Moradores de Vilhena, na região sul de Rondônia, ficaram curiosos com o fenômeno atmosférico que aconteceu na manhã desta sexta-feira, 30.
Um “paredão” formado por nuvens apareceu no céu vilhenense, o que também foi apreciado em alguns municípios do Cone Sul, como Colorado do Oeste e Chupinguaia.
Para obter mais informações, o Extra de Rondônia entrou em contato com Daniel Panobianco, jornalista que atua na área de meteorologia através de agência de notícias meteorológicas e atualmente mora em Echaporã, São Paulo, porém já morou em Vilhena e Ji-Paraná.
De acordo com ele, as nuvens são do tipo stratus ou altocumulus, situadas em torno de três mil metros de altitude.
Informou que, pela imagem do satélite GOES, no campo visível, é possível observar o deslocamento da nebulosidade entre MT e RO. São nuvens de tempo bom e geralmente estão associadas à mudança no padrão de escoamento do vento, que hoje está de noroeste/sudeste
A carta sinótica do Cptec/Inpe sobre o nível de 500 hPa (5 mil metros de altitude) mostra que há um anticiclone (sistema de alta pressão) centrado sobre o Brasil e que mantém o tempo firme. A borda deste anticiclone colabora para o surgimento de nuvens stratus ou altocumulus níveis mais abaixo.
“As pessoas ficam mais impressionadas pelo limite que esse tipo de nuvem determina. Ora o céu límpido, ora com uma margem, uma faixa de nebulosidade. Isso ocorre justamente devido ao escoamento do fluxo do vento. É comum mais nos trópicos, onde as correntes de vento costumam ser mais intensas. Mas, via de regra, não é um fenômeno raro para Vilhena”, explicou.
Daniel também disse que o “paredão” dura poucas horas, pois o anticiclone em 500 hPa deve se amplificar, levando ao enfraquecimento da nebulosidade com a perda das parcelas de umidade.
“As altocumulus estão ao norte, sentido Juína e ao sul, sentido Colorado e Chupinguaia, começam a aparecer as stratus pelo campo visível do GOES”, finalizou.