Com quase 3 horas de duração, a 1º sessão ordinária do ano na Câmara de Cacoal teve os empolgados discursos dos parlamentares que, pela primeira vez, utilizaram a tribuna da Casa de Leis para seus posicionamentos.
Todos os discursos tiveram o propósito de mostrar o compromisso dos edis com os anseios da população, defendendo diversos setores públicos. O que se ouviu, principalmente, é palavra “fiscalizar”, uma típica função do vereador para exercer o controle eterno do Poder Executivo.
Embora, na teoria, o discurso de fiscalizar seja uma forma de “prestar contas” à sociedade, na prática – e na maioria dos casos – isso só acontece se o vereador for oposição ao prefeito.
E isto foi claramente percebido na sessão ordinária através dos elogios ao mandatário municipal, daqueles que se autodenominam “fiscalizadores do executivo”.
Na sessão, todos os parlamentares ignoraram e não comentaram um fato que gera uma série de reclamações em Cacoal: as nomeações questionáveis de pessoas no 1º escalão da prefeitura, envolvendo, entre outros, o ex-secretário municipal de trânsito (que foi renomeado noutro cargo de chefia) e o atual titular da secretaria de agricultura (leia mais AQUI e AQUI).
O vereador Paulinho do Cinema (PSB), reeleito ao cargo, por exemplo, citou um provérbio chinês para exemplificar sua “promessa” de, na teoria, ser representante da sociedade. “Antigamente, os homens faziam e não falavam; depois os homens passaram a fazer e falar, e hoje os homens falam e não fazem”. Disse que é importante que a Câmara caminhe junto com o Executivo, não baixando a orelha, mas que tenha coragem em dizer sim ou não ao Executivo.
Já o vereador Antônio Damião (Podemos) afirmou que “gosto muito de defender aquilo que a população cobra mais de interesse de todos”, mas também ignorou as nomeações questionáveis na prefeitura.
Por sua vez, o vereador Romeu Moreira (DEM), num discurso lido, disse que tem a “honra de representar a sociedade na Casa de Leis, fiscalizando os atos governamentais”.
Por outro lado, o vereador Magnison da Silva Mota (PSC), vice-presidente da Casa, foi quem mais chamou a atenção dos presentes e dos internautas que assistiam à sessão ao promover uma espécie de ritual de “exorcismo” para expulsar os demônios da corrupção (leia mais AQUI).