Encerrou no último dia 15 de setembro o período de vazio sanitário da soja em Rondônia. A medida busca diminuir e controlar a ferrugem asiática da soja, umas das principais pragas desse tipo de lavoura. A ferrugem asiática pode causar danos ao cultivo da soja de até 90%. Além da proibição do cultivo, o produtor também deve eliminar todas as plantas voluntárias, conhecidas como tigueras, seja por meio mecânico ou químico.
Além de Rondônia e o Distrito Federal, mais dez Estados adotaram o vazio sanitário como medida de controle da ferrugem asiática da soja: Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, São Paulo e Tocantins.
O vazio sanitário é uma importante estratégia de manejo, pois pretende reduzir a sobrevivência do fungo causador da ferrugem-asiática e atrasar a ocorrência da doença ao longo da próxima safra de soja. Alexandre Roese, engenheiro agrônomo da Embrapa Agropecuária Oeste, explica que “quando são eliminadas todas as plantas de soja na entressafra, também se retira do ambiente o hospedeiro do fungo, diminuindo a quantidade de esporos no campo, ou seja, fica muito mais difícil a sobrevivência da doença no campo”, explica Roese.
Ele salienta a importância do vazio sanitário que proporciona tanto economia quanto contribui com a sustentabilidade, pois reduz a quantidade de agrotóxicos necessários para o controle da ferrugem asiática. Outra consequência positiva da redução do uso de agrotóxicos é o atraso no desenvolvimento de resistência do fungo aos fungicidas. “A perda da sensibilidade aos fungicidas específicos é um processo natural. Assim, quanto menos aplicações de fungicidas forem realizadas, mais lento será esse processo”, destaca o agrônomo.
Em Rondônia o Governo do Estado projeta que a produção de soja, deve chegar a 1,2 milhões de toneladas na safra 2019/2020.