Tradicionalmente, na avicultura de corte, como reflexo do melhoramento genético, o volume de carne de frango apresenta evolução proporcionalmente maior que o de cabeças abatidas. Mas em 2020 não foi assim. Não porque tenha caído o rendimento das aves em criação, mas porque a explosão dos custos e o comportamento do mercado (pandemia) impuseram a produção de aves mais leves.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – cujos levantamentos abrangem apenas os estabelecimentos de abate sob inspeção federal, estadual ou municipal – em 2020 foram abatidas perto de seis bilhões de cabeças de frango, volume 3,29% superior ao registrado no ano anterior.
Fossem outras as condições, o incremento na produção de carne teria alcançado o mesmo índice de evolução ou teria sido superior. Mas o levantamento mostra que a expansão, aqui, foi de apenas 1,84%, resultado que correspondeu à produção anual, sob inspeção, de pouco mais de 13,765 milhões de toneladas de carne de frango.
neste caso, que os efeitos negativos maiores da pandemia se concentraram no primeiro semestre: frente a um aumento de mais de 2% no número de cabeças abatidas, a carne delas decorrente aumentou somente meio por cento. Já no segundo semestre o rendimento foi ligeiramente maior e, para um aumento de 4,22% no número de cabeças abatidas, o volume de carne aumentou mais de 3%.
De toda forma os custos influenciaram muito mais a produção do que a pandemia. Tanto que, mesmo antes dos primeiros isolamentos sociais (ou seja, em janeiro e fevereiro), o peso médio já vinha em redução. E, no decorrer de todo o exercício, houve apenas uma exceção, em novembro, decorrente, provavelmente, da produção de aves especiais para o Natal.