O Brasil é o quinto maior produtor mundial de algodão e o segundo lugar no ranking de maiores exportadores globais da pluma. No último ano, segundo levantamento da Conab, foram 2,7 milhões de toneladas produzidas em solo brasileiro que geraram uma receita de US$ 2,6 bilhões ao País. Mesmo com grande importância economicamente, a produção algodoeira é uma atividade que enfrenta grandes desafios.
Os principais são: concorrência com o mercado de fibras sintéticas, como o poliéster, na produção têxtil e também os altos custos da produção no campo, como uso de defensivos, maquinários pesados e do transporte até os portos. Somado a isso, o mercado interno a cada ano tem recebido muitas roupas produzidas fora do país, principalmente da China.
Para contornar todos esses problemas, muitos produtores têm recorrido à tecnologia para serem cada vez mais precisos e eficientes em todos os seus processos. Assim também tem sido nas Fazendas do Grupo Nativa. Sediados em Primavera do Leste, município de pouco mais de 62 mil habitantes no sul mato-grossense, o grupo atualmente tem uma área plantada de mais de 120 mil hectares.
Com o cultivo de soja e milho, é na cultura de algodão que se destacam, sendo uma das pioneiras em Mato Grosso com essa variedade. De acordo com Fabio Romeu Froelich, administrador e responsável pela área de inovação tecnológica e custos do Grupo Nativa, nos últimos anos ampliou-se bastante as áreas plantadas e assim tiveram que recorrer as ferramentas e tecnologias para manterem as rédeas do negócio. “Antigamente o nosso sistema de gestão era todo em planilha, desde a folha de pagamento à nota fiscal. Com o aumento de produtividade do grupo essa antiga ferramenta ficou limitada”, destaca.
Para tornar ágio e assertivas as decisões, o grupo reestruturou a gestão e passou a utilizar as ferramentas e soluções da GAtec – agtech especializada no desenvolvimento de ferramentas para a gestão agroindustrial. “Com os módulos da GAtec é possível saber porque houve perda na produção. Poder chegar a este nível de controle é muito bom. A parte de produção, por exemplo, é feita 100% no sistema. Em uma lavoura, tudo é muito dinâmico, é preciso ter controle mais apurado e informação na palma da mão, para agir de forma assertiva, com uma correção mais rápida e dinâmica”, cita o produtor.
Atualmente as fazendas têm implementadas os módulos da GAtec de beneficiamento, manutenção e agrícola. Desta forma, há a integração segura de todas as informações, entre elas: abastecimento, planejamento, documentação e abertura de ordem de serviço, entre outras. “Os dados atualmente são muito mais assertivos, houve também uma melhora no fluxo da informação já que a mudança é gritante”, pontua Froelich.
Entre as ferramentas utilizadas na gestão, o produtor destaca ainda o módulo de safra, que possibilita o controle da produção, pesagem/classificação, custos, plantio, tratos, colheita, pragas, mapas, terceiros, rurícolas, máquinas e equipamentos e irrigação. “Notamos que com esse sistema, a nossa equipe em campo abraçou a ideia e com o resultado que temos está valendo muito a pena”, afirma.
CUSTO
Outro benefício também observado com a utilização do software integrado de gestão agroindustrial é a visão de ponta a ponta, do planejamento das atividades até a apuração dos custos de produção agrícola. Segundo Leandro Sarto, diretor comercial da GAtec, tudo passa a ser planejado e controlado através da ferramenta, possibilitando aos produtores rurais, tais como Froelich, a confiabilidade e a rastreabilidade das informações. “Com a utilização do sistema, o produtor passa a ter maior previsibilidade de cenários através dos módulos de planejamento, que se tornaram em metas operacionais e servirão de base para toda a cadeia de operações que serão realizadas e apontadas na mesma plataforma, nas mais diversas áreas, como agrícola, pecuária, manutenção, industrial ou comercialização”, cita.
Ainda segundo o diretor da GAtec, dessa forma o sistema passa a ser um “colaborador” da equipe. Ou seja, apura todos os custos envolvidos e apontados no processo produtivo, gera indicadores de eficiências operacionais e identifica, através de cruzamentos dinâmicos das informações e painéis gerenciais, pontos de otimização na utilização dos recursos (insumos, defensivos, pessoas, máquinas, caminhões, combustíveis, áreas produtivas, entre outros).
Assim, proporciona melhorias operacionais aos produtores. “O agronegócio é um segmento essencialmente commoditizado, não é o produtor quem dá o preço ao seu produto, e sim o mercado global. Sendo assim, precisamos mirar na melhoria da gestão, aumentando eficiências e rendimentos operacionais e reduzindo custos, para que a sua rentabilidade seja maior”, diz Sarto.
Com os módulos de safra e monitoramento agronômico, por exemplo, o produtor tem a facilidade de ter todo o controle da gestão agrícola, ou seja, tudo que se refere ao controle técnico, de ordens de serviço e produção das culturas. Com a ferramenta é possível saber os produtos e insumos utilizados nas lavouras, quem realizou as operações e com qual máquina e tudo relacionado as operações agrícolas e monitoramento de campo.
Ainda segundo Sarto, esses processos acima citados são base importante para a geração de informações para custos. “Para tudo que está sendo produzido e aplicado no campo, são feitas as ordens de serviço. Capturadas esses apontamentos em campo, as informações fluem de forma natural dentro da plataforma GAtec para apuração do custo de produção para que o cliente posteriormente possa tomar as decisões mais assertivas”, ressalta o diretor.
VENDAS
A compra, venda e as negociações de commodities agrícolas de modo geral nunca foram tarefa fácil. Excesso de complexidade, morosidade, imprevisibilidade, falta de confiabilidade, por anos isso foi a realidade que produtores rurais e tradings enfrentavam ao controlar suas atividades comerciais. Na cultura de algodão isto é ainda um pouco mais complexo.
Devido às características dessa cultura, a ferramenta utilizada precisa ser capaz de controlar as operações com base nas características individuais dos fardos de pluma, que formam lotes de comercialização com suas especificidades de peso, qualidade e precificação. Toda essa complexidade requer controles rígidos, já que é um mercado seleto e muito baseado em confiança e segurança nos dados, levando transparência ao comprador.
Para ajudar nessa árdua tarefa o grupo recorreu a outra ferramenta, o Commerce, plataforma também disponibilizada pela GAtec. O sistema é completo e inovador na gestão de compra e venda de commodities agrícolas e ajuda o produtor a controlar todos os processos envolvidos na comercialização, dando acesso a indicadores simples, intuitivos, rápidos e assertivos.
Segundo o produtor, o Grupo Nativa evoluiu muito desde que implantou o Commerce, principalmente auxiliando-os na qualidade, já que o produto é muito criterioso. “Antes de utilizarmos essa ferramenta para nós era muito complexo, agora ter esse controle de produção e venda tudo em um lugar só foi um salto absurdo de qualidade”, cita Froelich.
Além da cultura do algodão, o Commerce está disponível para diversos segmentos dentro do agronegócio, são eles: milho, soja, açúcar, citros e pecuária. “Esta plataforma ajuda a controlar todos os processos envolvidos na comercialização de commodities, como quase nenhum sistema do gênero consegue fazer”, explica o engenheiro agrônomo, Leonardo Ramos, diretor de comercialização de commodities da GAtec.
A plataforma começou a ser desenvolvida em 2007 e de lá para cá a ferramenta foi sendo aperfeiçoado para se tornar uma solução completa. Os seus diferenciais quando comparados a tecnologias semelhantes no mercado são inúmeras. Entre elas destaca-se: a fácil integração do processo de compra e venda de commodities agrícolas dos mercados interno e externo, pois a ferramenta segue toda a norma internacional. Somado a isso, realiza a rastreabilidade total das operações garantindo a qualidade e as informações de cada produto, da origem ao destino.