Coluna escrita por Sérgio Pires/Foto: Ilustração

Do enredo anunciado, o único item não cumprido não dependia dos organizadores. Explica-se: a reunião que lançou o Aliança pelo Brasil, nesta sexta, em Porto Velho, previa um pronunciamento, via teleconferência, do presidente Jair Bolsonaro.

Ele não aconteceu porque o Presidente viajou para a Índia e, exausto com a viagem, afetado pela diferença de fuso horário e pelos compromissos oficiais, não conseguiu fazer a transmissão. Mesmo assim, o auditório do hotel Golden Plaza, na avenida Jorge Teixeira, recebeu muito mais gente do que previa o grupo organizador. Inicialmente se falava em no máximo 200 participantes.

Na tarde da sexta, feriado municipal na Capital, os presentes eram mais que o dobro. Também do enredo fazia parte a ausência não só do governador Marcos Rocha, como de qualquer outro membro do atual governo, seja do primeiro, segundo ou terceiro escalões, o que obviamente aconteceu. Ficou muito claro que racha no futuro partido, embora tenha que se sublinhar que o encontro não significou a criação dele ou a formação de seu quadro dirigente, mas apenas uma ação para coleta de assinaturas para torná-lo viável, ainda este ano e (quem sabe?), para a eleição de outubro.

À frente do evento, um destaque nacional: o vice-presidente da futura sigla, o milionário advogado Luis Felipe Belmonte. Os principais opositores da turma governista de Rondônia hoje, o deputado federal Coronel Chrisóstomo e o empresário Jaime Bagatolli, foram os nomes mais assediados por jornalistas e por muitos entre os presentes, no encontro do Golden Plaza. Publicamente, a divisão entre antigos aliados e amigos, que eram todos do PSL, não foi tratada como algo importante e não se destacou como mote de beligerância.

O próprio Belmont, respondendo a uma pergunta direta sobre o que achava da ausência de representantes do Governo do Estado no encontro, minimizou. Resumindo, disse que na hora certa, todos os que estão ao lado do presidente Bolsonaro ficarão no mesmo barco.

A coleta de assinaturas de novos membros está andando de forma positiva no Estado, segundo o grupo liderado até agora por Chrisóstomo e Bagatolli. Já houve mais de 600 adesões e, apenas nas primeiras horas da reunião da sexta, pelo menos 100 fichas de adesão haviam sido oficializadas. A meta inicial é chegar a 0,1 por cento do eleitorado de Rondônia, algo em torno de 1 mil e 200 aliancistas, mas o desafio maior, segundo ouviu-se de algumas lideranças, é multiplicar esse número por dez.

A maior dificuldade é que o Aliança exige que todas as assinaturas dos seus filiados sejam registradas em cartório, para não permitir nem dúvidas e nem contestações futuras. Que tamanho realmente terá o Aliança no Estado? Haverá acordo entre as correntes que hoje estão em trincheiras opostas? O presidente Bolsonaro terá o poder de reunir em torno de si tantos interesses contraditórios? O Aliança conseguirá seu registro em tempo hábil para a eleição de outubro? Por enquanto, não há respostas a essas perguntas…

OS PLANOS SÃO PARA 2022

 

Sobre Bagatolli, aliás, é bom dizer que ele foi muito aplaudido, no encontro da sexta, pelo público que acompanhou o evento. Nas entrevistas e no discurso que fez, evitou falar no confronto com o grupo palaciano, embora fique claro que sua mágoa é forte. O que parece claro: Bagatolli não quer ser candidato a Prefeito em Vilhena, mesmo que o Aliança consiga seu registro. Suas metas, embora ele não as diga de público, obviamente, são mais distantes: concorrer ao Governo em 2022 e sentar na cadeira que hoje é de Marcos Rocha.

Também é clara o forte relacionamento político dele com o Coronel Chrisóstomo, o único deputado federal de Rondônia. Os dois estão falando a mesma linguagem e ela é voltada não só contra os ex aliados, hoje no comando do Governo, como em relação aos planos para daqui a praticamente três anos. É um longo tempo e muita coisa pode acontecer, mas os planos estão traçados.

MENOS POLÍTICA, MAIS GOVERNO

Enquanto a política partidária se movimenta e está efervescente, Marcos Rocha está fazendo o que tem que fazer: governar! Neste final de semana, ele esteve em cidades do interior, acompanhado de secretários e deputados, levando benefícios às comunidades, como o fez em Pimenta Bueno, onde entregou vários equipamentos e máquinas a agricultores; na região do café, onde entregou mais de 30 mil mudas aos produtores e em Espigão do Oeste, onde ampliou o programa de Regularização Fundiária, entregando grande número de títulos.

Em postagem nas redes sociais (já que os detalhes da estada do governador e sua agenda no interior não fizeram parte das informações oficiais do Palácio Rio Madeira/CPA), ele comemorou o fato de que a safra do café deste ano, no Estado, vai superar a 2 milhões e 300 mil sacas. Perto de 90 por cento de toda essa produção virá da agricultura familiar. O agronegócio cresce no Estado e o Governo tem conseguido avanços importantes, como o recorde de 2 bilhões de reais do Basa para financiamentos da nossa produção neste ano. A campanha política para as Prefeituras já anda esquentando, mas Rocha está agindo como deve agir um governador: prioriza a solução dos problemas do Estado. Depois vai pensar nas urnas…

NOSSA HISTÓRIA DILACERADA

Uma grave denúncia feita por pessoas ligadas à preservação da nossa história chegou às redes sociais e à mídia, neste final de semana; peças históricas da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, jogadas na mata em Porto Velho, há anos, estão sendo cortadas em pequenos pedaços, por maçaricos e outras ferramentas e transformadas em sucatas.

E com autorização judicial, o que parece inacreditável.  A ação estaria sendo realizada por membros da Associação dos Ferroviários, certamente a entidade que mais deveria lutar para que o patrimônio da EFMM não fosse destruído, furtado ou cortado em pedaços.  Segundo a denúncia, o material já cortado, estava empilhado, esperando para ser levado embora. Dezenas de peças de vagões de carga, vagões de prancha e outros de gôndolas, além da caldeira da locomotiva número 5, já foram destruídas e o patrimônio está perdido.

O temor é que muito mais materiais da antiga EFMM, que ainda existe no trecho entre Porto Velho e Guajará Mirim, possa ser todo destruído. É vital que a Polícia, o Ministério Público Federal e as entidades que lutam para manter viva nossa história, recorram dessa decisão e mantenham sob vigilância o que ainda resta dos antigos vagões e locomotivas da nossa EFMM, o maior patrimônio história não só de Rondônia, mas de toda a região norte.

LÉO BUSCA DOBRADINHA DE PESO

É cada vez mais perto da realidade a decisão do deputado federal Léo Moraes de não disputar a Prefeitura de Porto Velho em 2020. Mas sem dúvida alguma ele vai participar ativamente do processo. Há várias alternativas e conversas em relação ao assunto. Nos bastidores, fala-se que Léo estaria alinhavando apoiar uma chapa que seria composta por dois pesos pesados das urnas na Capital. Um deles, Vinicius Miguel, foi o mais votado em Porto Velho, superando os 100 mil votos.

O outro, Aleks Palitot, foi o vereador mais votado entre todos os que disputaram a Câmara de Vereadores. Uma dobradinha, que Vinicius Miguel na cabeça e Palitot de vice, ainda com o apoio de Léo Moraes, que está em alta na cidade, não pode ser ignorada. Obviamente que hça conversas com outros grupos e outros possíveis nomes que poderão entrar na disputa, mas que essa dobradinha Vinicius-Palitot seria muito forte, sem dúvida seria. Não há nada fechado ainda, mas que o grupo anda conversando, anda sim! Em breve saberemos os resultados desses papos.

HILDON E SEUS APOIOS

Com relação ao prefeito Hildon Chaves, que ainda não oficializou se vai ou não concorrer à reeleição (“de manhã, penso que sim; à tarde penso que não”, disse ele em entrevista aos Dinossauros, na Rádio Parecis FM, na semana passada), o quadro já não é o mesmo do que era há seis meses atrás. O grande pacote de obras que ele está realizando; as melhorias estruturais em vários setores da cidade e no atendimento ao público nas secretarias, melhoraram muito a imagem do atual Prefeito perante a opinião pública.

É bom lembrar que o PSDB, partido dele, tem nomes de peso como Mariana Carvalho, Expedito Júnior e Maurício Carvalho, entre tantos outros. Vai contar, também, com a parceria do ex deputado federal Lindomar Garçon, bom de voto em Porto Velho. E terá ainda o apoio de um dos políticos em grande ascensão no Estado, o senador Marcos Rogério. Há ainda muita pressão de apoiadores, que querem ver um segundo mandato de Hildon, com a cidade agora preparada por ele nos primeiros quatro anos. Ou seja, Hildon tem, sim, muitas cartas na manga. E tem também muito voto em algumas regiões da cidade.

EYDER  BRASIL: PALAVRÕES E OFENSAS

Viralizou nas redes sociais, no final de semana, vídeo em que o deputado Eyder Brasil, do PSL, faz duríssimas acusações contra jornalistas e sites, inclusive dando os nomes, que o estariam atacando porque ele se negou a pagar quantia exigida pelas pessoas a quem acusou duramente. Usando palavrões e ofensas (o termo menos chulo para atacar seus detratores foi canalhas, repetidas várias vezes), Eyder fez denúncias graves.

Que, aliás, merece investigação das autoridades competentes e do próprio Sindicato dos Jornalistas, caso os envolvidos sejam mesmo profissionais da área. Se o deputado fez acusações vazias, os que foram chamados de achacadores e chantagistas (embora ele tenha usado termos bem mais agressivos) têm o dever de se defenderem e recorrerem à Justiça, para as devidas indenizações. Jornalistas sérios jamais aceitariam acusações desse porte, sem reagirem.

Aliás, o deputado Jair Montes também divulgou vídeo no Wattsapp afirmando que não pagou quantia exigida por um site e por isso estaria sendo perseguido por ele. Não dá para aceitar essas acusações como se nada estivesse acontecendo. Um dos links onde o vídeo de Eyder pode ser assistido: http://www.ro1news.com/2020/01/zero-dois-deputado-pre-candidato.html?fbclid=IwAR27XFf8YjrGCgjvydkRUZYvrmpGXVPYvFndQ_7o2T7hHx3sdTwiJjFGhzE

“VÍTIMAS DA SOCIEDADE”: LADRÕES E VÂNDALOS

Vale o triste registro, por ser comum, por fazer tantas vítimas. Os arrombamentos e roubos em residência crescem assustadoramente em Porto Velho. Os criminosos vigiam as residências, acompanham os horários das famílias e sabem exatamente quando elas não estão em casa. Trabalhadores que saem para suas batalhas diárias, quando voltam encontram suas casas em estado de calamidade, muitas delas completamente limpas pelos ladrões.

Nesse final de semana, uma das vítimas foi o empresário e empreendedor Tito Cordeiro, do Federal Burger (Carlos Gomes, esquina Rafael Vaz e Slva). Ele e sua família, além de funcionários, trabalharam até às duas da madrugada do sábado. Dando duro. Lutando para crescer e sobreviver. Batalhando e sempre exemplo de cidadãos dignos. Quando a família chegou em casa, a encontrou como se nela tivesse passado um furacão. Os criminosos não só roubaram o que puderam, como praticaram vários atos de vandalismo, jogando roupas, documentos, eletrodomésticos e tudo o que não puderam levar, pelo chão da casa.

Os “pobres coitados, vítimas da sociedade”, que os petistas e seus apoiadores nos empurraram goela abaixo durante anos, estão cada vez mais audaciosos, porque mesmo presos, ainda assim serão abrigados pelas leis feitas para proteger criminosos, que ainda se mantém sim, mesmo depois do Pacote Anticrime de Sérgio Moro.

PORTO VELHO TEM O QUE COMEMORAR!

Nos 105 anos de Porto Velho, muitos comentários elogios à cidade, mas também muitas críticas. Algumas exageradas, mas a maioria justa. Ainda estamos longe do que seria ideal para uma Capital de Estado. Mas é importante destacar algumas informações sobre a centenária PVH, registradas pelo professor e historiador Francisco Matias. Vamos a elas, segundo o mestre: “Porto Velho tem o maior PIB do Estado.

Tem o segundo melhor IHD do Estado. É o 23º maior município do Brasil em extensão territorial. É o maior município da região norte, superando Manaus e todas as demais capitais. É o maior criador de gado bovino do Estado. Tem a quinta maior produção de café e a oitava produção de soja. Além disso, a Capital dos rondonienses tem quatro bacias hidrográficas: rios Madeira, Jamari, Ji-Paraná e Abunã”. Falta muita coisa, é claro, mas estamos indo em frente.

PERGUNTINHA

Não dá uma tristeza imensa na gente ao lermos que na China se construirá um hospital de emergência, com mil leitos, em apenas dez dias enquanto aqui, se tudo der certo e ninguém colocar ainda mais empecilhos, levaremos dois anos para ter um novo hospital de Pronto Socorro com menos da metade dessa capacidade?

 

sicoob

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