Depois de muito tempo de funcionamento num prédio próprio, a base da Polícia Federal (PF), instalada em Pimenteiras do Oeste, na região sul de Rondônia, está desativada há quase dois anos.
Hoje, a edificação foi repassada ao Município, sendo local de funcionamento da secretaria municipal de Educação e Cultura (Semec).
A ausência da PF na localidade é sentida pela comunidade, que fica à mercê de dois problemas: a utilização do porto e da própria cidade como ponto de entrada de drogas vindas da Bolívia e os transtornos causados pela falta de controle de entrada de bolivianos no país, muitos deles em busca de atendimento médico pelo SUS.
A base foi instalada pela PF no final dos anos 90, logo após a morte do agente federal Roberto Simões de Mentzingen, assassinado por traficantes. Além de ceder o prédio, a PF também disponibilizou à prefeitura uma embarcação que era utilizada pelos federais para patrulharem a fronteira fluvial, no Rio Guaporé.
É certo que nunca houve nenhuma grande apreensão de drogas ou ação espetacular protagonizada por aquela base, que era mantida em sistema de plantão, sempre com dois agentes. Mas, o fato é que a presença da PF na cidade era um fator que gerava a sensação de segurança à comunidade e certamente inibia a ações de traficantes e contrabandistas.
É óbvio que tal assunto não é tratado com muito alarde, mas comenta-se à boca miúda pela cidade que a movimentação do tráfico internacional por Pimenteiras é significativa.
A outra situação provocada pela desativação da base é mais evidente. Entrevistado pelo Extra de Rondônia, o atual vice-prefeito de Pimenteiras, Moizés Herreira Penha, que já secretário municipal de saúde na gestão anterior, informou que os bolivianos que vivem em Remanso e nas localidades de Cafetal, Piso Firme e Bella Vista, todas do lado de lá da fronteira internacional, sempre buscam atendimento médico pelo SUS brasileiro, e antes o controle era feito pela base policial, que expedia uma espécie de cadastro que permitia o atendimento ali mesmo, em Pimenteiras.
Agora, devido a falta desta autorização, os bolivianos precisam deslocar-se até Cerejeiras, o que dificulta o atendimento e agrava situações que poderiam ser resolvidas de forma mais imediata.
Para saber mais, a reportagem do Extra de Rondônia entrou em contato com a assessoria da PF em Rondônia, mas não obteve detalhes sobre o assunto.