Os preços da soja no Brasil não devem baixar dos atuais R$ 75,00 a R$ 80,00/saca para os agricultores nos três estados do Sul do País (ou seus equivalentes nos demais estados). A projeção é feita pela T&F Consultoria Agroeconômica, com base na estimativa de manutenção da demanda chinesa.
“Fizemos diversos comentários em 2019 sobre os possíveis efeitos do resultado do acordo entre EUA e China sobre os preços da soja. Todas as nossas previsões estão se confirmando. A principal delas é que, mesmo tendo potencial de reconduzir os preços ao seu leito natural de US$ 10,50/bushel em Chicago, isto não deveria (deverá) acontecer de sopetão, mas muito lentamente”, apontam os analistas da T&F.
Isso ocorre, segundo eles, porque os chineses são “os melhores comerciantes do mundo, sua principal virtude é a paciência e não tem nenhum interesse em fazer os preços saltarem de um momento para outro. Para isto, usam alternativamente compras nos EUA e na América do Sul com períodos em que ficam fora de mercado para esfriar a pressão sobre os preços […] até porque os EUA não tem produção suficiente para atender a China sozinho”.
Com isto, a T&F mantém sua perspectiva de lucratividade ao redor de 23,8% sobre os todos os custos de produção estimados pelo Deral (Departamento de Economia Rural do Paraná) atualizados em novembro de 2019. Isso vale também se comparados com os preços pagos ao agricultor em Ponta Grossa e outros pontos do país, o que é significativo em qualquer ramo da economia.
“Esta lucratividade deverá se manter até 2023, quando entrar em vigor um aumento de mais 5%, para 15% o uso de óleo de soja na produção de biodiesel no Brasil, passando, então, a ser uma incógnita, uma vez que os preços dependerão de leilões governamentais, embora os líderes do setor estejam bem animados com esta possibilidade”, conclui a T&F.