A deputada federal Jaqueline Cassol (PP) concedeu entrevista exclusiva ao Extra de Rondônia nesta terça-feira 20, na cidade de Cacoal, ocasião em que falou sobre vários temas, já fazendo uma avaliação de seu mandato e quais são as perspectivas políticas que se avizinham tanto para ela quanto ao partido que preside em Rondônia.
Na conversa ela fala das dificuldades que enfrentou nesta legislatura, que em seu ponto de vista foram agravadas em virtude da falta de agilidade do governo estadual em dar prosseguimento às iniciativas que tomou que dependiam de gestão da administração de Marcos Rocha, que ela classificou como “devagar”.
MANDATO PRODUTIVO
Sobre seu mandato, de uma forma geral ela considera “muito produtivo”, tanto no aspecto de encaminhamento de recursos para Rondônia, quando na participação de debates e concretização de ações legislativas em âmbito nacional. “Projetamos o Estado de Rondônia de forma positiva nas discussão e tramitação de grandes temas”, afirmou em tal sentido.
Jaqueline frisou que é preciso levar em conta que, dos dois anos e meio deste mandato, praticamente a metade foi atropelada pela pandemia, “que paralisou o mundo inteiro, e não poderia ter sido diferente por aqui”. Mesmo assim, ela afirmou que depois que se estabeleceu uma outra forma de trabalho, a coisa fluiu bem.
Naquilo que considera como participação efetiva de temas abrangentes, a deputada destacou seu trabalho na formulação da Lei Henri Morel, proposta de enfrentamento da violência infantil contra crianças; a ação para impedir que o SPC/SERASA negativasse brasileiros que não conseguiram dar horar seus compromissos em dia em virtude da pandemia; a Lei do Revalida, que agilizou os procedimentos para legalizar médicos brasileiros formados no exterior; “além de ações de fortalecimento nas áreas da Agricultura, Saúde, Segurança Pública, Educação, Esporte e muito mais”, enumera.
INVESTIMENTOS E CRÍTICAS AO GOVERNADOR
Sobre o carreamento de recursos ao Estado, Jaqueline diz que seu mandato foi pra lá de positivo. “Para se ter uma ideia, só pra Vilhena encaminhamos R$ 14 milhões distribuídos para vários setores, atendendo inúmeras demandas”. Ficando apenas em dois exemplos, a deputada falou de investimentos para a Associação Vilhenense de Vôlei, para manutenção de atividades e construção de quadras de areia, e a realização de 700 atendimentos de cirurgia de catarata, onde forma aplicados R$ 2 milhões. “E estamos com outra ação articulada para acontecer na cidade, proporcionando mais 700 cirurgias”, adiantou.
Como a entrevista aconteceu em Cacoal, Jaqueline aproveitou para comentar investimentos na “Capital do Café”, ocasião em que escaparam críticas ao governador Marcos Rocha: “em junho de 2019, conseguimos um recurso extra orçamentário no valor de R$ 5 milhões para compra de 22 ônibus escolares, sendo 11 para Cacoal e os demais para várias outras cidades, e a coisa ficou um ano empacada porque o Estado não fez o termo de adesão ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Escolar. O mesmo aconteceu com outros R$ 3 milhões, que são destinados a instalação de 700 laboratórios de informáticas na rede pública escolar do Estado, notebooks para professores, que também ficou empacado pelo mesmo motivo”, reclamou a parlamentar.
Em virtude disso, ela alfinetou o governador Marcos Rocha, dizendo que sua gestão é “devagar, quase parando”. Além disso, ela disse que o governo do Estado não revela informações com transparência, afirmando que no caso de tais investimentos ela teria participado como “articuladora”. “O governador faltou com a verdade. Fui eu quem apresentou as emendas, então a iniciativa toda, assim como a articulação para empenhar os recursos, se deve ao meu esforço. Recurso tem, mas o governador tem que tirar o pé do chão”, garantiu ao Extra de Rondônia.
PROJETO ELEITORAL
Fechando a conversa, Jaqueline falou sobre o projeto eleitoral pessoal e do PP para as eleições do ano que vêm. “Eu tenho muito apreço por Rondônia, e quero continuar trabalhando pelo meu Estado, mas também entendo as necessidades do partido, por isso neste momento trabalho no sentido de construir uma pré-candidatura ao Senado, pois vislumbro a possibilidade de sucesso nesta empreitada, ao mesmo tempo em que abro espaço em nossa legenda para que outras lideranças assumam o desafio de manter e até mesmo ampliar nossa participação na bancada federal da Câmara dos Deputados”, observa.
Sobre as eleições majoritária, a deputada garante que o PP terá uma alternativa ao eleitorado, e se não for o presidente de honra da legenda, o ex-governador Ivo Cassol, o partido terá um “plano B” bem à altura do desafio de concorrer à sucessão estadual.