Foto: Ilustrativa

Só um problema de mercado pode atrapalhar os planos, anunciados nesta quarta-feira pelo presidente Jair Bolsonaro, de inaugurar oficialmente a ponte sobre o rio Madeira, na Ponta do Abunã, no próximo dia 18 deste março que vai começar, ou seja, daqui a exatos 20 dias: a falta de aço no mercado.

É o único obstáculo que está atrasando os planos das empresas contratadas para concluir a obra (entre elas a respeitada Madecon, de Porto Velho), quando ela está na reta final, faltando apenas algumas centenas de metros da extensão do lado de cá da ponte, para serem completamente concluídos.

Jair Bolsonaro confirmou, durante sua visita ao Acre, quando foi ver de perto a situação de calamidade, causada por enchentes em pelo menos dez cidades do nosso Estado vizinho, que voltará no dia 18 (uma quinta-feira) deste março que está chegando, dessa vez para uma missão muito diferente: inaugurar oficialmente a nova ponte sobre o rio Madeira, na Ponta do Abunã, em Rondônia.

A informação foi transmitida ao governador Gladson Cameli, durante a rápida parada de Bolsonaro na cidade de Sena Madureira, onde ele foi saudado pelo público e anunciou a liberação emergencial de recursos, incluindo o FGTS de até 6.600 reais, para ajudar a população atingida pela cheia.

A ponte é o último passo a ser dado pelo Brasil, para a integração, por terra, com o Peru, chegando até o Pacífico. Será um grande avanço no sistema de transportes da região, já que encurtará bastante o caminho até portos do Pacifico, em relação a enorme distância de Santos, por onde, hoje, nossas mercadorias passam para exportação, tornando muito menos caro encaminhá-las para vários países do mundo.

O crescimento do agronegócio, nossa produção crescente de soja, levada a várias nações e a carne rondoniense, cada vez mais procurada no mercado internacional, certamente terão enorme benefício, com essa nova ligação. A ponte vai representar também a integração por terra com o Acre, um estado acessível, até agora, apenas pelo sistema de balsas, na travessia do Madeira. Nem o Dnit e nem as empresas responsáveis pela obra confirmaram ainda, se realmente tudo estará pronto nos próximos 20 dias.

Uma fonte ligada às empresas que estão realizando a fase final do serviço, lamenta apenas que esteja havendo problemas com o abastecimento do aço. Por isso, até a data para a inauguração, prevista pelo Presidente da República, ainda pode ser modificada. A conclusão está atrasada em quase um ano, porque o projeto original teve que ser modificado.

O APELO DE FERNANDO MÁXIMO E A PERDA DO PROFESSOR MATIAS

Foram 42 mortes só na quarta-feira. Outras 14 nesta quinta. Estamos perdendo a guerra para a pandemia. Não há mais leitos de UTI. Temos quase 700 pessoas internadas. Já enviamos mais de 60 pessoas entubadas para fora do Estado, mas mesmo assim há uma fila, esperando para ingressar no tratamento intensivo. Não temos mais onde colocar tantos doentes.

Uma média de quase 800 novos casos/dia, na última semana, com um percentual pequeno, mas significativo para a estrutura da saúde, entupindo clínicas, hospitais públicos e privados. Hoje, não há mais como atender ninguém. E a doença não arrefece, porque o desrespeito aos mínimos cuidados continua sendo a tônica, dentro da sociedade rondoniense, aliás, da mesma forma como o é em todo o país. Na madrugada de quarta para quinta, o secretário Fernando Máximo fez novo vídeo, desesperado, avisando que não há mais estrutura para atendimento a novos infectados que precisarem de hospitalização e de UTI.

Pediu de novo, num apelo emocionado, que as pessoas se cuidem. Até agora, todas as suas postagens, sempre pedindo que o rondoniense se proteja, cumpra os protocolos e não participe de Coronafest, foram em vão. Também nesta quinta, nova notícia triste. Depois de 64 dias lutando desesperadamente pela vida, o professor, historiador e jornalista Francisco Matias, foi mais um rondoniense que perdeu a guerra para o vírus. Rondônia lamenta a morte de mais um pioneiro e uma figura das mais queridas entre todos os que com ele conviveram. Outra personalidade que perdemos foi o ex secretário de Estado Jucélis de Freitas, também vítima da doença.

EMENDA COLETIVA: 11 MILHÕES PARA COMPRAR 125 MIL VACINAS

A bancada federal de Rondônia vai destinar 11 milhões de reais para a compra de vacinas para serem entregues ao Governo do Estado, que as distribuirá a todos os municípios. Com esse dinheiro – vindo de emenda individual de cada um dos onze membros da bancada (oito deputados federais e três senadores), será possível adquirir cerca de 125 mil doses, já que cada uma delas custa, hoje, no mercado, algo em torno de 88 reais, o que representa cerca de 16 dólares.

Com a autorização do Congresso para que Estados e Municípios possam comprar as vacinas (o PSTF, o Partido do Supremo Tribunal Federal também avalizou a medida), é possível o uso desse recurso para atender a pelo menos 62.500 rondonienses, com duas doses do imunizante que for comprado. O que se espera, agora, é a celeridade na liberação desses recursos.

O momento é de quase pânico e quando mais rápido os 11 milhões de reais estiverem nos cofres do Governo, mais rápida poderá ser feita a aquisição, até porque há uma corrida desesperada atrás de vacinas de todos os governos no Brasil, além da enorme corrida em todo o mundo.

AGORA, FALTA A PRESSÃO PARA NÃO RECEBERMOS MIGALHAS

Participaram da reunião que decidiu a liberação da emenda coletiva, os deputados Lúcio Mosquini (líder da bancada), Léo Morais, Expedito Netto, Mariana Carvalho, Jaqueline Cassol, Silvia Cristina, Dr. Mauro Nazif, Coronel Chrisóstomo. Também participaram ativamente da decisão, os senadores Acir Gurgacz, Marcos Rogério e Confúcio Moura.

O que precisa ainda a bancada rondoniense, em peso, é ir ao Ministério da Saúde, exigir que seja liberado, com a maior urgência, pelo menos um lote com grande quantidade de vacinas para Rondônia. Até agora, recebemos apenas 111 mil doses, o que atenderia pouco mais de 55 mil pessoas. E o último deles trouxe a ridícula quantia de 5.400 doses, enquanto o Acre, por exemplo, que tem menos da metade da nossa população, recebeu 22 mil doses.

Está na hora de Rondônia exigir o tratamento que merece. O governador Marcos Rocha precisa também se unir a este esforço, senão vamos ficar vivendo de migalhas, enquanto outros Estados têm a preferência na distribuição dos lotes.

MONTES GRITA E PROTESTA CONTRA POUCAS VACINAS AO ESTADO

O caso da cota ridícula de vacinas que Rondônia recebeu, nessa semana, causou indignação no deputado estadual Jair Montes, primeiro secretário da Assembleia e líder do governo na Assembleia. Ele gravou um vídeo, em altos brados, criticando a atuação da bancada federal e exigindo que o governador Marcos Rocha pressione Bolsonaro, para que mande liberar muito mais vacinas para o Estado. O desabafo do parlamentar foi o seguinte: “Estou indignado. Indignado com a bancada federal do meu Estado.

E aqui também, governador Marcos Rocha, eu faço esse apelo ao senhor. Eu não quero ser amigo do Pazuello. Eu não quero ser amigo do Bolsonaro. Eu quero apenas que eles tratem o Estado de Rondônia com respeito! Chegou a informação agora que Rondônia recebeu 5.400 doses de vacina, e o Acre mais de 20 mil doses. Rondônia tem quase dois milhões de habitantes, e o Acre não tem nem oitocentos mil.

Isso não existe! Eu não tenho nada com nossos amigos acreanos, nossos irmãos, mas a bancada federal, os políticos do Acre são mais competentes do que nós? Do que os políticos de Rondônia? A nossa população está morrendo! Se nós não imunizarmos nossa população, vamos perder irmãos rondonienses.

É uma vergonha para nós políticos. Bancada federal, cadê você? Governador Marcos Rocha, tenha a honra de se indignar, cobrar o presidente da República e cobrar também o ministro Pazuello”. O vídeo pode ser assistido no link https://www.rondoniadinamica.com/noticias/2021/02/jair-montes-critica-bancada-federal-porque-rondonia-recebeu-menos-vacinas-contra-o-coronavirus-do-que-o-acre,97425.shtml

EM RONDÔNIA, JUSTIÇA RESPEITA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Ao contrário de ministros do STF, que perseguem jornalistas, imputando a eles crimes de opinião, na Justiça rondoniense o direito de expressão, claríssimo na Constituição Federal, é respeitado pelos magistrados. Prova disso foi a decisão proferida pelo juiz Pedro Silas Carvalho, do 2º Juizado Especial Cível, inocentando dois conhecidos jornalistas, em uma ação movida contra eles pelo delegado Roberto Santos, que denunciou a ambos por pretensos crimes, em comentários da Operação Pau Oco, aquele em que policiais civis foram à casa do recém saído do comando do Estado, Daniel Pereira, com acusações até hoje jamais comprovadas.

Lubiana e Camilo divulgaram áudios em que delegados conversavam (em alguns trechos, uma conversa nada republicana, segundo as denúncias). Tanto o delegado Roberto Santos da Silva, quanto seus demais colegas que lideravam a investigação foram afastados da Draco, pela direção da Polícia Civil do Estado de Rondônia, em função dos áudios divulgados.  Roberto entrou com uma ação pedindo indenização de 39.900 reais por danos morais, pela divulgação dos áudios e vídeos.

Depois de analisar as provas, ouvir os áudios e as partes, o juiz Silas Carvalho entendeu que o pedido do delegado é improcedente, uma vez que nada do que foi falado ou divulgado se trata de expressões de baixo calão, direcionadas ao policial e de que nada se tratava de conteúdo particular, e sim público, exposto pelo próprio delegado. Vitória da liberdade de expressão, felizmente!

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER AUMENTA DURANTE A PANDEMIA

A pandemia virou nosso mundo de cabeça para baixo. Por aqui também, muitas coisas continuam acontecendo, enquanto só nos preocupamos com a pandemia. Por exemplo: tem muita gente na fila de cirurgias, que não estão sendo atendidas porque tudo é direcionado (compreende-se), para o combate ao vírus.

Além disso, o número de assassinatos, principalmente em guerras de facções, mas também de inocentes, está crescendo. No ano passado, os números assustam: foram mais de 10 mil casos de violência doméstica no Estado, com mais de uma dezena de assassinatos de mulheres. A pandemia colocou as famílias em casa e essa convivência na maior parte do dia, tem causado conflitos. No ano passado, a média de ocorrências policiais de agressões a mulheres, de vários tipos, foi na faixa de 300 ocorrências.

Em novembro passado, o recorde: 380 registros. O ano começou também com número alto de ocorrências, mas, ao contrário do ano passado, quando não se registrou nenhuma morte em janeiro, agora tivemos dois feminicídios, um em Ouro Preto do Oeste e outro em São Francisco do Guaporé. A Lei Maria da Penha ajudou, mas, obviamente, não resolveu o problema da covardia contra as mulheres.

CÂMARA E STF: UMA ABERRAÇÃO DENTRO DE OUTRA ABERRAÇÃO

Um erro pior do que o outro. Depois de pisotear a Constituição e mandar prender em flagrante um deputado, por postagem nas redes sociais, contrariando elementos básicos da Constituição, alguns ministros do PSTF (o Partido do Supremo Tribunal Federal), têm dito nos bastidores que consideram a decisão da Câmara de aprovar uma emenda constitucional, que dificulta a prisão de parlamentares, como uma retaliação e uma afronta ao órgão máximo do Judiciário brasileiro.

Que hoje, aliás, não tem o respeito de vários setores da sociedade, por suas decisões político-partidárias-jurídicas. A prisão do deputado Daniel Silveira, segundo a grande maioria dos mais renomados juristas e constitucionalistas do país, foi uma aberração. Ninguém discorda de que ele deveria ser punido e até perder o mandato, mas que isso fosse feito dentro de preceitos que norteiam a Constituição e não por firulas inventadas contra ela.

A Câmara, que se acovardou, agora quer dar uma resposta, tornando tudo ainda muito pior. Vai aprovar uma PEC que sequer passou pelas Comissões, numa aberração dentro da aberração. A esculhambação em que se tornou nosso país, dividido em ideologias e poderes incompetentes, envergonham a Nação. Até quando vamos suportar?

PERGUNTINHA

Você acha que até o final do ano, a continuar essa política de preços da Petrobras, estaremos comprando gasolina a mais de 10 reais e a botija de gás, perto de 150 reais?

sicoob

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