Na sessão ordinária desta terça-feira, 10, vereadores usaram a tribuna legislativa para demonstrar mágoa e indignação à atitude do prefeito Eduardo Japonês (PV), que ignorou os parlamentares e não os convidou a participar de reunião com representantes do Sindicato de servidores (Sindsu) que resultou o fim da greve que já durava 7 dias em Vilhena.
O encontrou aconteceu no gabinete após o mandatário chegar a Vilhena de uma viagem a Santa Catarina e São Paulo (leia AQUI).
Além do prefeito, secretários municipais e sindicalista do Sindsul participaram da reunião que formalizou prazo de 60 dias para colocar em prática a solicitação do funcionalismo com a aprovação do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS).
A tribuna da Casa de Leis foi o local apropriado para o desabafo dos parlamentares. Samir Ali (PSDB) iniciou seus discurso dizendo que não convidar os vereadores foi um desprestígio à Casa de Leis.
“Quero aqui mostrar a mágoa desta Casa, que não foi convidada pelo prefeito Eduardo Japonês para participar da reunião com os servidores que analisar a aprovação do PCCS. Acho um desprestígio porque esta Casa sempre contribuiu com esta administração, dando condições para que possa trabalhar. Por outro lado, deixando as picuinhas de lado, parabenizou o prefeito pela atitude que teve para colocar o PCCS em prática, dando 60 dias para que, de fato, aconteça. Nossos servidores merecem”, disse o tucano.
Contudo, o vereador Carlos Suchi (Podemos) foi mais contundente no seu discurso ao ponto de dizer que não há diálogo entre Executivo e Legislativo e que o prefeito foi aconselhado a se reunir com os servidores para cumprir sua promessa feita na campanha eleitoral.
“Tem um ditado que fala: ‘quando não vem pelo amor, vem pela dor’. Isso, quando é preciso. Infelizmente, falta planejamento. É uma administração desastrosa, por falta de comprometimento, falta de sabedoria e de querer fazer. Não foi uma atitude louvável do prefeito. Ou ele fazia ou fazia, porque senão a vida política dele seria uma catástrofe. Alguém aconselhou ele a fazer essa reunião com os servidores. Mas não precisava disso. Ele fez um compromisso lá atrás com a população e os servidores que acreditaram nele”, afirmou.
O parlamentar disse que o prefeito só procura os vereadores quando precisa, e o exemplo foi nesta terça-feira, quando a Câmara recebeu projetos de leis na ordem de R$ 12 milhões para remanejamentos para serem apreciados em plenário, os quais foram aprovados por unanimidade.
“É um absurdo o que vem acontecendo em Vilhena. A falta de respeito do prefeito, que viajou enquanto estava o tumulto dos servidores reclamando o reajuste prometido na campanha política e não cumpriu. O prefeito retornou, se reuniu com os servidores do Sindsul e sequer convidou um vereador para participar. Ou seja, para ele, os vereadores não interessam. Aí, quando manda a esta Casa seus projetos emergenciais, aí nós temos que aprovar. Peço ao presidente do Legislativo, que, num primeiro momento, convoque o prefeito para uma reunião com os parlamentares para que dê uma satisfação do que foi discutido com os servidores. Essa falta de diálogo que existe entre o Executivo e Legislativo é fora de série. É um descaso. E tudo isso prejudica toda uma cidade. Então, esperamos que nas próximas eleições possamos escolher melhor as pessoas para representar, porque se permanecer como está, vai ser um desastre a cidade de Vilhena. Temos que escolher pessoas comprometidas, tanto no Executivo como no Legislativo”, concluiu