 2022. Marcos Rocha e Marcos Rogério seriam os nomes mais quentes até agora. Mas Confúcio Moura pode estar pensando em voltar. E tem mais nomes quentes por aí.

PERGUNTINHA

Você sabia que falta muito pouco para que o ex Presidente Lula saia da cadeia, ficando livre em tão pouco tempo, mesmo com todas as acusações que enfrenta  de ter comandado a maior quadrilha de assaltantes dos cofres públicos da história mundial?

 

sicoob

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