O prefeito da capital, Hildon Chaves (PSDB) recebeu, nesta semana, a reportagem do Extra de Rondônia e falou sobre assuntos que estão em evidência no momento, como a pandemia e as eleições do ano que vêm.
Ele também aproveitou a ocasião para fazer um breve relato de suas ações neste início de segundo mandato, assim como os projetos que estão em pauta para esta gestão.
Confira, abaixo, a entrevista, que foi gravada na capital:
EXTRA DE RONDÔNIA – Faça uma avaliação a respeito do enfrentamento da pandemia na capital, tanto com relação ao atendimento de doentes quanto da campanha de vacinação.
HILDON CHAVES – Desde o início da pandemia a prefeitura de Porto Velho enfrentou com muito vigor e empenho esta grave situação, com a instalação de cinco pontos exclusivos para atendimento de doentes, sendo também uma das primeiras cidades do país a instalar um serviço de call center para atender a comunidade com informações e orientações. O atendimento é feito 24 horas por dia, e ficamos entre 800 e mil ligações por dia. Apesar de nossos esforço, houve momento muito complicados, com estrangulamento, mas mesmo com muita dificuldade conseguimos dar conta do recado. Graças a Deus dispomos de uma equipe de profissionais que é dedicada e competente, e está engajada neste esforço de prestar o melhor atendimento possível ao nosso povo.
Quanto a vacinação, posso dizer que temos índices muito bons, com 70% da população vacinável já imunizada, o que corresponde a cerca de 300 mil pessoas. Falta pouco mais de 100 mil para cobrirmos toda a população, muitos fora de prazo, mas estamos trabalhando em campanhas e ofertando vacinação em horários diversificados, nos finais de semana e até mesmo indo aonde o povo está. Temos uma preocupação muito grande com relação a variante Delta, e por isso estamos fazendo tudo o que podemos para cumprir nossa obrigação e ao mesmo tempo conscientizar a população acerca da responsabilidade individual de cada um com relação a vacinação.
EXTRA – Como está a questão da retomada das atividades econômicas em Porto Velho, agora que a situação caminha rumo a estabilização?
HILDON – Estamos fazendo a nossa parte, com toda a responsabilidade e cautela. Em virtude do perigo representado pela variante Delta renovamos a Fase Amartela na cidade, e em paralelo prorrogamos alvarás e licenças de funcionamento, além de prolongarmos o Refis, que dá um fôlego ao empresariado com relação aos compromissos com tributos e dívidas com o Município. A prefeitura tem dado apoio a ações que forneçam meios para a retomada da economia, mas com segurança e responsabilidade.
EXTRA – A preocupação neste momento diz respeito ao retorno das aulas presenciais. Como a rede municipal está se preparando para esta situação?
HILDON – Nossas ações com relação à Educação remontam ao início da pandemia, quando estabelecemos de imediato ações que garantissem acesso ao ensino à distância para cerca de 40 mil alunos, mais ou menos dez dias depois que o drama começou. Outro grupo de estudantes, que não tinham acesso à plataformas virtuais, recebeu atendimento com entregas de tarefas em domicílio e todo o suporte possível para aquela situação, que pelo menos não desligou totalmente cerca de cinco mil estudantes das atividades. Estamos organizando tudo para a retomada com plena segurança, dentro dos protocolos estabelecidos, até mesmo no transporte escolar. Nossos professores estão vacinados com as duas doses e temos um planejamento muito rigoroso para que esta retomada ocorra de forma responsável e segura.
EXTRA – O senhor acredita que ocorrerá uma volta a normalidade como conhecíamos antes da pandemia, ou teremos novos desafios diante de uma nova realidade?
HILDON – É muito difícil responder esta pergunta, pois a gente não tem condições ainda de avaliar todas as questões envolvidas nesta situação. O caso das novas variantes, por exemplo, cria mais incógnitas. O que eu posso afirmar é que vamos continuar trabalhando orientados pela ciência, prosseguindo neste trabalho de vacinação em massa e sempre atentos aos desdobramentos da pandemia e buscando formas de enfrentamento. E também vamos estar sempre rezando e pedindo a Deus clemência e sabedoria neste momento tão complicado que a Humanidade atravessa.
EXTRA – Quais são os projetos para a administração de Porto Velho para este segundo semestre?
HILDON – São muitos os projetos e planos para todas as áreas da administração, então vou focar minha resposta num setor que sempre colocou nossa cidade com os piores indicadores entre as capitais: a infraestrutura. Não era mais possível admitir que uma cidade com quase 600 mil habitantes tivesse um déficit de mais de quinhentos quilômetros de pavimentação urbana e sistemas de água e esgotos de parâmetros medievais. Então, desde o mandato anterior investimos forte neste setores.
Em termos de pavimentação fizemos 250 quilômetros no mandato passado, e é bom frisar que historicamente os prefeitos que me antecederam não conseguiram fazer mais do que dez quilômetros de asfalto por ano. Neste mandato vou superar essa marca, e pretendo atingir 350 quilômetros de pavimentação ou recapeamento executada. Várias vias importantes, ligando setores densamente povoados à avenidas de acesso ao centro e ligando bairros importantes estão sendo contempladas, e são tantas que é difícil até elencar aqui.
Estamos também investindo em obras de drenagem simples e drenagem profunda, o que vai trazer progresso, saúde e modernidade para Porto Velho. São muitos milhões de reais investidos nestas obras, boa parte em recursos próprios.
Já na questão do saneamento e distribuição de água, setores que Porto Velho dispõe de indicadores vergonhosos, vamos licitar obras e estabelecer parceria público privada que em oito anos aplicarão cerca de dois bilhões de reais para tirar nossa capital do atraso.
Vale a pena citar também investimentos na zona portuária, que será valorizada e se transformará num polo importante para a economia de Rondônia.
Posso garantir que Porto Velho passa por um momento de transformação e consolidação, e em breve será a capital que todos os rondonienses terão orgulho de ter como uma referência em toda a região norte do Brasil.
EXTRA – O senhor tem evitado falar em política nos últimos tempos, mas o assunto é inevitável: como o senhor vê neste momento as movimentações do PSDB em torno das eleições do ano que vêm?
HILDON – Apesar de meu nome estar sendo mencionado no que diz respeito ao tema, insisto em afirmar que não é o momento de se fazer política, pelo menos em meu caso. Sou prefeito de Porto Velho, tenho uma importante missão a ser cumprida agora, vivemos uma fase muito difícil em virtude de tudo o que está acontecendo, e há muita incerteza no cenário atual.
Considero que não tenho muito a acrescentar neste momento à discussão, onde há muitos nomes em evidência, entre os quais eu destaco o do senador Marcos Rogério, que a meu ver tem plenas condições de encarar este desafio de disputar a sucessão estadual. Estamos conversando, eu mais ouvindo do que falando, mas ainda não me decidi qual será o nível de participação minha no processo eleitoral do ano que vêm.