O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) foi eleito nesta segunda-feira, 1, o novo presidente do Senado, substituindo David Alcolumbre (DEM-AP).
Pacheco obteve 57 votos, contra os 21 da senadora Simone Tebet (MDB-MS). Ele chega à liderança da Casa contando tanto com uma declaração pública de “simpatia” do presidente Jair Bolsonaro quanto com o apoio de partidos da oposição, como PT e PDT.
Teve também o apoio de Alcolumbre, que o apresentou como alguém que não criaria problemas para o Planalto e garantiu o apoio de Bolsonaro ao candidato. Pacheco já viajou bastante com o presidente: integrou a comitiva presidencial em viagens ao Japão, China, Emirados Árabes Unidos, Catar e Arábia Saudita.
No entanto o senador Humberto Costa, líder do PT no Senado, disse à imprensa que Pacheco não teria compromisso com os interesses de Bolsonaro nem pautaria medidas de cunho autoritário do governo.
Pacheco angariou até mesmo apoio dentro do MBD, partido que tinha a própria candidata à presidência do Senado, Simone Tebet (MDB-MS).
Nascido em Rondônia, Pacheco fez carreira profissional e política em Minas Gerais, onde atuou como advogado e onde foi eleito deputado federal pelo MDB e depois senador pelo DEM.
Ao formalizar sua candidatura à presidência do Senado, Pacheco falou em “união” e disse que o Brasil precisa enfrentar as dificuldades trazidas pela pandemia.
Nesta segunda, disse à imprensa que a atuação legislativa deve “se pautar no trinômio saúde pública, crescimento econômico e desenvolvimento social”. Pacheco já havia defendido, em entrevista à imprensa, que se retomasse a discussão sobre a volta do auxílio emergencial ou sobre um aumento no Bolsa Família.
HERDEIRO DO RAMO DE TRANSPORTES
Em Minas, a família de Pacheco é dona de empresas no ramo de transporte rodoviários, das quais ele é herdeiro.
No ano passado, o ex-deputado Arnaldo Silva Júnior, próximo ao senador Pacheco e assessor de seu gabinete, se tornou o novo diretor da ANTT (Agência Nacional de Transportes), órgão regulador da área de transporte — e que tem como uma das atribuições fiscalizar empresas do ramo, incluindo as da família de Pacheco.
O Ministério da Infraestrutura e a Secretaria-Geral da Presidência da República fizeram a nomeação, que contraria a Lei das Agências Regulatórias — pela lei, políticos não podem ser indicados à diretoria de órgãos reguladores. Silva Júnior não tem experiência no setor de transporte, mas a Secretaria-Geral da Presidência afirmou que ele “preenchia os requisitos para o cargo”.
QUEM É RODRIGO PACHECO?
Rodrigo Otávio Soares Pacheco tem 44 anos e está no primeiro mandato como senador. Nascido em Porto Velho, Rondônia, mudou-se ainda criança para a cidade de Passos, em Minas Gerais, onde cresceu e depois começou a carreira de advogado em Belo Horizonte. Formado em direito pela PUC Minas e especialista em direito penal econômico, atuou na área criminalista até 2016.
No Senado, ele se posicionou contra o Decreto das Armas do governo, que flexibilizava o porte e a posse para os cidadãos, e defendeu o respeito às diferentes opiniões sobre todos os temas.