Foto: Ilustrativa

Tem razão a Secretaria de Saúde do Estado em pedir pressa para a maioria das Prefeituras, algumas andando em passos de cágado, tipo slow motion, para realizar seus programas de vacinação. Mesmo as que receberam poucas doses, sequer conseguiram utilizá-las todas.

Há casos como o de Machadinho do Oeste, que recebeu 1.369 doses e que, até o último dia 20, havia aplicado apenas 314 vacinas, ou seja, menos de 23 por cento. Das 596 doses que Costa Marques recebeu, apenas 203 foram aplicadas. Entre os municípios maiores, está Cacoal, como o que mais usou as vacinas. Das 6.432 doses, aplicou 4.482, chegando a quase 70 por cento.

E assim mesmo, proporcionalmente, a cidade ficou na 11ª posição entre as que mais rapidamente imunizaram sua população. Rolim de Moura ficou na 13ª posição, com 3.289 doses e 2.237 injetadas, representando 68 por cento de utilização. Vilhena teve 4.842 vacinas recebidas e 3.210 distribuídas à população, ou seja, por mais de 66 por cento. Ariquemes ficou na 18ª posição, com 4.406 vacinas e 2.892 aplicadas, chegando a 65,6 por cento. Na proporção, quem mais imunizou foi a pequena Alto Paraíso. Recebeu 910 doses e aplicou 813, num percentual de quase 90 por cento. Todos os números se referem a 20 de março passado. E a Capital?

Pelos números oficiais da Sesau, o Município de Porto Velho recebeu, até o último dia, um total de 30.479 doses das vacinas chegadas ao Estado. Não estão no pacote as cerca de oito mil doses que chegaram na última sexta-feira. Das mais de 30 mil doses já distribuídas, os números apontam que foram aplicadas até agora apenas 17.041 doses, ou seja, cerca de 56 por cento. A Prefeitura contesta tais números. Anuncia um resultado bem diferente.

“Porto Velho já vacinou até o dia 19 de março, 25.489 pessoas conforme informações disponibilizadas no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI)”. Mais adiante, dá os detalhes de quem foi imunizado:19.672 profissionais e trabalhadores da saúde; 4.069 idosos com mais de 80 anos; 837 idosos de 78 e 79 anos; 521 indígenas; 183 idosos institucionalizados, entre outros públicos do grupo prioritário da primeira fase do Plano de Imunização. Os números podem ser divergentes, mas a lentidão, na maioria das cidades, é real. A partir de agora, com a chegada de mais e mais vacinas, as cidades precisam de agilidade para imunizar todos os que puderem, porque isso pode ser a diferença entre viver ou morrer, para milhares de rondonienses.

AMANHÃ OU QUINTA, MAIS UM LOTE DE VACINAS PARA RONDÔNIA

Por falar em vacinas, outra boa notícia. Provavelmente entre esta quarta e a quinta-feira, Rondônia deve receber mais um lote de vacinas, não se sabe ainda se Coronavac ou Oxford/AstraZenca ou se ambas, para serem distribuídas às Prefeituras. Será o 11º pacote de imunizantes que chegará ao Estado. A partir de agora, se não houver mais nenhum problema pelo caminho, há perspectivas de que comecemos a ter por aqui, novas doses de vacinas todas as semanas, senão até duas vezes por semana.

Na última sexta, recebemos mais 23.400 doses, o que já ajuda bastante ao programa estadual de imunização, embora continue a lentidão das doses chegarem à população, por causa da falta de estrutura para essa ação, de parte de muitas Prefeituras. Neste início de semana, tanto o governo federal quanto o estadual estão comemorando uma nova fase da produção de vacinas no país. Apenas na Fiocruz, desde sexta passada, está produzindo 1 milhão de doses. Muitas outras estão chegando. Espera-se que cheguem mais e mais, até que essa praga seja exterminada do nosso meio.

ANYSIO, UMA DAS 174 VIDAS LEVADAS PELO VÍRUS, EM QUATRO DIAS

Um total de 174 mortes por Covid em apenas 96 horas. Da sexta-feira, dia 19 até a noite de segunda, dia 22, o vírus nos tirou mais toda essa gente querida e amada, enlutando tantas e tantas famílias rondonienses. Com isso, batemos na triste estatística dos 3.700 vidas que se foram, desde o primeiro caso fatal, no final de março do ano passado. Nestes menos de um ano, 357 dias, perdemos para a Covid mais de dez pessoas a cada dia. O sábado teve um dos recordes de óbitos: 57. Foi o final de semana que mais registrou óbitos desde o início da doença.

E foi um domingo ainda mais triste, porque entre as 35 vítimas, estava uma das figuras mais queridas e respeitadas desta terra, o historiador e apresentador de TV, Anísio Gorayeb. Lamentando profundamente essa perda e nos solidarizando com familiares e sua multidão de amigos, o lamento se direciona também para todos os rondonienses conhecidos ou anônimos, que foram levados pelo vírus assassino. Até em homenagem a todas essas vítimas, torçamos todos para que cheguem logo as vacinas, para que não percamos mais tanta gente querida.

BOLSONARO CONFIRMA 29 DE ABRIL PARA VIR INAUGURAR A PONTE

Agora não vai mais haver postergação. A menos que surja algo inesperado, daqueles problemas que ninguém imagina que possa surgir, o presidente da República, Jair Bolsonaro, virá mesmo a Rondônia no dia 29 de abril, uma quinta-feira, para a solenidade de inauguração da ponte sobre o rio Madeira na Ponta do Abunã. A obra gigantesca, que beirou os 200 milhões de reais, já deveria estar pronta há bastante tempo, caso seu projeto inicial não tivesse ignorado a temporada de cheias, que atingem com toda a força o acesso do lado de cá do rio.

Por isso, houve um longo atraso, já que tudo teve que ser feito novamente, neste trecho, até que toda a estrutura estivesse pronta para não ser afetada pelo aguaceiro do inverno amazônico, que sempre atinge a região, ao menos seis meses por ano. Afora isso, novo atraso se registrou por causa das chuvas esse ano e somente na última sexta foi concretado o último trecho do acesso. Agora, faltam apenas os finalmente, como diria o prefeito Odorico Paraguassu. Mas tudo está 100 por cento pronto no dia 29 do mês que vem, quando Bolsonaro vier para a inauguração.

A GUERRA É POLÍTICA. POR ISSO O VÍRUS CHEGA ANTES DA VACINA

Governo federal e governo de São Paulo se digladiam, como sempre, para um anunciar mais vacinas que o outro. Política pura! Governadores pressionam a União, com algumas regiões do país vivendo verdadeiro estado de sítio (algo totalmente inconstitucional), com o aval do PSTF, o Partido do Supremo Tribunal Federal, que deveria ser o fiel guardião das normas da nossa Constituição. A oposição chama Bolsonaro de genocida, como se ele tivesse culpa pela doença mundial.

Bolsonaro contra-ataca, avisando que “estão esticando a corda” e insinuando que as Forças Armadas estão atentas. Grupos de partidários do Presidente o homenagearam com bolo e palavras de ordem, no domingo, dia do aniversário dele, enquanto opositores de todos os calibres (a grande maioria ainda inconformada com a surra das urnas), detonam qualquer ação que venha do Planalto. Os dois lados se digladiam, felizmente, ainda, com violência só nas palavras, mas é questão de tempo para que isso tudo exploda em confrontos generalizados.

Enquanto isso, quase três mil brasileiros morrem todos os dias, muitos deles cheios de esperança de que a vacina os alcançasse antes do vírus. Ledo engano! Morreram vendo e ouvindo uma guerra política, que não salva vidas e não interessa ao país. Pobre Brasil!

LOCKDOWN PODE SER SENTENÇA DE MORTE PARA EMPRESAS

A terça-feira é Dia D para sabermos se Rondônia continuará na área vermelha, funcionando com seu comércio aberto de segunda a sexta e fechando apenas nos finais de semana ou se vingará o pedido do Ministério Público, para que se volte ao decreto anterior, praticamente determinando o Lockdown em todas as regiões, até que melhorem os números de infectados, internados e mortos pela Covid. Ao contrário da maioria dos governadores – alguns estão baixando decretos assemelhados à implantação do estado de sítio, algo que só o Presidente da República pode fazer e ainda assim se for autorizado pelo Congresso – Marcos Rocha é contra o Lockdown e tem repetido isso várias vezes.

Só adotaria o fechamento total, por decisão própria, num momento de grande desespero, em que não houvesse outras alternativas. Mas a questão pode fugir das mãos dele. Nova audiência, agendada para esta terça pelo juiz Edenir Sebastião, que tem conduzido com grande sabedoria o assunto, até agora, pode sim obrigar o Estado a rever o decreto. Há grande expectativa nos meios empresariais. Muitos comerciantes, principalmente, temem que um Lockdown poderia representar uma sentença de morte para suas empresas…

ACABOU A PROPRIEDADE PRIVADA PARA HOSPITAIS PARTICULARES?

Há, ao menos para os leigos, algumas decisões que parecem fora do entendimento, fora da razão, que ultrapassam as questões da legalidade. Mas, obviamente, apenas para os leigos, porque especialistas, como membros do MPF, MP estadual e da Defensoria Pública, devem ter argumentos fortes e constitucionais para que a Justiça determine medidas às instituições particulares de saúde como se elas fossem públicas.

O caso agora é uma ação interposta por esses organismos, pedindo que a Justiça obrigue os hospitais particulares a aumentarem seus leitos em até 100 por cento, para não deixarem de atender os atingidos pela Covid. Ué, mas uma ação dessas não deveria ser proposta para exigir tal medida pela rede pública, essa sim mantida com recursos do contribuinte? Por que uma empresa privada tem que bancar um pesado investimento, como criar hospitais de campanha, com toda a infraestrutura? Como serão ressarcidas? Quem lhes pagará os prejuízos quando a pandemia passar e os leitos criados não tiverem mais utilidade? Estamos vivendo tempos de calamidade, mas ao que consta – sempre se falando como leigo e não como especialista – ainda não foi modificada a legislação inerente à propriedade privada. Ou nesse momento de pandemia, isso pode ser feito assim, como se estivesse previsto na nossa Constituição?

OXIGÊNIO: PARCERIA DA BANCADA FEDERAL COM A SESAU

Esforço do governo e de toda a classe política, teve resultados positivos. A crise do oxigênio (ainda há riscos para o Estado), começou a ser diminuída, depois de uma grande mobilização para que o Ministério da Saúde agisse e enviasse mais de 5 mil metros cúbicos para o Estado. O deputado Lúcio Mosquini, coordenador da bancada federal, destacou o trabalho de todos os parlamentares que representam Rondônia no Congresso, no sentido de apoiar a chegada de pelo menos 400 cilindros, apoiando diretamente no combate à crise que se avizinhava.

Mosquini destacou a ação tomada de forma coletiva, que contou com a presença dos deputados federais Léo Morais, Expedito Netto, Mariana Carvalho, Jaqueline Cassol, Silvia Cristina, Dr. Mauro Nazif, Coronel Chrisóstomo, e também os três senadores de Rondônia, Confúcio Moura, Marcos Rogério e Acir Gurgacz. Na última sexta, a bancada promoveu uma videoconferência com o secretário Fernando Máximo, tendo como pauta aquisição de leitos de UTI, envio de mais vacinas e o envio dos oxigênios. O trabalho em parceria começa a render frutos.

PERGUNTINHA

Será que corremos o risco de vermos implantado o estado de sítio no país e a interferência em propriedades privadas, sem que haja qualquer reação dos especialistas e dos que defendem a Constituição?

sicoob

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