Diante disso, no balanço do primeiro semestre, o avanço do PIB chegou a 5,26%. Segundo pesquisadores do Cepea, esse aumento é o maior registrado pelo setor em um primeiro semestre, considerando-se toda a série histórica do PIB, iniciada em 1995.
Pesquisadores do Cepea indicam que o excelente resultado reflete principalmente a volumosa safra de grãos, o bom ritmo de comercialização no mercado doméstico, o intenso desempenho das exportações e os elevados preços reais para diversos produtos do setor.
Entre os segmentos do agronegócio, o único que recuou no acumulado do período foi o agroindustrial,segmento mais afetado pelos efeitos da covid-19. Embora a agroindústria de base pecuária também tenha sentido algum efeito da pandemia sobre os preços de seus produtos (sobretudo em maio, com forte recuperação já em junho), o impacto negativo mais acentuado da crise sanitária e econômica decorrente foi verificado para a agroindústria de base agrícola.
No outro extremo, a agropecuária(ou segmento primário) manteve destaque em crescimento no primeiro semestre do ano e impulsionou o PIB do agronegócio. No caso da agricultura, o bom resultado decorre da combinação de preços e produção em alta. Já para a pecuária, o principal impulso ao PIB relaciona-se aos preços elevados de boi gordo, ovos e suínos, já que a produção média da indústria pode recuar no ano, pressionada para baixo pela produção de bovinos para corte.
Os segmentos de insumos e de agrosserviços também cresceram no semestre. No primeiro caso, o PIB do segmento foi impulsionado pela maior produção de fertilizantes, defensivos e rações e também por maiores preços para as duas últimas atividades. No caso dos agrosserviços, o forte crescimento do PIB reflete, por um lado, a continuidade do abastecimento do mercado doméstico, apesar dos problemas logísticos e dos desafios impostos pela pandemia, e por outro, o excelente desempenho em termos de exportações.