Conversando com aquele diretor, nesta semana, ele me falou, apreensivo, da explosão de preços praticada por seus fornecedores. Sem lógica, sem critérios, sem ética. Portanto injustificável e inapropriada, abusiva e oportunista.
Mas essa prática terá um custo; a reação virá cedo ou tarde, de uma forma ou de outra. E o consumidor final, como fica? Quem está ouvindo suas reclamações? Desamparado, indefeso e explorado. Isso não pode continuar assim.
Este é o tempo em que alguns inescrupulosos estão se aproveitando das circunstâncias, da desorganização dos mercados e da transitoriedade, para aumentar seus ganhos.
As correções de preços não são mais de 3%, 6% ou 9%; pelo contrário, agora elas saltaram para 20%, 30% e 50%. Os principais culpados são o dólar, o risco de desabastecimento, a carga tributária… Daqui a pouco os novos culpados serão a incompetência das autoridades, o descrédito do governo, a inflação, o centrão, forças ocultas…
Nos países desenvolvidos, as autoridades econômicas já têm pré-determinados os remédios para combater essas crises: o livre mercado, a intensificação da concorrência, o combate violento aos monopólios e cartéis. Vou repetir: o livre mercado, a intensificação da concorrência, o combate violento aos monopólios e cartéis. A história tem comprovado que esses recursos são os melhores e mais eficientes, qualquer que seja a crise. Eles funcionam! Eles baixam os preços! Seu resultado é imediato!
No Brasil não existe isso. Pelo contrário, ainda existem monopólios. Quem deveria agir, não está cumprindo seu dever, porque está omisso. Isso é lamentável. E os oportunistas estão crescendo perigosamente, inclusive contagiando a mente de outros empresariados. Com certeza, cedo ou tarde, a conta virá e terá de ser paga por mim e por você. Hoje o consumidor está pagando; amanhã virá a inflação, a taxa de juros subirá, os subsídios retornarão, a manipulação dos números voltará, como também o tabelamento de preços…
É impressionante como cresceram os lucros algumas empresas brasileiras, nos últimos meses. Os acréscimos de lucro, comparados com os de um ano atrás, são enormes e inexplicáveis; o percentual do lucro sobre as vendas tem atingido níveis altíssimos.
Isso deveria tirar o sono de muita gente; contudo parece que esses empresários querem mais e mais, e logo, independentemente das consequências para o país e para o nível de preços.
Onde está a ética? E os nossos valores? E a sensatez? E o futuro do país? Onde estão os homens de bem, e os influentes, e nossos líderes? Que Deus nos ajude e capacite para enfrentar a crise com união e responsabilidade, trabalho e fé. Pense nisso enquanto lhes digo até a semana que vem.