A morte do outrora poderoso Mário Calixto Filho, criador e mentor do jornal O Estadão do Norte, que chegou a ser senador, foi apenas mais uma entre as centenas de rondonienses engolidos pela Covid 19.
Internado há vários dias, Calixto, aos 73 anos, amargou o final de vida numa prisão, cumprindo uma longa pena, por desvios de recursos públicos, à época da antiga Ceron.
Leva consigo uma parte importante da nossa história, principalmente o que ocorreu nos bastidores da política, cheia de rolos e tragédias, que ele acompanhou muito de perto desde o início dos anos 70, quando chegou aqui como vendedor de tapetes e, aos poucos, com a rádio Eldorado e depois com um grande jornal, se tornou um dos personagens mais poderosos da Rondônia que recém estava nascendo.
O Estadão existiu por mais de duas décadas e meia, mas foram em seus primeiros 15 anos que Mário Calixto dominou os bastidores da política e era temido por autoridades de todos os poderes, sem exceção! Assinava a coluna Zona Franca, geralmente mal escrita, cheia de erros de Português e concordância, mas que era o pavor de muita gente. Todos liam o jornal a partir dali, temendo terem sido atingidos pela mordaz pena pesada dele.
São lembranças inesquecíveis, suas brigas com grandes personagens da época. Depois, com os novos tempos em que o Brasil começou a viver, o tipo de jornalismo que ele fazia começou a ser engolido, ao ponto de Calixto responder a dezenas de processos e receber condenações.
Mesmo com pouco estudo, Calixto era uma cabeça privilegiada. Nos áureos tempos, comandava dezenas de subordinados, alguns dos nomes até hoje entre os mais conhecidos do nosso jornalismo, até ser alcançada pelo braço longo da Justiça e morrer, apenas com seus familiares por perto.
Entre personalidades que fizeram e fazem parte da história, o Estadão trouxe à mídia nomes como Paulo Queiroz, que na sua coluna Política em Três Tempos, assinava alguns dos mais belos textos já impressos no jornalismo da região norte; o inesquecível Sérgio Valente; a elegante Jussara Gottlieb, outra figura talentosa, que era a responsável pela mais lida coluna social do Estado; Antônio Queiroz um dos seus principais editores; Carlinhos Araújo, outra figura importante do nosso meio, hoje assinando o conhecido site Expressão Rondônia; Leivinha Oliveira, que começou lá sua carreira; Antônio Pessoa, Jorcene Martinez, Dalton di Franco, Águido Mello, Nelson Townes de Castro, Claudinho Paiva, enfim, muitos mais.
Além desses, mais uma seleção de importantes personagens do jornalismo, começaram a serem conhecidos nas páginas do Estadão. Agora, de forma melancólica, ao contrário dos anos dourados, onde autoridades de todos os tamanhos subiam as escadas até sua sala para beijar-lhe as mãos, Mário Calixto morreu, praticamente sozinho. Rondônia perde, pois, um dos personagens mais complexos da sua história. A coluna transmite pêsames à família e aos verdadeiros amigos que restaram ao inesquecível Mário Calixto.
AMIGOS DE DÉCADAS HOMENAGEIAM
Seria necessário um livro para falar de todos e contar toda as histórias que envolvem o personagem que agora se foi. Como escreveu sobre ele sua amiga de mais de 30 anos, Jussara Gottlieb: “Sou grata a ele e honrada por ter convivido tantos anos. Um homem corajoso, destemido, polemico, não tinha limites e certamente o único que conheci assim. Arrojado, determinado. Eu admirava o Mário – impossível não reconhecer a liderança desse homem”! Antonio Queiroz, homem de confiança do dono do Estadão, também lamentou a morte, nas redes sociais. “A notícia da morte de Mário Calixto Filho foi um choque. Falar de Mário nesse momento é muito dolorido”. Mais adiante: “Não reúno condições psicológicas para escrever, no momento uma mensagem para você!. O que tinha para falar, falei em vida. Você ouviu e me deu razão…” Concluiu: “leve a certeza que Deus o receberá em sua última Morada. Adeus, Mário Calixto Filho”.
CONSELHO QUER LOCK DOWN. PREFEITURA IGNORA
O Conselho Municipal de Saúde, presidido opor Emilio Theodoro Filho, tentou impor a Porto Velho um lock down, nesse momento, algo acima do absurdo. O Conselho Municipal, em reunião nesta quarta, decidiu que a Prefeitura deveria determinar o imediato fechamento de todo o comércio, reaberto por decreto estadual desde terça. Para fazer de conta que a reunião tinha ares sérios e decisivos, o Conselho criou uma resolução municipal de fechamento de todas as portas que recém estão começando a ser abertas, afirmando ser uma medida baseada “em estudos técnicos-científicos”. O engodo vem no contexto da nota, o que causou protestos tanto do prefeito Hildon Chaves como de sua assessoria. Primeiro, ela é divulgada como se fosse um documento oficial. Depois, além dos nomes do presidente do conselho e seu vice, foram colocados no documento os nomes do Prefeito e da secretária de saúde, Eliana Pasini, induzindo ao erro de se imaginar que ambos teriam concordado com a decisão. Incrível! Em nota, à tarde, a Prefeitura disse que vai discutir o assunto com o Conselho Estadual de Saúde, embora, repondo a verdade: a sugestão inusitada do Conselho municipal foi ignorada pela Prefeitura e a decretação do lock down não faz parte dos planos do prefeito Hildon Chaves, nesse momento. Ficou claro?
MP “RECOMENDA” VOLTA DO ISOLAMENTO
Aliás, nesta quinta, o Ministério Público de Rondônia também entrou na história, dois dias depois do decreto do governo do Estado, que flexibilizou a abertura do comércio na Capital. Através de uma de suas “recomendações”, o MP avalia que tanto o prefeito Hildon Chaves quanto o governador Marcos Rocha, devem analisar a possiblidade de “viabilizarem o retorno do distanciamento social ampliado”, também conhecido como lock down, na medida em que, segundo os promotores, há uma demora na ampliação dos leitos de UTI e a subida vertiginosa dos casos da Covid 19”. Como se tem comentado constantemente nesse espaço, a última palavra em relação à volta à normalidade da economia rondoniense independe de decisões governamentais. Quem decide mesmo é o Judiciário, caso seja acionado pelo MP. O que parece, estar se encaminhando para ocorrer novamente. Nos próximos dias, se terá novidades sobre o assunto.
O PIOR MOMENTO DOS BOLSONARO
O governo Jair Bolsonaro, depois de tantas pressões de todos os lados e da inconformidade dos que não aceitam a derrota nas urnas, nunca esteve tão vulnerável quanto agora. A prisão do ex funcionário do seu filho Carlos, quando era deputado estadual no Rio, atinge em cheio a família do Presidente. Foi uma mega operação, muito maior do que a que envolveu ações, por exemplo, contra grandes traficantes. Espera-se, é claro, que não tenha sido uma ação seletiva, mas que tanto o Ministério Público quando a Polícia Federal e as demais polícias ajam da mesma forma para prender todos os envolvidos em casos de suspeita de “rachadinha”.
Todos os que cometeram esse crime têm que pagar por ele, seja o filho do Presidente ou qualquer outro político. Além disso, Bolsonaro teve que se livrar do agora ex ministro Weintraub, um dos mais próximos dele, ideologicamente. A oposição, minoritário, mas contando com apoio total da grande mídia e de vários setores aparelhados do Estado, pelas ideologias que dominaram nosso país durante longos e tristes anos. O mandato de Jair Bolsonaro caminha para um final infeliz, ao menos para os 57 milhões de brasileiros que queriam que ele mudasse o Brasil.
A VOLTA DO SHOPPING
Foi um longo período, duríssimo, com enormes prejuízos para todos, em que as portas do Porto Velho Shopping, o maior empreendimento comercial de Rondônia ficou. Quase 70 dias. Quando reabriu, nessa quinta, há quem imaginava uma invasão de gente, amontoada, entrando por suas portas e andando por seus corredores. Nada disso aconteceu. Seguindo rígidos protocolos internacionais de segurança; impedindo a aglomeração, fazendo um trabalho de desinfecção a cada três horas no prédio, o Shopping recomeça com segurança, tranquilidade e com poucos riscos, nesse momento em que o corona vírus ainda ataca com força, principalmente em Porto Velho. Pode-se ter muita certeza que dentro do empreendimento se estará muito mais seguro do que em vários outros lugares onde os protocolos não são tão rígidos. O Porto Velho Shopping voltou. Ainda bem!
RECEBERAM AUXÍLIO ILEGAL E SAIRÃO ILESOS
Mais de 1.500 servidores públicos, estaduais e municipais, em Rondônia, a grande maioria sabendo muito bem o que faziam, receberam ilegalmente o Auxílio Emergencial liberado pelo governo federal, para ajudar pessoas sem renda alguma, durante a pandemia. Não foi diferente, aliás, do que aconteceu em outras regiões do país e em outras áreas. Milhares e milhares de brasileiros, convictos de que não teriam direito a receber e, ao mesmo tempo, que isso tiraria esse dinheiro de quem realmente precisa, não se preocuparam com isso.
A maioria dos casos já foi detectado, mas muitos outros sairão ilesos dessa canalhice. Por aqui, uma ação conjunta entre Controladoria Geral da União e o Tribunal de Contas do Estado, descobriu a malandragem. Todos os que receberam os valores irregularmente terão que devolvê-los. Os que o fizerem, escaparão das punições. O que é errado. Deveriam devolver e ainda responderem por isso, inclusive podendo serem demitidos por justa causa do serviço público. Mas, é claro, isso não vai acontecer, porque estamos num país onde as leis não combatem crimes como esse, mas, ao contrário, são tão “amigas”, que os incentivam.
MENOS CASOS, MAKIS OUTRAS 13 MORTES…
De 13.567 na quarta para 13.803, ou seja, foram apenas 237 novos casos de pessoas contaminadas pelo corona vírus em Rondônia, em 24 horas, um dos menores números desde que a doença começou a crescer muito. Na quarta, 361 mortes registradas. Na quinta, 374 pessoas mortas. Outras 13 vidas foram levadas pela Covid 19, em apenas um dia. Mesmo que tenha diminuído o número de contaminados, em relação aos dias anteriores, ainda está se perdendo muitas vidas.
Principalmente na faixa etária dos idosos, mas também gente bem mais jovem. Temos já quase 400 doentes internados, embora haja algo positivo: quase 5 mil dos atingidos pela doença, já estão curados e imunizados contra ela. Os leitos de UTI estão praticamente todos ocupados. Por tudo isso, as autoridades da saúde continuam pedindo que a população mantenha o isolamento social, distanciamento, cuidados com a lavagem das mãos e uso de álcool gel e que ninguém saia às ruas sem o uso de máscara.
PERGUNTINHA
Na sua opinião, o Supremo Tribunal Federal está respeitando ou não a Constituição Federal, em suas ações contra o governo Bolsonaro?