De acordo com a TF Agroeconômica, o preço do trigo está registrando crescimento em plena colheita e tende a ficar alto no futuro.
“O quadro de Oferta&Demanda do trigo brasileiro para 2019/20 está bem apertado, como se pode ver na tabela ao lado. A disponibilidade registrada como ‘estoque final’ está grandemente comprometida com a perda de qualidade de aproximadamente 25% do trigo gaúcho, que não poderá ser destinado aos moinhos, mas vai direto para a ração. Isto está fazendo o preço do trigo fugir da sua natural sazonalidade e começar a safra com preços mais altos do que os habituais, subindo em plena colheita”, diz.
No Paraná, a expectativa era para pagamento de R$ 1.100 em setembro e o preço não baixou de R$ 1.170,00 FOB, com a maioria dos negócios entre R$ 1.180-1.190,00 FOB e pedida dos agricultores a R$ 1.200,00 FOB. “No Rio Grande do Sul a expectativa era de um preço inicial da safra ao redor de R$ 850,00, mas, todos os negócios feitos até o momento foram de, no mínimo R$ 950,00/tonelada, com a maioria entre R$ 970/980,00, isto é algo como 15,29% a mais do que a expectativa inicial. E, com a quebra no estado, somada às vendas já realizadas para exportação, a disponibilidade para os moinhos no estado não deve passar de 500 mil toneladas, para uma demanda de 1,3 milhões de toneladas”, completa.
“Por fim estamos assistindo a expansão da área de trigo para o Ceará, Alagoas, Bahia e Sergipe, com excelentes resultados de produtividade (mínimo de 4.400 kg/hectare), redução de dias de produção (75 ao invés de 110 dias) e excelente qualidade (trigo hard do bom) que num futuro bem próximo poderá substituir boa parte do trigo argentino hoje importado. Por falar em trigo argentino, este é outro fator de alta: a safra do país deverá sofrer uma quebra de pelo menos 3,5 milhões de toneladas em relação às expectativas iniciais, não passando de 17,5 milhões de toneladas, contra 21,0 MT projetadas no início do plantio. A disponibilidade de exportação será bem menor, na próxima temporada”, conclui.