A deputada vilhenense Rosângela Donadon (PDT) está contrariada com a conduta do prefeito de Vilhena com relação a execução das emendas que ela destinou ao Município.
Eduardo Japonês (PV) chegou a devolver recursos destinados à área social, e sua administração é morosa na aplicação de verbas destinadas à saúde, apesar dos problemas e constantes reclamações com relação ao setor.
Apesar de estar com verbas na conta há meses para aquisição de medicamentos, a prefeitura de Vilhena conseguiu usar apenas um terço do dinheiro destinado para tanto; não conseguiu adquirir um tomógrafo mesmo tendo as verbas para o investimento há cerca de um ano; e devolveu ao governo recursos que seriam aplicados na aquisição de uma máquina para produção de leite de soja, apresentando uma justificativa um tanto questionável para tanto (leia AQUI e AQUI).
E como até agora Japonês não apresentou nenhum projeto à deputada, ela entende que ele (o prefeito) não está interessado em alocar verbas para sua administração através do mandato dela.
Em visita à redação do Extra de Rondônia na última semana, a parlamentar manifestou sua contrariedade com relação a conduta do prefeito em entrevistas que concedeu na semana passada à imprensa vilhenense, ressaltando que nas demais cidades da região o comportamento dos gestores é totalmente distinto.
“Tanto que já temos diversas demandas encaminhadas ao gabinete para elaboração de emendas, assim como esta semana participei da solenidade de início de obras partindo de investimentos obtidos através de nosso mandato”, compara Rosangela.
Em virtude desta situação, a deputada afirma que Vilhena pode acabar ficando sem emendas de seu gabinete para o orçamento do próximo ano.
“As verbas são limitadas, e no caso da não utilização o dinheiro retorna ao governo, e nada garante que poderá ser reencaminhado ao Município para outros fins, como tentam fazer com que a população acredite. Então eu tenho que destinar verbas para prefeitos que realmente vão usufruir dos recursos para beneficiar a população de forma eficiente, dentro dos prazos estabelecidos”, argumenta a parlamentar.
Rosangela deixa bem claro que não concordou com o posicionamento da administração de Eduardo Japonês com relação a devolução das verbas para compra da usina de produção de leite de soja, mais conhecida como “vaca mecânica”.
“Eu concordo que a prefeitura tem que apoiar os produtores de forma geral, mas a produção de leite de soja seria mais uma alternativa tanto ao setor produtivo quanto à comunidade, pois geraria outros produtos como pão, biscoito e compostos alimentícios, ampliando o suporte à famílias carentes, e repito, nada garante que as verbas devolvidas ao governo serão aplicadas para outros fins. Emenda parlamentar é garantia de investimento, promessa é algo bem mais vago”, argumenta.
Ela também comentou sobre a morosidade da aplicação dos recursos destinados ao setor de Saúde. “As verbas para compra de medicamentos e para o tomógrafo estão há disposição do Município há muito tempo, e até agora praticamente nada foi feito. Não consigo entender essa situação”, afirmou a deputada.
RELEASE COMPROVA DESINTERESSE
Ainda, na semana passada, em release enviado à imprensa pela Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom), as informações prestadas pela deputada acabaram sendo confirmadas pela administração. A começar pelo desinteresse do prefeito quanto ao apoio da deputada, pois conforme Eduardo Japonês afirma, “se a deputada está disposta a destinar emendas para a nossa administração e para beneficiar a população, nós estamos dispostos a aplicá-las”. Ou seja, ele não faz questão, mas se ela quiser destinar verbas a prefeitura fará o favor de aceitar.
Mais adiante, no mesmo material, a prefeitura admite que dos R$ 500 mil destinados a compra de medicamentos disponíveis em conta já vários meses só conseguiu aplicar até agora R$ 146.500,00; explica que ainda não deu conta de comprar o tomógrafo, mesmo com as verbas à disposição há quase um ano; e que devolveu mesmo o dinheiro da “vaca mecânica” ao governo federal em troca de simples promessa de retorno dos recursos sem garantia alguma.