O Diretório Central dos Estudantes (DCE), da Universidade Federal de Rondônia (Unir), realizará na terça-feira 10, a partir da 19h, o seminário “A luta de classes e a questão feminina na atualidade” em Porto Velho.
O evento propõe debater e denunciar a violência cotidiana contra as mulheres no campo, os processos de resistência das mulheres da área rural e urbana, além de celebrar o “8 de março” como data histórica do dia internacional da mulher proletária.
O formato do evento é de mesa de debate com mulheres indígenas, camponesas e estudantes, além de pesquisadores que abordam a temática. Após a exposição inicial haverá espaço para perguntas, intervenções e debate. Os organizadores do evento emitirão certificado de participação aos presentes no final da atividade.
HISTÓRICO DO “8 DE MARÇO”
Uma data especial celebrando a luta de resistência da mulher proletária, da mulher das classes oprimidas e exploradas em todo o mundo, foi proposta por Clara Zetkin, dirigente do Partido Comunista da Alemanha e da Internacional, na Conferência de Mulheres Socialistas realizada em Copenhague (Dinamarca) em 1910.
A Conferência tratava da luta ideológica e política do proletariado e das demais classes oprimidas e exploradas no caminho da revolução socialista e, de maneira particular, da importância da participação massiva das mulheres proletárias nesta luta.
A proposta de criação de um dia especial a ser celebrado internacionalmente, portanto, representava o crescimento da luta operária e do povo em todo o mundo e a crescente presença da mulher nesta luta naquele momento.
Desta forma, o “Dia Internacional da Mulher Proletária” foi idealizado e votado pelas militantes do movimento feminino popular e revolucionário a partir da concepção revolucionária da luta pela emancipação feminina. Ou seja, que a libertação da mulher só é possível com a libertação de toda sua classe, e que esta libertação é obra das próprias mulheres das classes oprimidas e não uma concessão das classes opressoras.
Por isso as militantes do movimento feminino popular e revolucionário não falam de nenhuma maneira de um movimento de todas as mulheres, não propõem a conciliação de classes.
Para essas militantes revolucionárias, ao contrário do que afirma o feminismo burguês, o “Dia Internacional da Mulher “refere-se às mulheres proletárias e das demais classes oprimidas, como as camponesas e a intelectualidade progressista, as estudantes e professoras, o que, longe de restringir o universo feminino, representa a imensa maioria das mulheres em todo o mundo: metade da imensa população mundial de operários, camponeses e trabalhadores explorados e oprimidos pelo imperialismo.
A utilização desta data pelo feminismo burguês é combatida pelas proletárias, pelas mulheres do povo da cidade e do campo que trabalham sob o chicote dos homens e mulheres da burguesia e do latifúndio.
É combatida e denunciada como traição e usurpação a atitude desavergonhada de deputadas e “personalidades” da esquerda oportunista e suas organizações feministas que se comprazem em sentar-se à mesa com empresárias, latifundiárias e policiais no seu falsificado dia de todas as mulheres.
Cada vez mais as classes dominantes, através dos monopólios de comunicação, se esforçam para transformar o “8 de março” em mais uma data comercial. Com suas manipulações e demagogias grosseiras de glorificar “a importância da participação da mulher”, na verdade estendem ainda mais o manto da opressão feminina na tentativa de sua perpetuação.
A celebração do 8 de março se tornou uma das mais fortes tradições do movimento popular, revolucionário e comunista em todo o mundo e um dos mais importantes símbolos da luta de libertação da classe operária e de todos os oprimidos da terra.