Em 1966, éramos pouco mais de 85 milhões e meio de brasileiros. Sete anos depois, em 1973, tínhamos crescido mais de 35 por cento. Nossa população superou os 102 milhões.
Pois foi nesse período curto, de alguns pouco anos, que o Brasil realizou a maior campanha de vacinação do mundo, à época, imunizando nada menos do que 80 milhões de pessoas, contra a varíola. Foi ali que começou a “cultura da vacina” em nosso país, de forma que, nas décadas seguintes, inúmeras outras campanhas realizadas tiveram enorme sucesso.
A tal ponto do Brasil não só ter se tornado exemplo para o mundo, nesse quesito, como, ainda, ter recebido vários prêmios internacionais. Já em 1975, ainda durante o regime militar, foi criado o “Programa Nacional de Imunizações”, na esteira da erradicação da varíola no Brasil. Foi a partir desse projeto que conseguimos, por exemplo, a erradicação da poliomielite no Brasil, envolvendo, a partir daí, grande percentual dos brasileiros nas campanhas de vacinação.
Então, o que está ainda empacando uma rápida mobilização nacional para imunizar a população brasileira, neste momento de terrível pandemia? Temos o know how, ou seja, toda a experiência e toda a estrutura para que, num curto espaço de tempo, com toda a infraestrutura moderna dos dias atuais e com todo o sistema já pronto para funcionar, de realizar uma exemplar campanha nacional que salve de vez, grande parte da nossa população – principalmente todos os que fazem parte dos grupos de riscos, rapidamente – do terror do vírus.
Perdemos tempo precioso, contudo, com várias questões. A principal delas é a politização das vacinas, que colocou os interesses políticos e ideológicos de grupos, acima da importância de salvar vidas. Outro: a demora na aquisição da vacinas, nesse caso por culpa maior do governo federal. Há ainda outra questão: todo o sucesso do sistema de vacinação, depende das Prefeituras.
A maioria delas está cumprindo seu papel, ao menos nessa primeira fase. Mas há muitas outras que, mesmo tendo recebido uma pequena parte das vacinas, não consegue imunizar, dentro de um prazo urgente, todo o seu público alvo. Em Rondônia, até a quarta-feira, tínhamos vacinado menos de 18 mil dos 24 mil que deveriam já ter sido imunizados com a primeira dose.
Quase três semanas depois da chegada das primeiras vacinas, a meta total já deveria ter sido cumprida há muito tempo, já que as doses chegaram aos municípios pouquíssimo tempo depois de liberados pelo Ministério da Saúde e distribuídos pelo governo do Estado. Tomara que, quando começarmos a receber novos lotes das vacinas, a estrutura esteja azeitada e funcione mais rapidamente. Porque, até agora, o sistema está deixando a desejar…
QUANDO VAMOS RECEBER NOVOS LOTES DAS VACINAS?
Por falar nisso, quando chegarão mais vacinas para Rondônia, depois daquelas poucas que vieram nas duas primeiras levas? Com o atraso da produção no país, apenas neste sábado chegarão os insumos chineses, para mais um pacote de 8 milhões e 500 mil de doses do Coronavc, que serão utilizados em todo o país.
Como Rondônia recebeu algo em torno de 0,7 de todas as doses tanto da Coronavac quanto da Oxford e, se mantido esse percentual, receberemos, provavelmente não antes do final do mês, outras cerca de 65 mil novas doses da vacina criada na China. Elas serviriam, ao menos numa projeção ideal, para imunizar alguém da linha de frente na saúde, que ficou para trás, já que os idosos de mais de 80 anos, praticamente todos já foram vacinados.
Começaria então uma nova fase, com a vacina sendo aplicada em nova faixa de idosos, dos que têm entre 60 e até 80 anos incompletos. Os bem mais velhinhos são algo em torno de seis a sete mil em todo o Estado, mas a nova faixa é bem mais significativa. Nesse meio tempo, podem surgir novos pacotes de vacinas Oxford, mas não há nada oficial. E o Brasil está tentando também negociar com os russos a Sputnik V, com alguns milhões de doses. Mas isso já é para bem mais à frente. É pequena a chance de recebermos mais vacinas nas próximas duas semanas, embora a pressão do governador Marcos Rocha sobre o Ministério da Saúde seja diária.
AROM ELEGE PRESIDENTE, MAS QUATRO PREFEITOS CONTESTAM
Era bom demais pra ser verdade! A paz durou pouco na Associação Rondoniense de Prefeitos, a Arom. Depois que a ex prefeita Gislaine Lebrinha renunciou (ela foi um dos denunciados por ter recebido dinheiro de empresas, em vídeos que viralizaram nas redes sociais), nova eleição escolheu Célio Lang, prefeito de Urupá, como o novo comandante da entidade.
Pelo menos quatro dos 41 chefes de Executivos do Estado que participaram da votação, de modo virtual, não aceitaram a decisão da maioria. Os prefeitos de Vilhena, Eduardo Japonês; de Pimenta Bueno, Delegado Araújo; de Jaru, João Gonçalves Júnior e a prefeita de Cerejeiras, Lisete Marth, se insurgiram contra a decisão e estão ingressando na Justiça, buscando anular a escolha de Lang como novo presidente da entidade.
Eles alegam que houve irregularidades na votação e, mesmo vencidos no voto da maioria, pedem que o Judiciário intervenha e anule o pleito. Ou seja, com maioria dos prefeitos recém empossados em seus cargos e alguns poucos reeleitos, a associação que deveria falar a mesma linguagem, em defesa dos interesses das comunidades, já começa com um racha.
EMPRESÁRIOS-TRAFICANTES PRESOS PELA POLÍCIA FEDERAL
A prisão de conhecidos de Porto Velho, alguns há longo tempo atuando em diferentes ramos do comércio e do lazer, causou surpresa em toda a cidade. Um grande operação da Polícia Federal, obviamente autorizada pela Justiça, escancarou um esquema de tráfico de drogas.
Foram presas quatro pessoas e cumpridos oito mandados de busca e apreensão. O quarteto preso estava sob investigação desde o último trimestre de 2019, quando várias denúncias apontavam o grupo como responsável pela venda de vários tipos de drogas em festas privadas, conhecidas como Raves. Também grupos de conhecidos eram abastecidos com cocaína, maconha, ecstasy e até LSD.
A PF conseguiu também, devidamente avalizadas pela Justiça, várias gravações que comprovam as ações criminosas. Todos foram presos e vão responder pelos crimes de tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Se realmente culpados, que todos sintam sobre eles, toda a força da lei.
GRUPO QUER COMBATE AO VÍRUS SEM DESTRUIR A ECONOMIA
Obviamente que a luta contra o vírus do terror continua sendo a grande prioridade. Mas há também uma grande mobilização para que, ao mesmo tempo que se lute contra os números assustadores da Covid 19, haja medidas que não destruam a economia e que signifiquem, também, a quebra de empresas e o fim de milhares de empregos. Essa é a essência da ação liderada pela Assembleia Legislativa, a partir de iniciativa do deputado Anderson Pereira e liderada pelo presidente Alex Redano, que criou um grupo exatamente para intermediar ações do Governo do Estado, defendendo também os interesses do setor produtivo e do comércio.
A iniciativa foi tomada depois que Redano e outros parlamentares receberam grupo de empresários, que foram pedir ajuda nesse momento em que a situação está ficando cada vez pior. Contribuindo com todo o seu peso para o debate, a Federação das Indústrias, a Fiero, também apresentou alternativas que podem ajudar a encontrar soluções para a crise. Espera-se que todo esse esforço conjunto, tomara, comece a dar resultados o mais rápido possível.
ELES DEBATEM E DISCUTEM, MAS NÓS PAGAMOS A CONTA
Eles discutem, cada um puxa a sardinha para seu assado, discutem, discursam, tentam explicar. Mas no final das contas, quem paga todas as contas somos nós, os pobres consumidores e contribuintes brasileiros. Quando a gasolina supera os 5 reais o litro em Porto Velho e a quase 5,50 em cidades do interior e a previsão é de novos reajustes em poucos dias, governo federal e Estados continuam sem chegar a um acordo, para diminuir impostos e taxas, o que poderia beneficiar o consumidor e fazer cair, imediatamente, o valor dos combustíveis e derivados.
Espertamente, o presidente Bolsonaro afirma que se os governadores zerarem os valores do ICMS, ele manda zerar todos os tributos federais. Ora, os Estados não têm como renunciar a essa receita, porque podem quebrar. O que se poderia fazer – e seria menos difícil – é diminuir um percentual do ICMS estadual e o pacote de tributos federais, fazendo com que, ao menos um pouco, os preços caíssem ou se estabilizassem. Já a parte que depende do mercado internacional e do dólar, aí não tem solução.
SUPER SORO DE PLASMA DE CAVALOS CONTRA O VÍRUS MORTAL
Será brasileiro o primeiro medicamento para prevenir e combater o coronavirus, afora as vacinas? Um super soro, feito a partir de plasma de cavalos, é a esperança que surge numa parceria do Instituto Vital Brazil e a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Os estudos feitos até agora, apontam que equinos imunizados tem anticorpos neutralizantes até 50 vezes mais potentes que os plasmas de pessoas que tiveram a doença.
O Instituto Vital Brazil, inclusive, está aberto a novas parceiras e disse que o novo medicamento já está em fase de protocolos pré-clínicos junto a Comissão Nacional de Ética e Pesquisas e a Anvisa. Os testes em humanos ainda serão desenvolvidos e, depois, terão que ser apreciados pela Anvisa.
O governo do Rio já anunciou um investimento de mais de 2 milhões de reais, disponíveis para que as pesquisas continuem e que o super soro entre em breve na fase de testes com humanos. Caso realmente se concretizem os resultados positivos esperados, o novo medicamento seria aplicado, de imediato, nas pessoas internadas com a Covid 19 e em estado mais grave. Não há previsão para que o soro comece a ser utilizado, mas os mais otimistas falam no segundo semestre deste ano.
EM 35 DIAS, MAIS 33 MIL CASOS E QUASE 500 MORTES REGISTRADAS
Nem os mais pessimistas poderiam imaginar que janeiro e o fevereiro, até agora, formariam o mais assustador resumo da agressividade do coronavírus. A grande esperança era de que, depois de avassaladores dez meses, a doença começasse a retroceder. Puro engano! Sem os cuidados de todos, com parte da população fazendo de conta que está tudo normal, ignorando cuidados e mantendo aglomerações, além das Coronafest, a Covid atacou com força redobrada.
A tal ponto que, em apenas 35 dias deste ano, termos registrado nada menos do que 33.014 novos infectados e perdemos ainda, nesse curto período, um total de 497 vidas. A média diária de mortes subiu para 14,2. No último dia do ano passado, 31 de dezembro, uma quinta-feira, tínhamos 95.729 casos registrados; 81.738 recuperados; 307 pacientes internados e muitos leitos de UTIs disponíveis, em todo o Estado. Pouco mais de um mês depois, os números (com exceção dos recuperados), continuam cada vez piores.
São 128.742 casos (ou seja, mais de 33 mil nesse período); 108.793 recuperados (mais 27.055 livres da doença sobre 31 de dezembro); 610 pacientes internados (303 leitos ocupados a mais, sobre o último Boletim da Sesau de 2020) e praticamente todos os leitos de UTI tomados. Apenas na quinta-feira, o Boletim 321 acusou apavorantes 1.030 novos casos e, lamentavelmente, 23 mortes a mais. Em Porto Velho, a doença também apertou. Eram 940 óbitos há 35 dias e agora já são 1.072, representando 132 mortes a mais. O corona ataca, ainda, com toda a fúria.
PERGUNTINHA
Depois dos profissionais de saúde e dos idosos com idade mais avançada, será que haverá vacinas, em tempo hábil, para os demais componentes dos grupos de risco, na guerra contra o vírus?