Mesmo com os impactos da pandemia da Covid-19 na economia e no comércio mundial, a balança comercial brasileira continua registrando saldo positivo.
Em junho, o superávit foi de US$ 7,46 bilhões. Ou seja, as exportações superaram as importações. É o melhor saldo comercial para o mês de junho desde o início da série histórica, em 1989.
Os resultados da balança comercial foram divulgados neste dia (1º) pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia. No mês de junho as exportações somaram US$ 17,912 bilhões e as importações, US$ 10,449 bilhões. Os valores tiveram queda em relação ao mesmo período do ano anterior de 12% nas exportações e 27,4% nas importações, pelo critério da média diária.
O grande responsável pelo resultado positivo do mês é o agronegócio que teve crescimento de 23,8% este ano, quando comparado ao mesmo período do ano passado.
Os números refletem a produção de João Francisco que é exportador de café. Em junho, a empresa dele bateu recorde de vendas. “Com a chegada dessa pandemia mundial tivemos uma alta demanda de compradores do exterior. As empresas ficaram preocupadas com a Covid-19, com medo da mercadoria não chegar até a Europa, Estados Unidos, principalmente. Fizemos muitas vendas nessa época. Fomos beneficiados, pois o dólar subiu bastante e isso ajudou a gente nesse período”, contou.
João Francisco compra café de pequenos produtores e cooperativas, beneficia o produto e vende para o exterior. Oitenta por cento do faturamento da empresa vem da exportação do produto. Com a empresa localizada na cidade de Varginha, no sul de Minas Gerais, ele vende para países da Europa, do Oriente Médio e para os Estados Unidos.
Segundo ele, a expectativa é que as vendas continuem boas no segundo semestre. “Esse é ano de safra grande. Se os preços continuarem como estão hoje, vamos ter um grande movimento para os próximos meses”, disse João Francisco.
A crise global provocada pela pandemia do coronavírus fez com que o Brasil passasse a vender menos para praticamente todo o mundo. O melhor resultado ficou com os países da Ásia, com destaque para a China, que segue sendo nosso maior comprador.
Apesar dos efeitos da pandemia, o Ministério da Economia estima que a balança comercial brasileira feche o ano com saldo positivo de US$ 55,4 bilhões, crescimento de 15% se comparado ao ano passado.
ACUMULADO DO ANO
No acumulado do ano, a diferença entre importações e exportações garantiu saldo positivo para o Brasil de US$ 23,035 bilhões. De janeiro a junho, as exportações totalizam US$ 102,43 bilhões, com queda de 6,4% quando comparado ao mesmo período de 2019. Já as importações caíram 5,2% e ficaram em US$ 79,395 bilhões.