O clima ficou tenso na manhã desta segunda-feira, durante a sessão ordinária na Câmara de Cacoal, chegando ao ponto do presidente da Casa, João Paulo Pichek (PR), determinar o corte do microfone dos parlamentares.
O motivo: a ida dos vereadores Paulinho do Cinema (PSB) e Edimar Kapiche (PSDB) a Brasília semana passada com a finalidade de manter reunião no Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) envolvendo o polêmico caso das casas populares (leia mais AQUI).
A questão foi levantada por Paulinho do Cinema, ao usar o plenário da Casa. Ele disse que, enquanto estava em Brasília junto com seu colega Kapiche, ouviu áudio com mensagem até ofensiva, de autoria do seu colega Paulo Henrique (PTB).
“Na eleição passada, tinha gente que conversava pelos cotovelos. E isso já começou aqui com questionamento dos motivos de eu e o Kapiche ter ido a Brasília. Gosta de pedir apoio quando é pra ele, mas depois gosta de te alfinetar, achar que é melhor que o outro. Então, não venha falando porcarias quando não estou presente. Eu sou muito homem em todo o que eu falo. Estou me dirigindo ao senhor, vereador Paulo Henrique. Tem áudios que chegaram até mim e o senhor dizer que nós estamos atrás de louros; fico muito triste. O senhor dizer que, nas entrelinhas, fui em Brasília para brincar de ser vereador. Vamos discutir porque nego tem que parar de ser safado e leviano aqui dentro. Mas falar mal, chega a ser covardia”, desabafou.
Edimar Kapiche (PSDB), 1º secretário da Mesa Diretora, também usou a tribuna e continuou o assunto. Reforçou que está desde o começo buscando informações do motivo de o MDR não reconhecer todo o processo de seleção; garante que houve um erro do gestor da então secretaria de assistência social e que cobrou reuniões junto ao Executivo municipal e outras autoridades.
“Nunca tinha feito uma viagem de avião, e sempre vou agir com responsabilidade. Não estou aqui para ter medo de rede social. Eu devo satisfação à população de Cacoal. Agora, quem está querendo ibope político, em ser mais individualista, eu não preciso disso. Com relação às casinhas, tendo essa perícia, o prefeito Fúria vai fazer o que é correto, respeitando as pessoas que ganharam as casas e aquelas que não passarem na visita social serão desclassificadas e os suplentes convocados que realmente merecem”, disse.
Em aparte, Paulo Henrique esclareceu e se defendeu das acusações. Afirmou que participou de uma reunião aberta ao público e esclareceu que, quem tem competência de fazer o pedido de reconsideração ao MDR, não são os vereadores, e sim o chefe do executivo municipal.
Ele respondeu Paulinho do Cinema. “Se o senhor quisesse o nosso apoio, tivesse levado o documento com assinatura de todos os vereadores, mas só levou do senhor e do Kapiche. Não tenho porque esconder; não falei que o senhor foi brincar. Eu disse que o prefeito iria na próxima semana a Brasília para resolver essa situação e vossa excelência e o Kapiche se anteciparam. Não adianta um ou dois vereadores querer levar o louro. Isso não vai resolver enquanto o prefeito não assumir a sua responsabilidade de fazer o pedido de reconsideração assinado por todos os vereadores. E volto a dizer: mais importante do que gastar dinheiro público, é fazer reunião virtual. O senhor usou meu nome como se eu estivesse agindo de má-fé com o senhor, mas quero deixar claro que respeito seu mandato, fui eleito como presidente dessa comissão”, disse.
O petebista sugeriu a seus colegas que ouçam a gravação sem edição antes de tecerem críticas a ele e seu mandato.
O Extra de Rondônia apurou, junto ao Portal da Transparência da Câmara, que Paulinho e Kapiche obtiveram três diárias, no valor total de R$ 2.208,00 cada, para cobrir despesas da viagem à capital federal entre os dias 13 a 15 de abril.