Quando passar a crise, a grande maioria das pessoas e empresas estará enormemente endividada.
Todos seremos forçados a aprender a conviver com dívidas e nosso orçamento afetado por juros. Os riscos aumentarão, porém o pavor de ‘não vender’ será pavoroso, alterando nossos critérios operacionais. Passaremos a viver, como nunca antes, pela fé, confiança e esperança.
Talvez este seja o tempo apropriado de valorizarmos mais o caráter e a integridade das pessoas, o histórico familiar, o respeito e a honra como valores fundamentais de uma sociedade civilizada.
Imagino que o reinício da atividade econômica será tímido e lento, porém seguro e animador, dando um passo de cada vez. Creio que para retornarmos aos níveis pré-crise serão necessários de 6 a 18 meses.
Nesse momento muitas organizações estarão com suas estruturas operacionais e administrativas superdimensionadas e, portanto, demasiadamente onerada. Algumas empresas gostariam de demitir mas não poderão fazer isso porque assumiram compromissos anteriores (empréstimos governamentais).
O desemprego será altíssimo, e poderá crescer, envolvendo milhões de pessoas. O mercado estará repleto de pessoas capazes e experientes, dispostas a trabalhar por salários pequenos.
Creio que algumas coisas boas e promissoras ocorrerão: 1-Disponibilidade de crédito bancário ou então as próprias empresas financiarão diretamente seus clientes; 2-Convivência natural de todos com a inadimplência; e 3-Entenderemos que todos somos profundamente dependentes uns dos outros. E isso nos levará a novas posturas e comportamentos. A única opção será ‘vender’ para não ‘fechar’.
Por ocasião da recuperação da economia, diversos setores terão desempenhos distintos. Alguns diminuirão substancialmente suas operações e vendas; poucos conseguirão se conservar estáveis e um número diminuto poderá até mesmo experimentar um pequeno crescimento, apesar da crise.
A título de exemplo, uma empresa de nossa cidade, do ramo de material de construção, no mês de Abril.20 aumentou suas vendas em relação ao faturamento do mês anterior! Isso é incomum. É verdade que se trata de uma exceção. Ela já tem pronto, adicionalmente, um plano de expansão prevendo a diversificação de produtos.
A existência de um único exemplo deve despertar em nossos empresários e administradores, seu senso investigativo; deve ensinar lições de vida; deve estimular o trabalho e avanços.
Até mesmo as crises costumam trazer oportunidades de novos negócios. Mais cedo ou mais tarde a crise passará. Precisamos estar entre os sobreviventes e perseverantes. A missão de reerguer o país é uma atribuição minha e sua, com a ajuda de Deus.