A Polícia Judiciária Civil do estado de Rondônia, por intermédio da Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes Contra a Vida (DERCCV), deflagrou na manhã desta segunda-feira, 4, a operação “Egos-pótamos”, em resposta aos homicídios e tendo como alvos membros da Facção criminosa PCP- Família do Gueto.
A operação é um desdobramento das investigações dos homicídios das vítimas Emerson Oliveira da Rocha, morto em 23 de janeiro de 2020 e Giovana da Silva Magalhães, morta em 12 de março de 2020, ambos adolescentes.
Ao todo foram cumpridos 50 mandados, sendo 22 mandados de prisão e 28 mandados de busca e apreensão na cidade de Porto Velho/RO.
Durante as investigações, os policiais civis apuraram que os assassinatos foram orquestrados e executados por integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCP) – Família do Gueto e teriam sidos motivados pela guerra entre facções.
A Delegacia de Homicídios identificou vários integrantes do PCP que tiveram participação no julgamento e execução das vítimas, chamado de “Tribunal do Crime”. O julgamento da vítima Giovana teria ocorrido via chamada de vídeo, com participação da liderança da facção que está dentro do presídio.
Durante a operação foram presos chefes da facção PCP – Família do Gueto e os matadores do “Tribunal do Crime”.
De acordo com a Delegada responsável pela investigação, Leisaloma Carvalho Resem, durante esse julgamento paralelo, a vítima Giovana teria sido amarrada, submetida a incessantes questionamentos e agressões físicas praticadas por várias mulheres integrantes da facção criminosa, executada e o corpo desovado próximo da Estada dos Japoneses, zona sul de Porto Velho-RO.
Durante as investigações foi constatado que boa parte dos envolvidos na morte da vítima Giovana, estão envolvidos também na morte de Emerson, além de serem suspeitos de envolvimento em outros crimes de homicídios.
A escolha pelo nome da operação como “Egos-póstamos” foi em analogia a histórica batalha entre espartanos e atenienses na disputa pela hegemonia do mundo grego, ocorrida no ano de 405 a.C., que causou um enorme desgaste humano, econômico e político a boa parte da Grécia.
Da mesma forma, a rivalidade entre facções em Porto Velho-RO, pela disputa do comércio de drogas resultou no aumentando do número de homicídios em abril deste ano, 51 em todo o estado.
Um acréscimo considerado em relação ao mesmo período de 2019 que foi de 42 homicídios. Segundo a delegada Leisa Loma, esses crimes foram em grande parte cometidos por membros das facções criminosas presos hoje, e esta operação é uma resposta enérgica e a altura que a Polícia Civil dá a sociedade rondoniense mostrando que, mesmo em época de pandemia e isolamento social, o Estado é soberano.