Lurdes Barreto / Foto: Extra de Rondônia

Como faz há mais de vinte anos, a comerciante Lurdes Barreto já instalou sua barraca num dos pontos mais disputados pelos ambulantes nesta época: ao lado da via de acesso do portão principal do Cemitério Municipal, para aproveitar o movimento relativo ao Dia de Finados, no bairro Cristo Rei, em Vilhena

Ela é apenas uma das pessoas que tem na data reservada a homenagear os mortos uma fonte de renda extra, isenta de taxas, através deste comércio alternativo sazonal. Depois de sua chegada, outro comerciante já se instalou nas proximidades e o movimento vai aumentar pra valer a partir da quarta-feira.

Todos os anos cerca de uma dúzia de barracas com artigos como flores avulsas, naturais ou artificiais assim como em arranjos alusivos ao tema, velas, placas fúnebres e afins são vendidos pelos ambulantes, que podem se instalar no local sem precisar enfrentar burocracia ou pagar taxas.

Não se sabe ao certo quanto dinheiro este mercado alternativo gera, mas Lurdes disse que, apesar da queda nos últimos tempos, o lucro compensa o esforço. E a presença dos ambulantes nas proximidades do cemitério também facilita a vida das pessoas que vão honrar seus entes no Finados.

Mas nem tudo é tranquilo para os ambulantes como as aparências dão a entender. A falta de regulamentação destas atividades obriga os próprios comerciantes a se organizarem e uma explicação quanto a antecipação de Lurdes deixa evidente que há uma disputa acirrada pelos melhores pontos do local.

A veterana comentou que além de instalar sua barraca vários dias antes do feriado para “marcar” seu ponto tradicional, ainda irá precisar fazer um esforço extra: vai pernoitar dentro de seu carro na noite de sexta para sábado a fim de não perder o lugar. Ela afirma que terá que fazer isso pois em anos anteriores precisou recorrer à polícia a fim de recuperar sua barraca, que foi invadida por concorrentes.

Lurdes acredita ter direito a usar aquele lugar em virtude do longo tempo que se dedica a atividade, algo parecido com uma espécie imaginária de usucapião. O bom senso e respeito que deveriam prevalecer já que não existe regulamentação formal para os ambulantes parecem estar tão mortos quanto aqueles que estão do lado de dentro do cemitério e são a razão da própria existência deste comércio temporário.

sicoob

COMUNICADO: Atenção caros internautas: recomenda-se critérios nas postagens de comentários abaixo, uma vez que seu autor poderá ser responsabilizado judicialmente caso denigra a imagem de terceiros. O aviso serve em especial aos que utilizam ferramentas de postagens ocultas ou falsas, pois podem ser facilmente identificadas pelo rastreamento do IP da máquina de origem, como já ocorreu.

A DIREÇÃO