Coluna escrita por Sérgio Pires/Foto: Ilustração

Não há ainda uma visão exata do que acontecerá com a economia brasileira e com a economia mundial, por causa da tragédia planetária do coronavírus.

Em Rondônia, num momento em que estávamos vivendo um período de expansão e novos mercados no agronegócio; em que o dinheiro circulava; em que os índices de desemprego começavam a cair, o que se vê nos rostos dos empresários e de seus funcionários é um ponto de interrogação, daqueles que exprimem muito medo, quase pânico.

Medidas anunciadas aqui e ali amenizam, ajudam, significam um pequeno lenitivo, mas sabe-se que, tão cedo, não teremos como viver a mesma vida que vivemos e as empresas não terão como suportar longos períodos sem faturamento, mesmo que parte dos seus compromissos sejam amenizados.

A própria decisão do Governo do Estado em autorizar a ampliação do prazo do Refaz (ou seja, o refinanciamento de antigas dívidas), foi importante, tanto quanto a decisão, apoiado pela Secretaria da Fazenda, em diminuir a entrada do financiamento de 20 por cento para 5 por cento. Mas, ao mesmo tempo, a paralisação do fluxo de caixa, para micro, pequenas, médias e grandes empresas, representará sim, um grande retrocesso econômico e social.

Várias medidas estão sendo tomadas. Uma delas ocorreu na manhã desta segunda, com divulgação praticamente zero, mas de vital importância: uma teleconferência entre o governador Marcos Rocha e seus assessores com membros da bancada federal, com a perspectiva de que no prazo mais curto possível, Rondônia receba algo em torno de 22 milhões de reais, para investimento no combate ao corona vírus e suas consequências.

Esse valor seria aplicado em vários projetos, beneficiando principalmente os municípios, mas depois da crise do corona, todos os parlamentares federais rondonienses estão analisando como farão para remanejar esses recursos para a saúde e custeio e, ao mesmo tempo, pressionar o governo federal para que libere a verba com a maior rapidez possível.

É isso que Mosquini está tentando buscar, junto com seus demais companheiros que nos representam no Congresso, para ajudar o Estado de Rondônia e nossas prefeituras, nesse momento de grande preocupação para todos.

Participaram, além de todos os onze membros da nossa bancada, na turma governista liderada por Marcos Rocha, o secretário chefe  da Casa Civil, Júnior Gonçalves e o secretário da saúde, Fernando Máximo. Também participou o  prefeito de Theobroma, Claudiomiro Alves dos Santos, presidente da Associação dos Municípios, a Arom. Nesta terça, poderá haver novidades concretas sobre o debate na teleconferência de três horas.

OS VELHINHOS VACINADOS ANTES

Principal grupo de risco para o corona vírus, os idosos começaram, desde a segunda, a serem vacinados contra a gripe. A vacina não combate a nova e terrível doença, mas facilita o diagnóstico, porque os médicos saberão que quem foi vacinado e tiver algum sintoma, sem dúvida ter sido contaminado pelo corona.

Além disso protege os mais velhos contra vários tipos de gripe.  No primeiro dia, não houve grandes filas nos postos, mas a partir da terça, o número de idosos a serem imunizados deve crescer muito.

Uma das iniciativas da Secretaria Municipal de Saúde é colocar um caminhão, para vacinação aos idosos no sistema drive thru. Ou seja, a pessoa passa com o carro e é vacinada dentro dele, sem precisar sair. Idosos que não podem se locomover serão vacinados em casa.  Dúvidas? Informações? Contate o site ouvidoria.portovelho.ro.gov.br ou faça uma ligação gratuita pelo fone 0800 647 5225.

CALAMIDADE TAMBÉM NA CAPITAL

Cada dia pior. A cada dia, mais restrições. Cada dia mais portas fechadas. O corona vírus atingiu com tudo também a Capital rondoniense, onde, nesta segunda, devidamente aprovado pela Câmara de Vereadores, já entrou em vigor decreto de calamidade pública, pedido pelo prefeito  Hildon Chaves.

Entre as determinações de Hildon estão a suspensão de alvarás de funcionamento de empresas, das  que não estão no rol de prestação de serviços essenciais e que atuam no ramo de lazer e entretenimento como teatros, cinemas, bares, boates, casas noturnas, danceterias, academias.

Restaurantes e bares só podem trabalhar com o sistema de entrega; Entre outras decisões, o Decreto determina que os supermercados e farmácias estabeleçam horário diferenciado de atendimento a idosos, com idade a partir de 60. Esses locais também são obrigados a respeitarem a lotação máxima de uma pessoa por cada 5 metros quadrados da loja e delimitem a distância de 2 metros, entre as pessoas, na fila de espera, na entrada dos estabelecimentos.

Em várias das principais avenidas da cidade, tornou-se raro ver a porta de alguma estabelecimento aberta. Alguns ainda na zona sul e zona leste insistem, mas a fiscalização promete ser rigorosa. A batalha contra o corona exige cada vez menos gente na rua…

ÀS VEZES ELES SE DÃO MAL…

Vários roubos e assaltos, alguns com os bandidos usando de muita violência, têm sido registrado em várias regiões da cidade, mesmo em tempos de calamidade pública por causa do corona. São roubos de carros, de motos, invasão a residências, com criminosos fortemente armados, agredindo idosos, mulheres e todos os que são suas  vítimas. Ouve-se e lê-se muito sobre esses casos, alguns envolvendo violência e crueldade.

A grande notícia do mundo policial e dos presídios é o desespero de muitas autoridades em soltar mais e mais detentos, alegando que eles correm risco por causa do vírus. A preocupação é válida e importante, é claro, mas não há nem um nível de assistência sequer semelhante quando se trata das vítimas.

De vez em quando, um desses facínoras se dá mal, como um deles que, ao tentar um assalto na noite do domingo, foi morto com seis tiros, pelas pessoas a quem atacou. Mas  no geral, quem se dá muito bem é o criminoso…

RONDONIENSES COM CORONA ESTÃO BEM

Os dois únicos casos de rondonienses contaminados pelo corona vírus estão sob controle. O terceiro caso é de um paulista que passou por Ji-Paraná e  está se tratando em casa, na capital paulista, e, ao que se sabe, também está se recuperando. Os dois casos locais também foram importados, embora tenha atingido personalidades bastante conhecidas por aqui. Uma delas é o presidente da Federação das Indústrias de Rondônia, Fiero e presidente da Agência Municipal de Desenvolvimento, o empresário Marcelo Thomé.

Ele já está em quarenta em casa há vários dias, tomando todos os cuidados e teve pouco contato depois que voltou dos Estados Unidos, onde fez parte da comitiva do presidente Bolsonaro, que teve ao menos 23 pessoas contaminadas. O outro caso é do juiz federal Shamyl Cipriano, que também esteve viajando e voltou com sintomas do corona.

Também tomou todos os cuidados, não compareceu a qualquer audiência na Justiça e está se recuperando em casa. Não há, portanto, nenhum caso grave em Rondônia. Já no país, o vírus se espalha. No final da tarde desta segunda, era 1.931 os contaminados e 34 o número de mortos.

NENHUM NOVO CASO POSITIVO

No meio de tantas notícias ruins e preocupantes, ao menos uma coisa positiva, para dar aos rondonienses um pouco de esperança e nos permitir  respirar aliviados por  mais algum tempo. Mesmo com o crescimento dos casos suspeitos, todos os exames realizados ontem, por aqui, deram negativo, segundo confirmou o secretário de saúde do Estado, Fernando Máximo, na noite desta segunda-feira.

Ou seja, nenhum novo caso corona vírus foi confirmado, além dos três que já eram de conhecimento público. Obviamente que isso não é sorte. É resultado também da grande mobilização ocorrida no Estado, com a decretação de calamidade pública e com  esforço da estrutura das autoridades, destacando-se a área da saúde pública,  para manter grande parte da população dentro de casa.

Claro que há sacrifícios de todos os lados, incluindo os empresários e empreendedores de todos os tamanhos, que já somam grandes prejuízos e o terão muito mais ainda. Há que se destacar ainda o trabalho exaustivo e heroico de todo o pessoal da saúde pública, em todos os níveis. Enfim, no meio do quase pânico e do caos, como sempre, há ilhas de gente e ações que nos motivam a ir em frente. E sobrevivermos…

ELEIÇÕES: VAMOS PEGAR A CHANCE!

Afinal, as eleições de outubro podem ser suspensas no país, por causa dessa crise inesperada do corona vírus? Embora ainda muito prematuro, já há autoridades importantes considerando que seria uma boa medida, enquanto outros, com os mesmos conhecimentos, imaginam que seria um grande retrocesso para o país, sem a alternância no poder.

A verdade é que já há debates em torno do assunto. Na bancada federal de Rondônia, o assunto ainda não foi tratado oficialmente, mas declarações do jovem deputado Léo Moraes, do Podemos, considerando que a prorrogação dos atuais mandatos seria uma medida a ser analisada, abriu um grande debate, principalmente pelas redes sociais.

Para não ficar em cima do muro, a coluna dá  seu pitaco. Que  se aproveite a oportunidade para ampliar os atuais mandatos por mais dois anos; que se implante o sistema de eleições gerais de cinco em cinco anos, para acabar com esse festival de eleições que paralisa o Brasil a cada dois anos e nos impõem, a todos os pobres brasileiros, essa gastança absurda, que pagamos com nosso suor. Pronto. Falei!

25 MIL NOVOS CASOS/DIA

Claro que tem muita gente achando que há exagero nas medidas contra o corona vírus. O próprio presidente Bolsonaro diz que a doença deve ser combatida com toda a firmeza, mas que temos que cuidar para que os efeitos colaterais do remédio, acabem causando mais danos que a própria doença. Mas não dá para descuidar. Pelo contrário. Só para se ter ideia do perigo, basta mostrar os últimos números: em quatro dias, apenas, foram registrados mais 100 mil novos casos no mundo.

Ou seja, 25 mil novos contaminados a cada 24 horas. Numa conta matemática simples, o cálculo aponta que, em 30 dias (vezes 25 mil por dia) seriam mais 750 mil novos casos. Hoje, em todo o mundo, são 300 mil doentes.

A coisa está feia. Cada vez pior. E o pico da doença sequer começou. Por isso é de grande importância que todos se cuidem, que fiquem em casa, que só saiam em caso de extrema necessidade. É sempre bom lembrar que em Rondônia, por exemplo, nosso sistema de saúde melhorou, mas é fragilíssimo, para  atender uma calamidade como essa.

PERGUNTINHA

Como se segurar dentro de casa durante tanto tempo, principalmente para as  pessoas habituadas à correria do dia a dia e evitar a perda do equilíbrio emocional, mantendo as coisas sob controle?

sicoob

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