Vai haver uma revolução no sistema de transporte público em Porto Velho.Um projeto polêmico, que certamente significará uma mudança radical em todo o sistema de transportes de passageiros na capital, oriundo do Executivo, já foi aprovado pela Câmara de Vereadores.
A proposta pode salvar a empresa de ônibus responsável pelo transporte coletivo, mas pode acabar com todos os demais tipos de meios de condução de passageiros. Carros de aplicativos, táxis normais, táxis lotação, mototáxis: pelo menos alguns deles estão correndo risco de desaparecer, caso seja mesmo mantida a decisão. A primeira parte dela é até justa, na medida em que a Prefeitura foi autorizada pela Câmara a dar um subsídio de 6 milhões de reais à empresa que tem o direito do transporte na cidade, atualmente.
O outro ponto que certamente causará enorme polêmica: no mesmo projeto, foi decidido que a tarifa será zerada neste mês de abril (você não leu errado: é de graça mesmo!); custará 1 real em maio, junho e julho; 2 reais em agosto, setembro e outubro e 3 reais em novembro e dezembro, quando acaba o subsídio. O projeto, relatado pelo vereador Everaldo Fogaça, já foi aprovado pela Câmara e deve ser sancionado ainda nesta quarta, pelo prefeito Hildon Chaves.
Basicamente, a alegação dada no projeto é que, com a pandemia, o número de usuários do sistema de transporte caiu drasticamente e a empresa está na iminência de tornar-se inviável economicamente, o que causaria graves prejuízos à população. A decisão de apoiar a empresa é louvável, até porque, sem qualquer apoio ou subsídio, é ela que tem que bancar até 60 por cento de gratuidades, irresponsavelmente autorizadas, no decorrer dos anos.
Como, desde que iniciaram a rodar na cidade, os ônibus da nova empresa faziam as linhas muitas vezes com nenhum passageiro, o problema já vem desde aquela época, ainda anterior à pandemia. Também houve situações em que meia dúzia de pessoas estavam num coletivo, mas nenhuma delas pagava passagem porque tinha o direito de andar de graça. Até aí, compreende-se o subsídio. Mas… o problema é o efeito colateral!
O outro lado da moeda é que os mais prejudicados, certamente, serão os carros de aplicativos. Ainda mais agora, que eles pediram que a corrida mínima custe 8 reais. Parece mentira, mas não é. Porto Velho tem hoje quase 30 mil pessoas trabalhando neste sistema. Os táxis lotação, ilegais, tendem também a extinção, caso a decisão seja mantida como está. Mototáxis terão que rever seus preços.
Os táxis comuns, contudo, devem sobreviver, até porque está em estudo um subsídio para esses profissionais, no mesmo período em que durar o apoio financeiro à empresa de ônibus. Em função da pandemia, os coletivos, com a tarifa zero em abril e preços irrisórios até dezembro, só poderão rodar com 50 por cento da sua capacidade. É uma revolução. Será que dará certo?
“TEMOS QUE SALVAR NOSSO TRANSPORTE COLETIVO”, DIZ HILDON
Sobre o assunto, o prefeito Hildon Chaves gravou um vídeo explicando sua decisão sobre o transporte coletivo. Explicou que além da pandemia, sua maior preocupação é com as pessoas mais carentes, os mais pobres, os idosos, os deficientes, que têm gratuidade e que, sem o transporte coletivo, não terão mais como se deslocarem. O Prefeito sublinhou que o subsídio é temporário e que a população passe também a conhecer o sistema, para passar a utilizá-lo.
Destacou que em anos anteriores, o número de passageiros transportados por ônibus na cidade chegava a cerca de 58 mil pessoas, diariamente. Esse número caiu para menos de 8 mil. Hildon também criticou os piratas do transporte coletivo, que pegam passageiros em paradas de ônibus. Se não tivermos transporte, diz, a população mais carente será a mais prejudicada. E reforçou: subsídio é passageiro. “Temos que salvar nosso transporte coletivo”, reforçou.
ONDE ESTÃO AS QUASE 110 MIL VACINAS ATÉ AGORA NÃO APLICADAS?
Os números não fecham. Alguma coisa não está correta. Rondônia já recebeu, em 10 lotes, nada menos do que 265.008 doses de vacinas, a maior parte delas da Coronavac chinesa. Segundo números oficiais da Secretaria da Saúde, em seu Boletim 382, desta terça, dia 06 de abril, até agora foram aplicadas, em Rondônia, 119.938 em primeira dose e outras 35.187 na segunda dose. Soma simples e o total dá 155.125 doses. Outra continha simples: 265.008 menos 155.125 é igual a 109.883.
Ou seja, do total das vacinas recebidas, 41,4 por cento não foram aplicadas. Chega-se, finalmente, a uma pergunta que não quer calar: onde estão essas quase 110 mil doses de vacinas, que até agora não foram aplicadas? Num Estado onde o número de mortes se aproxima de 4.500 e onde há ainda mais de 16 mil casos ativos, com milhares de vidas em risco, de quem é a responsabilidade por se deixar, sem uso, tantas milhares de doses que poderiam amenizar em muito a gravíssima situação que estamos vivendo? Não está na hora do Ministério Público, por exemplo, entrar de sola no assunto? Ou há coisas mais importantes, como comprar de toner de impressoras, para se investigar?
BANCADA FEDERAL COBRA 403 MIL DOSES DE VACINAS PARA O ESTADO
Rondônia exige, urgente, pelo menos, mais 403 mil doses de vacinas, apenas para atender o público-alvo das prioridades no Estado, porque temos 617 mil pessoas dentro desses grupos de risco (ou seja, 35 por cento de toda a sua população) e recebemos apenas 213.800 doses para essas pessoas, até 30 de março. O recado foi dado pelo deputado Lúcio Mosquini, coordenador da bancada federal de Rondônia, em nome de todos os pito deputados e os três senadores, numa dura conversa com o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Mosquini comparou a situação dos rondonienses com a de outros Estados, que foram muito melhor atendidos do que nós. Citou, por exemplo, o caso do Amapá, que tem 117 mil pessoas em grupos de risco e recebeu mais de 102 mil doses. Os parlamentares da bancada federal exigiram respostas imediatas do Ministério da Saúde. Queiroga prometeu fazer um levantamento completo da situação e dar uma resposta aos nossos representantes no Congresso até esta quarta-feira. “Não podemos aceitar o que está acontecendo. Rondônia está sendo preterida e isso é inaceitável”, disse o coordenador da bancada.
DIA D: PONTE DO MADEIRA EM ABUNÃ SERÁ CONCLUÍDA DIA 15
Um dia histórico! Na próxima quinta-feira, dia 15, será dada como totalmente concluída a ponte de 1.517 metros sobre o rio Madeira, na Ponta do Abunã, construída depois de terem sido implantados na área, mais de 3 mil metros de aterro, segundo o superintendente do Dnit para Rondônia e Acre, André Lima. No dia 29, o presidente Jair Bolsonaro, o ministro Tarcísio de Freitas e o governador Marcos Rocha, entre outras autoridades, vão inaugurar oficialmente a obra, que representa um investimento que se aproxima dos 200 milhões de reais e se tornará uma das maiores pontes do país.
A primeira é, claro, a Rio/Niterói, com mais de 13 quilômetros e a segunda, a Rodoferroviária sobre o rio Paraná, com 3.700 metros. A obra é de grande importância para todo o Brasil, porque pela primeira vez na história, haverá ligação por terra entre todo o território nacional e, ao mesmo tempo, encurtará os caminhos para o Oceano Pacífico. A partir do dia 16, se não houver nada de surpreendente, a ponte já poderá ser aberta ao tráfego. Cerca de duas semanas depois, será oficialmente inaugurada pelo Presidente da República, cuja agenda oficial já está confirmada.
A VELOCIDADE DO RIO E AS 3 MILHÕES DE TORAS TODO O ANO
A ponte do Abunã é a terceira maior construída pelo Dnit no país. Há outras maiores (pelo menos outras oito), mas que foram executadas por empreiteiras. O trabalho do Dnit não foi fácil. O Madeira é um rio muito difícil para execução deste tipo de obra, pela velocidade das suas águas (até 27 quilômetros por hora ou sete metros por segundo na velocidade) que é a segunda maior do mundo neste quesito.
Além da complexidade do trabalho, o Dnit ainda investe pesado na limpeza constante dos pilares da ponte, porque o rio transporta, anualmente, mais de 3 milhões de toras, muitas delas que podem atingir a base da ponte com grande força. Depois de muitas décadas usando balsas, às vezes esperando horas, quando não dias, em filas imensas, os veículos e caminhões, pagando preços cada vez mais altos, a partir deste abril, terão uma nova forma de chegar ao Acre e aos países vizinhos, sem custo algum e com toda a segurança. Habemos Ponte! Enfim, receberemos uma obra grandiosa, imensa e vital para toda a nossa região norte e para o Brasil!
O PROTESTO DA POLÍCIA CIVIL E MAIS UM DIA DE MUITOS ÓBITOS
Afinal, por que os policiais civis foram excluídos pelo Ministério da Saúde no grupo prioritário de vacinação, enquanto PMs, policiais rodoviários, policiais federais, membros das três Forças Armadas, todos foram incluídos? Até agora não há qualquer explicação lógica para essa exclusão, que mereceu protestos da categoria e do próprio secretário de segurança do Estado, Coronel Pachá, que em nota destacou o trabalho dos profissionais civis e dos riscos que correm, em contato com o público.
O impasse continuava nesta terça, enquanto o assunto repercutia na Assembleia Legislativa, onde o deputado Anderson Pereira pediu a inclusão de agentes da polícia civil, polícia penal e agentes socioeducativos nos grupos de risco. Enquanto tudo isso acontecia, o sistema policial do Estado chorava a morte de mais dois de seus membros, atingidos pelo vírus assassino. A terça, aliás, foi de mais tristeza para muitas famílias. Mais 41 rondonienses morreram, 13 em Porto Velho. Já chegamos a 4.368 óbitos. A superlotação dos hospitais e UTIs continua. Nas últimas 24 horas, 766 pessoas continuavam internadas.
IBGE: SEM O CENSO, 1.600 RONDONIENSES SÃO PREJUDICADOS
Estão na marca do pênalti, prestes a irem para o espaço, as quase 182 mil vagas de recenseadores e outas 22 mil para agentes municipais, que seriam contratados temporariamente, Brasil afora, pelo IBGE. Com o corte de recursos do órgão, o censo programado para este ano pode não ser realizado. O concurso para os muitos milhares de inscritos, já foi cancelado, ao menos por enquanto. O corte no orçamento do IBGE foi radical. Caiu de 2 bilhões de reais para menos de 71 milhões.
Ou seja, com esse valor, será impossível realizar tanto o concurso quanto o censo em si. Com isso, aproximadamente 1.600 rondonienses que fariam parte das equipes de recenseadores e agentes também serão prejudicados. Para que o censo nacional pudesse ser realizado, as provas para os candidatos seriam neste mês de abril e a contratação a partir de maio. Caso não haja uma injeção de dinheiro, muito maior do que a que o IBGE recebeu no orçamento, adeus censo 2021. Nas próximas semanas será anunciada a decisão definitiva.
PERGUNTINHA
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