Centro de Vilhena / Foto: Extra de Rondônia

Os representantes da Associação de Bares e Restaurantes de Vilhena filiados a Abrasel, Eliton Costa, Amauri Meneguelli, Weliton Coelho e Nilmar César de Souza, em entrevista ao Extra de Rondônia discutiram sobre as medidas adotadas pelo novo decreto municipal que veta o atendimento presencial e o limita a retirada no local e delivery (leia mais AQUI).

O proprietário do “Democratas”, Amauri Meneguelli, usa como ponto de entendimento o momento inicial da pandemia, onde teve mais de R$ 80 mil de prejuízo em mercadoria e demissão de 21 funcionários. “Abrimos em dezembro e chegamos a fechar por dois meses e meio. Pra manter a empresa ainda entramos em dividas através dos financiamentos, e as dividas caem a partir de agora”, analisa.

“Como no início do ano a cidade estava em uma falta muito grande de chopes e cervejas, chegamos a estocar para ter os produtos, porém com o novo fechamento e a proposta do decreto, perderei tudo, pois não temos como abrir com o delivery. É um espaço muito concorrido com quase 400 empresas. O decreto prevê uma pausa de 15 dias, porém não há garantias de que vamos reabrir e não temos condições de nos manter. Hoje serão dispensados 14 colaboradores”, avisa.

Eliton Costa conta que terá prejuízo em torno de 15 barris de chopes e a solução será a venda para outras pessoas a preços bem baixos, fora as perdas em alimentos específicos de bar. Aberto em novembro de 2020, o “Boteco Major” possui 15 colaboradores que – segundo ele – serão dispensados a partir da próxima semana.

“O delivery não é viável para os bares e os produtos que trabalhamos não são os mais vendidos ou procurados em aplicativos, são itens de bar como bebidas e petiscos”, explicou o empresário.

Já Weliton Coelho, proprietário do “Empório Mineiro”, pontua que nesta semana contratou uma funcionária e vai correr o risco de mantê-la, pois tem produtos que são mais mercearias, porém quase 70% de suas vendas são de consumo interno.

“Se passar desses 15 dias e não abrir a loja, terei que dispensar também. Tentarei o delivery. Dá outra vez fiquei fechado por 20 dias e perdi quase R$ 5 mil em estoque, além de demitir as funcionárias. Outro problema é perder os funcionários bons, pois é bem difícil encontrar”, destacou Coelho.

Para o empresário Nilmar César de Souza, o prejuízo será grande, pois a hoje “Zero Grau” possui 68 funcionários e o delivery representa apenas 10% da renda que esta para somar recursos a empresa.

“Provavelmente não temos muito o que fazer; tentaremos primeiro férias coletiva e depois, se não melhorar, será a demissão. O faturamento do delivery não vai conseguir manter os funcionários. A melhor solução hoje seria a abertura parcial com todos os cuidados”, enfatizou.

Souza disse que há quase um mês estava tudo funcionando normalmente, com o período eleitoral demonstrando que a situação estava no controle, dando liberdade para que pudessem trabalhar. “Todo comerciante pensou assim, só quem está sofrendo é esta parte pequena do comércio. Vai aumentar o desemprego e trará prejuízos grandes na economia”, alerta.

REUNIÃO COM O PREFEITO

Os representantes informaram que na manhã desta quarta-feira 06, se reuniram com o prefeito Eduardo Japonês para questionar o fechamento do comércio apenas dos que possuem uma Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) de bares, deixando aberto lojas de outros segmentos e restaurantes, que muitas vezes possuem o mesmo estilo de cardápios e pratos, sendo que no primeiro decreto afirmava que quando atingissem 80% dos leitos só funcionaria os serviços essenciais.

“Propomos a reabertura parcial e de maneira organizada do comércio, com uma restrição maior no número de pessoas nos estabelecimentos. Como opção sugerimos a retirada de bebidas alcoólicas para se ter maior controle, mas não tivemos êxito. Achamos errado a forma deles escolherem as empresas que vão abrir, estão indo apenas pelo CNAE, mas automaticamente tem muitas empresas que trabalham com as vendas de alimentos e por não colocar como principal terá que fechar”, destacou Eliton Costa.

Meneguelli afirma, ainda, que a decisão é uma covardia com o setor. “Vejo hoje que fechando uma porcentagem do comércio não vai refletir muita coisa; a população em si não está tão preocupada. Ao andar pela cidade você encontra filas gigantescas em lotéricas, bancos e mercados. A vida para essas pessoas seguem, a decisão não tá abrangendo a todos”, encerrou.

sicoob

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