Ouvindo música / Foto: Ilustrativa

Muitas músicas brasileiras trazem em suas letras conteúdos que agridem o gênero feminino, fazendo apologia à cultura do estupro e todo tipo de agressão contra as mulheres.

O funk e o sertanejo universitário são os estilos musicais que mais objetificam a mulher de forma desrespeitosa, retratando-as como interesseiras, vulgar e como objeto sexual masculino.  Além disso, muitas pessoas são influenciadas pelas letras das músicas e com isso acabam achando normal e praticando o que é dito nas letras.

As músicas que manifestam o machismo sempre estiveram presentes nas composições brasileiras. No século XX, a composição de Sidney Magal fez muito sucesso e ganhou destaque na época sendo regravada por vários artistas, essa música contém um trecho que diz “Se te agarro com outro. Te mato! Te mando algumas flores. E depois escapo”, mostrando o quão natural era o machismo, em uma época que o gênero feminino era tratado com inferioridade.

Ao passar dos anos, é notável a mudança da sociedade em relação à mulher e à música, mas ainda é comum encontrar lançamentos com letras desrespeitosas nas paradas de sucesso. Um exemplo disso é a música do MC Diguinho cujo trecho diz “Taca a bebida/Depois taca a pica/ E abandona na rua”, em que ele faz apologia ao estupro e a violência contra as mulheres. Outra música que também chegou ao topo do ranking foi “A mala é falsa” do sertanejo Felipe Araújo, em que é normalizado um relacionamento abusivo. 

Assim, percebemos a influência da música na formação das pessoas que crescem escutando letras que romantizam o desrespeito a mulheres e letras normalizam o estupro, abrindo caminho a práticas de tais atos. Com isso é de suma importância palestras em escolas e a educação familiar, a fim ensinar desde cedo a respeitar as mulheres. Além disso, cabe ao Congresso Nacional criar leis que punam os indivíduos que incentivam a violência por meio da música. Cabe também às plataformas responsáveis pela divulgação dessas músicas proibir a reprodução daqueles que agridem de alguma forma o gênero feminino.

Steffane Kauane Anjos Oliveira, aluna do 3º ano do curso técnico em agropecuária integrado, Ifro-campus Colorado do Oeste

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