O Ministério Público de Rondônia (MP) instaurou procedimento administrativo para investigar possíveis irregularidades na distribuição de cestas básicas, usando a merenda escolar pela Secretária Municipal de Educação (Semed), durante a suspensão das aulas presenciais, em razão da pandemia do coronavírus em Vilhena.
O Extra de Rondônia teve acesso que a investigação foi instaurada pela promotora de justiça Yara Travalon Viscardi nesta terça-feira, 19 e publicada no Diário Oficial do MP nesta quinta-feira, 21.
O caso envolve o secretário municipal de educação, William Braga, que, em 05 de maio, ao ser convocado pelos vereadores, chorou na tribuna da Casa de Leis ao admitir que entregou cestas básicas em companhia da servidora efetiva e pré-candidata, Vivian Repessold, que foi titular da pasta até 30 de abril.
Na ocasião, Braga disse que entregou as cestas para atender, com urgência, três famílias que “estariam passando fome”. Contudo, foi chamado de mentiroso por parlamentares (leia mais AQUI)
Os vereadores taxaram como inadmissível o comportamento do secretário que agiu em benefício político em maio à pandemia do covid-19.
INVESTIGAÇÃO
Desde então, o parlamento, através de uma comissão de investigação, ouviu várias testemunhas e beneficiários das cestas básicas.
O relatório preliminar aponta que mais de 170 cestas básicas, com alimentos da merenda escolar, podem ter sido distribuídas de forma irregular em Vilhena. E que, ao fazer as entregas, Braga teria dito a beneficiário que comprou os alimentos com “dinheiro do próprio bolso” (leia mais AQUI).
Para um dos vereadores, o prefeito Eduardo Japonês (PV) tinha conhecimento da entrega das cestas e o secretário tentou protegê-lo (leia AQUI).
Mesmo com as graves denúncias, o chefe do executivo não se pronunciou sobre o caso e mantém Braga na titularidade da pasta educacional.