O município de Ariquemes é, desde o início da pandemia do novo coronavírus, o segundo em número de casos confirmados de covid-19 em Rondônia, ficando atrás apenas de Porto Velho, e o que acontece na agência do Banco do Brasil que atende aquela população segue o mesmo ritmo observado nas agências da capital: um alto número de bancários e terceirizados contaminados, com um agravante de um insistente desrespeito por parte do banco com os procedimentos de segurança e, principalmente, às decisões judiciais.
Para José Pinheiro, presidente do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), o revoltante cenário se constata com os seis casos já confirmados de trabalhadores com covid-19 e, mais recentemente, dois bancários apresentando sintomas da doença, e mesmo assim a rotina daquela unidade é de muita aglomeração diária, com o autoatendimento (área dos caixas eletrônicos) superlotado e até mesmo o atendimento aos chamados serviços essenciais com uma demanda acima do que é recomendado nesse período de pandemia.
Segundo ele, a agência de Ariquemes atualmente passa por uma obra de reforma, e sua capacidade normal seria de aproximadamente 60 pessoas em todo o prédio, que é de dois pisos. No entanto, como o piso superior está em obras, fechado e isolado, a presença de pessoas se concentra ainda mais no piso inferior, causando maior aglomeração, sendo que só o número de bancários trabalhando já é de 15, e com a soma de clientes e usuários, o espaço fica totalmente tomado por pessoas e o espaço de 1 metro e meio entre cada pessoa (explícito nas recomendações de proteção) fica impossível de ser respeitado.
“O Banco do Brasil lidera o ranking das instituições financeiras em Rondônia com o maior número de casos confirmados de covid-19 entre seus trabalhadores, e mesmo com as liminares obtidas pelo Sindicato, que obrigam o banco a permitir o acesso de pessoas de forma controlada, autorizando-se a entrada de um cliente por vez, o que se vê naquela – e em outras agências – é um completo caos, um cenário de como se nada estivesse acontecendo. Ou seja, é um total desrespeito com as recomendações das autoridades sanitárias e às determinações judiciais, que colocam em risco, diariamente, a saúde e a vida de empregados, clientes e usuários”, mencionou Pinheiro, que já acionou a Superintendência do BB em Rondônia cobrando providências.
“O superintendente em exercício, Paulo Vagner, disse que vai verificar a situação junto com a gerente geral daquela agência, com a possibilidade de promover o rodízio entre os empregados. Mas o que queremos é atitude e não apenas promessas. Que as liminares judiciais, com força de mandato, sejam respeitadas e cumpridas, pois é uma ordem judicial e o banco tem obrigação de fazer, sob pena, em caso de descumprimento, em multa em valores que vão de 1 mil a R$ 100 mil por dia, além de possível cometimento de crime previsto no art. 268 do Código Penal, e de crime de desobediência à ordem judicial”, acrescentou o dirigente.
Semana passada, o sindicato indicou situação alarmante em Cabixi, município localizado na região sul de Rondônia (leia mais AQUI)